Capitulo 23

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No dia seguinte eu desperto muito cedo, como era o meu dia de folga, não havia nada nesse mundo que eu quisesse mais do que sair de casa e fazer alguma coisa, deixei um recado para a minha mãe, nele as palavras: "Saiba que te amo acima de tudo", e depois sai indo primeiramente ao mercado onde compraria algumas coisas que não necessitavam de cozimento, talvez algumas comidas chiques que Johanna com certeza já devia ter comido que não eram caras, algumas bebidas e alguns outros aperitivos, no caixa havia apenas três pessoas, era rápido, eu sorri para a caixa do mercado e recolhi os meus produtos.

* * * * *

O Green Garden era uma espécie de reserva natural na St.Stephen's Green 1663, cerca de 20 minutos de onde eu morava, lá ficavam alguns monumentos da cidade como bibliotecas centenárias e um arco que lembra o arco do triunfo de Paris, bem no centro do parque há um riacho com alguns cisnes rosas que no verão preferem dormir com uma pata fora da agua e a outra dentro; Maravilhosos.

A entrada do parque ficava de baixo de uma redoma que ia se expandindo como um corredor, ao redor dele havia uma centena de plantas exóticas, formações naturais de pedras e outras lagoas de agua cristalina que não se pode nadar, há grama e muito verde ao redor, corredores de arvores e terra batida para onde os visitantes vão quando chegam, além de uma estrada por onde um ônibus turístico passa e faz diversas paradas.

Eu percorro o olhar ao redor do parque, parece um grande recipiente, para o lado direito há uma centena de arvores e pessoas correndo para lá e para cá, do outro há a entrada e um totem do tempo dos vikings que diz num Irlandês grotesco: "Essa ilha, é minha ilha", não era algo tão filosófico quanto "Ser ou não ser" ou "Se penso, logo existo", mas era justo e profundo visto que quando os Vikings chegaram a Irlanda, eles deviam estar bem perdidos para comparar isso com uma ilha.

Eu preparo o lugar estendendo uma manta vermelha que trouxe em uma mochila pequena, separo as comidas por categorias como entradas, sobremesa e bebidas, retiro uma tulipa de um canteiro a alguns metros de distância e a coloco sobre a manta.

— Uma e quarenta e cinco... que droga — suspiro entediada sabendo que Johanna ainda levaria quinze minutos para chegar.

Me sento na manta e tento acompanhar o movimento dos cisnes e também dos flamingos, o clima estava maravilhoso, o ar tinha cheiro de grama e era tão leve e fluido que pouco parecia ser um lugar no meio da cidade grande. O som de pássaros era a única coisa que podia ser ouvida, senão as vozes das pessoas, principalmente dos pais que como havia falado para Johanna, eram os seus heróis. Um par de gêmeos brincavam com seu pai musculoso fingindo que estavam levantando pesos, estavam se divertindo.

Eu tento não pensar em nada, mas é o meu pior erro, pois começo a pensar no encontro que tive com Selene e reflito, estou fazendo isso para tentar reparar o meu erro forçando-a a me assumir, mas o que quero de verdade é me aproximar dela, encontrar o lado obscuro do seu coração onde fica a culpa e a tristeza e faze-la confiar em mim, simples e inocente.

Sorrio, arrumo meus cabelos e estralo os dedos.

São 14h01 quando vejo meu celular e não há mensagem ou ligação de Johanna, eu me deito e olho para o céu límpido, há apenas algumas nuvens, mas ela não indicavam chuva ou neve.

— Ela vem...

* * * * *

14h10 e uma criança joga uma porção de pão a um cisne maravilhoso que sequer se levanta para pegar, apenas segue sutilmente até o pedaço de pão e depois mergulha jogando um pouco de agua nela.

* * * * *

14h45 eu disco o número do seu celular, mas ela não atende, talvez não fique com o celular quando está trabalhando, ela disse que viria, mas se pegasse plantão ficaria o resto da tarde e não teria tempo para mim.

Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDOWhere stories live. Discover now