Capítulo 14

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Minhas costas estavam sendo massageadas por pequenas ondas, eu acordei rindo com a sensação gostosa que ela me passava, a muito não tirei um cochilo tão gostoso como tivera sido esse, talvez conseguisse me acostumar com tudo isso, afinal, duraria apenas três dias, dois se contar o tempo que levamos para chegar.

Eu ajusto as minhas blusas e me sento, a cama é tão grande que até mesmo sentada continuo sobre ela.

Já amanheceu, as luzes brancas através das cortinas substituíram a negritude da madrugada, frestas de sol também a atravessam, parece um mosaico de cores suaves. Eu caminho até a janela e quando a abro, me deparo com uma maravilhosa praia particular, não há muitas pessoas, apenas o cenário impressiona.

Existe uma coleção de barcos, alguns altos, outros baixos, outros ricos onde festas rolam soltas, a areia é branquinha e limpa a todo instante por algumas pessoas, a agua rebate nas paredes cinzentas da marina, parece algo ficcional, impossível de acreditar que seja obra dos homens.

Eu me viro para me trocar, mas sobre uma mesa de centro há algo dentro de uma cobertura plástica, quando a abro, vejo uma roupa quase cerimonial que me deixa pasma. Uma calça de barra justa na cor nata e um daqueles vestidos para vestir por cima na cor vermelho vinho de alças, além de um par de saltos baixos na cor branca com pedrarias cor cereja e um max colar com centenas de pedras formando uma teia em cristais vermelhos que infelizmente não eram de verdade.

— Uau, isso é lindo!

Ela quer que eu me vista a caráter tanto para não passar vergonha quanto para não constrange-la.

Oh...

Recolho algo que cai no chão, uma pequena tarja escrita à mão por ela, "Espero que goste, peguei pensando em você, quero que use a noite — Johanna".

As cores são maravilhosas, ela tem bom gosto e pelo visto tem observado como me visto, sempre em cores escuras e que me ocultam do mundo, ela quer me dar algum brilho, talvez parte da minha transformação, eu aceito de imediato.

* * * * *

O restaurante parecia ser construído nas nuvens, mesmo sendo no segundo andar, poucos estabelecimentos eram tão altos quanto esse. Havia uma centena de mesas redondas espalhadas por um amplo espaço aberto, janelas lá na frente davam vista para o céu que estava azul, nuvens fofas o pontuavam como bolas de algodão, dentro, as luzes eram implantadas no teto, cada mesa tinha a sua própria, parecia um monte de estrelas brancas sobre nossas cabeças.

As mesas eram cobertas por toalhas brancas e em cada uma havia uma prova de vinho, guardanapos e condimentos indianos — é comum os restaurantes servirem comidas de outros países, a culinária irlandesa era muito diversa.

— Nome, por favor? — pergunta um moço elegante de bigode mexicano e um terno bem cortado.

— Como?

— Seu nome, senhorita.

— Oh... Cecilia Winsloe, espero por Johanna Mitchel.

— Está na lista, por favor, senhorita — ele me abre espaço para adentrar ao restaurante e seguimos entre as mesas até praticamente o meio onde uma dessas mesas estava com a reserva para Johanna.

O homem puxa a cadeira para mim, cavalheiro, eu me assento como uma dama e olho tudo ao redor, há uma rosa vermelha sobre a mesa e mais uma tarja, "Não demoro — Johanna". Ela vai me fazer esperar, que novidade, mas a ansiedade de comer pela primeira vez em um restaurante novo e diferente me deixa atiçada, eu deposito um guardanapo sobre o meu colo, a cadeira é alta, preciso ficar na ponta dos pés para ter algum conforto.

Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDOWhere stories live. Discover now