Capítulo cinco - Reviravoltas parte 2

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2:20 da madrugada...

      - Meu Deus! - me assustei com uma figura em minha frente.

      - Finalmente! Agora podemos nos conhecer não é mesmo Alexa? Ou melhor... Belinda. - pronunciou quase como um sussurro, sua voz desceu rasgando pelos meus ouvidos.

      -Q-quem é você? - gaguejei ao perguntar.

      -Quem você acha que eu sou?

Eu tinha suspeitas de quem ele poderia ser. Mas... Como poderia? Sim, ele existe, mas porque se dirigiria a mim de tal forma, tão diretamente?

      -Você...- hesitei - Você é...

Ele riu, olhando-me com certo desdém, senti péssimas energias pairando no ar. Era um homem alto, cabelos e olhos escuros, pele clara. Eu não pude ver todos os detalhes afinal o lugar onde estávamos era malmente iluminado.
      -É... Esperta. Quem diria. Mas olha, para suavizar a situação, você pode me chamar de Lucifer, ou seja lá como você quiser me chamar. São tantos nomes.

      -O que você quer?- disparei.

      -O que eu quero? Bom... Antes de tudo, quando eu soube que haveria alguém novo para enfrentar as minhas forças eu pensei em alguém que aparentasse ter mais força, não com uma garotinha qualquer - afirmou secamente, mesmo sem compreender o motivo daquelas palavras eu pudia sentir o ódio em seu olhar perverso enquanto seu sorriso de lado se esvaia e ele se aproximava lentamente, de passo em passo. - Ainda assim, eu não subestimo os meus inimigos, pelo menos não todos. Então, o que eu quero? Quero acabar logo com essa palhaçada! - ele aumentou a velocidade dos seus passos e concluiu rispidamente. - Eu vou destruí-la de uma vez!

Meu coração disparou ainda mais. Cada passo a mais que ele dava em minha direção era um passo a mais que eu dava para trás, até colidir com uma parede. Era o fim da linha, ele estava a uns vinte passos de mim... Quatorze, minha respiração estava falha, ofegante. Dez... cinco. Era a minha morte, até que algo muito grande caiu na minha frente tão rápido, liberando um onda de ar tão forte que fui empurrada para baixo. Me vi no chão, apoiada aos meus braços, mirando o alto com os meus olhos semicerrados, e vendo um par de asas brancas e iluminadas enormes cujo a luz se continha em baixa velocidade.

      -Eu creio que não - falou o aparente dono das asas, em resposta a ameaça.

Lúcifer expirou e disse enfado:

      - Rafael! Que surpresa desagradável.

      - Para o pai da mentira você esta sendo sincero demais hoje.

      -É, eu resolvi ir direto ao ponto... Até você me atrapalhar.

Permaneci no mesmo lugar, me sentia fraca, as asas do tal Rafael estavam entre-abertas, quase fechadas, no entanto abaixei minha cabeça e pus-me a ouvir a conversa.

      -E quem é que o deu permissão para tocar nela? - Indagou o mesmo.

      -Precisava de permissão?- fazendo-se de desentendido ele prosseguiu - Ora, eu não sabia - Sorriu maldosamente por um segundo.

      -Ela vai se preparar, e no dia determinado ela enfrentará um dos seus.

      -Ah, ela poderia enfrentar a mim.

      -Não. Sua batalha não será com ela. 

      -Ah claro, como pude esquecer? Conheço essa profecia.

Fez-se silêncio por alguns segundos, me sentei com as mãos para trás, ainda perplexa com a situação.

      -Bom, Belinda - falou inclinando-se para poder me ver, com o mesmo olhar desgostoso e o sorriso de lado. - Nos vemos em breve.

Belinda (Reescrevendo)Where stories live. Discover now