Cap 10-A decisão

19.4K 1.6K 51
                                    

Antony:

Quando chegamos na porta do quarto, todos deixaram eu seguir na frente, eu não conseguia pensar, eu apenas chorava e chorava mais.

-Vamos ficar aqui fora Antony, vamos deixar você se despedir dela, depois entramos.-Disse Mathias e eu apenas concordei com um movimento​ de cabeça.

Quando entrei o mundo caiu em cima de mim, eu cheguei perto de minha Alissa e passei a mão em seus cabelos claros.
Um lençol estava por cima dela, ela usava o mesmo vestido que usava mais cedo, era rosa com pequenas borboletas, os seus cabelos estavam soltos, aqueles belos cabelos cor mel. No seu rosto se via alguns hematomas, mas mesmo assim parecia que estava apenas dormindo.
Me abaixei e a abracei escutando seu coraçãozinho bater, era estranho pensar que mesmo com seu coração batendo ela não tinha mais vida.

-Desculpa Branca de Neve, a culpa foi minha.-disse chorando abraçado com seu pequeno corpo.
-Não me deixa aqui querida, você é a única coisa que eu tenho.

-Sinto muito Antony.-Senti Mathias me abraçar.

-Foi culpa minha, eu matei minha filha.

-Não fala isso cara, foi apenas um acidente, nem no local você estava.-disse ele chorando também.

-Ela queria companhia Mathias, ela queria brincar, e eu não fui por causa do maldito trabalho.-disse já gritando.

Vie meus pais entrando no quarto e minha mãe veio logo me abraçar, ela chorava tanto.

-Perdemos ela mãe, ela era o único motivo de eu ainda viver, como vou fazer agora sem ela?

-Calma filho, tudo vai se ajeitar com o tempo.-disse enquanto mexia em meus cabelos.

-Sei que o momento e difícil, mas queria ter um conversa com o senhor.-disse o médico entrando no quarto.

-Tudo bem.

Sai do quarto e o segui até onde parecia ser o seu consultório.

-Sente.

Me sentei e o olhei, esperando ele dizer algo, mas na verdade eu não conseguia pensar em nada, só no corpinho da minha princesa que estava naquela cama.

-O que o senhor quer comigo?

-Eu sei que no momento e difícil, mas  queríamos que o senhor pensasse na hipótese de sua filha salvar outra vida.-disse ele me deixando confuso.

-Como assim?

-Como o senhor sabe, foi morte cerebral, o que significa que o coração e outros órgãos da sua filha estão em perfeito estado, e se o senhor autorizar a doação de alguns de seus órgãos ela pode salvar vidas Antony.

Aquilo nunca passou em minha cabeça, confesso que me deixou pensativo, como eu ia deixar eles abrirem o corpinho dela mesmo depois de morta? Ela tinha que descansar. Mas em um momento te vazio pensei no que Alissa iria querer, ela era tão boa, uma garotinha e tanto, tenho certeza que ela iria querer ajudar outras pessoas.

-E pra onde vai esses órgãos?

-Olha, existe listas de pessoas que estão a espera de órgãos a meses, a anos, alguns estão quase morrendo, é esse gesto do senhor pode salvar elas.

Não tinha o que pensar, eu ia fazer o que eu sei que Ali iria querer.

-Eu autorizo a doação.-disse sentindo um pouco de conforto em saber que perdi minha filha, mas que outras famílias poderiam ter alegria.

Annabelle:

-Mamãe qui cor e aquela istrela?

-Não sei querida, parece ser amarela, não?

-É doulado.

-Talvez.-disse rindo e dando um beijo em suas bochechas.

Estava sentada em uma cadeira de frente a janela do quarto, olhando o céu junto com Angel em meu colo.

TOC TOC

-Entre.

-Com licença, mas é importante.-disse o médico, não sei o porquê, mas ele parecia estar sorrindo.

-O que houve?.-perguntei me levantando e colocando Angel na cama com cuidado pra não tirar o soro que corria em suas veias.

-Apareceu Annabelle.

-O que apareceu Doutor Vicente?

-O coração, ele já está vindo para cá, temos que preparar a Angel para a cirurgia imediatamente.-disse sorrindo.

Meus olhos já estavam cheios de lágrimas, apareceu, apareceu o que iria salvar minha filha, se esse transplante der certo ela não vai morrer.

-Obrigada meu Deus.

-Temos que levar ela agora.-disse ele.

Vicente era um homem que deveria ter seus 40 anos.

-Vem Angel.-disse pegando ela com calma.

-Pra onde mamãe?

-Lembra do coraçãozinho novo que você precisava?.-perguntei beijando seu rosto.

-O pra não me dexa mais dodói?

-Esse mesmo filha, ele apareceu, e agora você vai ter que fazer uma cirurgia para poder colocar ele aqui.-disse encontrando em seu peito.

-Não vo te que morar mais com a mamãe Alisson?

-Não meu amor, se tudo der certo você vai ficar aqui comigo ainda, o que acha?

-Eu quelo fica com você mamãe.-disse sorrindo.
-Mas vai doie?

-Não meu amor, agora​ vai parar de doer para sempre.-disse sorrindo.

Ela sorriu, sorriu como não sorria a meses.

-Porque você tá cholando?

-E de felicidade amor.-disse a abraçando.

Levamos ela para uma sala onde eles a prepararam. Eu ficava apensas olhando de longe até que eles terminaram de arrumar tudo e eu fiquei com ela ao lado da maca que ela se encontrava.

-A senhora vai tá aqui cando eu acoda né?

-Vou meu anjo, não se preocupa.

-Doutor, já chegou.-disse um enfermeiro entrando na sala.

-Leve a menina para a sala de cirurgia agora.-disse ele e depois saiu do quarto.

-A mamãe tem que sair daqui agora filha.

-Eu não quelo fica longe de você.-disse fazendo bico.

-Eles vão te levar pra colocar o coração novo filha, você não quer ficar boa?

Ela pareceu pensativa.

-Quelo.

-Então vai com eles, a mamãe promete que vai estar aqui quando você acordar, tá bom?

Ela apenas balançou a cabeça.

-Te amo meu solzinho.

-Ti amo mãezinha.-disse beijando meu rosto.

-Então vamos pequena?.-uma enfermeira simpática a chamou e ela apenas permaneceu em silêncio.

E logo eles saíram pelos corredores com minha filha.
Eu me sentei no corredor da sala de cirurgia e fiquei lá, contando cada segundo do que se passava, pensando em tudo que passamos nesses últimos meses.

-Cuida dela Alisson, cuida dela meu Deuzinho.

Eu juro que se Deus deu mais essa chance para ela e por algum motivo, e eu prometo que se ela sair bem dessa sala de cirurgia eu vou ser grata o resto da minha vida.

"Uns se vão para que outros possam renascer"

"Da Tragédia Ao Amor"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora