A Toca

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Eu queria muito ver e saber sobre o que estava acontecendo, mas tinha muito medo naquele momento, não sabia o que me esperava, mas Mat é meu amigo ele não me levaria para uma emboscada ou algo do tipo, ele não me levaria para aqueles lobos me matarem né, né?
Passamos pela casa de Santigo como se fosse normal ver uma casa destrua e ensanguentada, fomos direto para o fundo da casa até que Mat parou na frente do vão que levava para a floresta.

— Tem certeza disso? — Mat perguntou me olhando.

Balancei a cabeça com um sinal de confirmação, e então ele entrou, logo em seguida eu também entrei no vão, Mat foi andando até a árvore gigantesca que fica perto do vão, ele olhou para trás em minha direção e sorriu. Então ele passou por um lado da árvore, logo em seguida do outro lado saiu um lobo enorme, era o mesmo lobo branco de olhos vermelhos que havia me defendido do lobo preto na noite passada. Eu caí para trás, o lobo me encarava e vinha em minha direção, a cada passo dele eu me rastejava mais, mas sem tirar os olhos do lobo, até ele uivar, eu parei e apenas o olhei, parecia que alguma coisa ia sair das suas costas e nesse momento me lembrei de quando o lobo preto virou um homem, sabia que alguém ia sair de dentro daquela fera, e saiu, Mat saiu das costas do lobo como se saísse de uma fantasia, eu não sabia o que fazer então congelei e apenas olhei.

— Só, não surta... Eu posso explicar — Mat falou ofegante e caindo no chão.

— Co... Co... Como não surtar??? — respondo tentando levantar mas sem conseguir por causa das minhas pernas estarem bambas de medo.

— Eu vou te contar toda a história, mas me dá um tempo para recuperar energia — Falou se encostando na arvore.

Olhei para a pele de lobo que ele havia deixado no chão, e ela tinga virado pó, fiquei espantado com aquilo, parecia até mesmo magia, iria perguntar para ele sobre aquilo mas quando olhei para ele perguntei.

— Okay, mas só mais uma pergunta, cadê suas roupas?? — Pergunto percebendo que ele estava como veio ao mundo.

Após alguns minutos esperando Mat se recuperar, ele me pediu sua mochila que estava caída atrás da arvore, ao lado de vários retalhos de roupas, eram as mesmas roupas que ele estava usando antes de se transformar, entreguei a mochila para ele, e de dentro dela ele tirou uma muda de roupas, e as vestiu logo em seguida, parecia ter pensado em tudo.

— E então Mat, vai contar?

— Na verdade, vou te apresentar uma pessoa, ela vai te explicar tudo.

E então seguimos andando pelo meio daquela floresta imensa, fizemos silêncio desde então. Não demorou muito para passarmos próximo a mesma colina que eu e Alicia havia subido noite passada, já estava começando a me cansar quando chegamos em frente um enorme portão de madeira com uma placa acima dele escrito “A toca”. O portão logo se abril, e pude ver que era uma aldeia, e estava cheia de indígenas me encarando.

— Bem vindo a Toca — Mat disse entrando na aldeia.

Entramos e seguimos direto para uma casa de madeira, no caminho até ela Mat brincava com varias crianças que passavam próximo da gente, elas pareciam gostar e confiar nele. Chegamos em frente a casa de madeira e de lá de dentro saiu uma senhora, era Dona Maria, a mesma senhora que me encarou noite passada.

— Ninguém gosta de curiosos garoto — Ela disse de uma maneira calma e me olhando, eu sabia que era sobre eu ter espiado a aldeia ontem a noite.

— Olá Nona — Mat disse beijando as mãos dela.

— Ela é sua avó? — Perguntei sem entender.

— Não, aqui todos chamamos ela de Nona — Mat me responde entrando dentro da casa.

TwrrionWhere stories live. Discover now