"A garota da floresta"

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Mary desperta com barulhos na cozinha atrapalhando seu sonho revigorante, só podia ser Pópia tentando cozinhar novamente. Com certeza um desastre natural acontecendo dentro da pequena casa de madeira. Mary considera Pópia como sua mãe, pois foi ela que a criou desde que se entende por gente. A fada tinha cabelos longos azuis e olhos castanhos, era gótica e odiava quem lhe dissera o que fazer. Tinha dias que Pópia acordava parecendo uma medinga qualquer e outros simplesmente como uma rainha, mas Mary havia se acostumado com aquilo e até gostava do humor de sua mãe.

- Ah, aí está você! Pensei que teria que buscar um principe para lhe dar um beijo de amor. - Disse Pópia da cozinha e assim logo depois apareceu um café da manhã flutuando em direção a Mary.

- Não exagera, não durmo tanto assim! - Disse ela já sentada ao lado da janela colocando a bandeija de café sobre a mesa.- Está usando magia de novo para cuidar de mim ? - Perguntou depois de provar o café que estava assustadoramente bom.

Pópia fez uma careta estranha quase que rindo, e logo levantou a faca reclamando.

- Ora garota, estou fazendo meu melhor. Como posso cuidar de você se mal cuido de mim, necessitamos da magia ou iremos morrer de fome e sabe-se lá o que mais!

Mary que já estava acostumada com todo aquele drama apenas revirou os olhos e entrou de baixo do chuveiro. Depois do banho refrescante, ela saiu escondido da fada para proucurar o mercado ambu que ora estava em um lugar, ora outro lugar.

O mercado era apenas para criaturas sobrenaturais como trolls, ogros, fadas e até mesmo zumbis, era proibida a entrada de humanos. O que era um problema já que Mary era uma humana. A única que sabia desse "pequeno" detalhe era Sra.Fiona que conhecia Pópia desde pequenininha, o todo tempo a garota se escondia sob a capa preta cuja dona não podia sonhar que ela havia pegado.

- Boa tarde Sra.Fiona! - Comprimentou.

A ogra virou-se revelando sua face incrivelmente verde, e para muitos feia, seus olhos eram âmbar e o cabelo negro como o anoitecer, o mesmo sempre estava em um rabo de cavalo. A barraca da senhora era um tanto diversificada com vastos acessórios que para muitos assustadores, eram perigosos e macabros.

Já fazia alguns meses que secretamente Mary visitava a grande loja, há alguns anos atrás tinha ido apenas uma vez acompanhada da mãe. Prometeu não voltar lá desacompanhada, mas sabia que Pópia não a apoiaria.

- Olá jovenzinha, o que te traz a minha loja? - Pergunta a criatura verde com sorriso amarelado.

- As minhas encomendas do reino Hainoror chegaram? - Perguntou a garota com uma pequena esperança que logo apareceu em seus olhos.

A velha sem dizer nada virou-se e adentrou cortina colorida, ficou ali fuçando por vários minutos em sua imensa bagunça-organizada.
Até que saiu com um baú médio, que continha os objetos desejados da garota. E sem esperar cerimônias a menina abriu o baú que continha as coisas que ela buscava há anos. Havia dois livros, uma varinha e diferentes poções, Mary pendurou-se no balcão para olhar melhor a caixa, acabou encontrando uma manta não esperada. Na manta tinha bordado em rosa um nome, Miriam Beaumont.

A garota se destraiu por uns segundos suficientes para a caixa cair ao chão chamando atenção de alguns guardas de prontidão. Quando ela abaixou-se para recolher tudo já era muito tarde, seu disfarce havia sido descoberto. Sra. Fiona deixou propositalmente um monte de armas e ferramentas caírem no chão, os guardas se atrapalharam dando tempo para Mary fugir. Depois de alguns quilômetros de perseguição à garota de cabelos loiros que voavam ao vento, os guardas desistiram imaginando que ela não voltaria mais ao mercado.

Chegando em casa Mary entrou sorrateiramente em seu aposento e escondeu o baú em uma das tábuas do piso de madeira que já tinha se soltado a muito tempo. Desceu as escadas a procura de sua mãe que não estava fazendo nenhum barulho o que era muito estranho e depois de uma vasculhada pela casa encontra própria desmaiada no banheiro com chocolate espalhado pelo seu rosto e pela banheira, talvez seria um dos seus dias de recaída logo após de dizer que faria dieta. Ao anoitecer jantaram algo feito por Mary que se sentia a própria mãe e a mulher em sua frente mais com a sua filha, papéis foram trocados obviamente.

- Você cozinha realmente bem, e assim como vou fazer dieta?! - Diz Pópia sorrindo com a boca cheia de comida.

- Acho que se a senhora diminuísse no chocolate!!! - Disse a menina rindo de sua mãe.

- Você sabe que não gosto de ser chamada de senhora!! - Disse Pópia com a cara emburrada que parecia mais uma criança. - Tenho aparência de ser sua irmã.

- E a mentalidade de uma criança.

Mary foi para seu quarto novamente, tinha decidido não contar nada do que havia acontecido no mercado ambu hoje a tarde para a mãe, sem dúvidas a fada teria um surto e a garota ficaria de castigo. Ela sabia o quanto era perigoso sair desacompanhada pela parte de MMM, o que basicamente era a sigla carinhosa do que os humanos da cidade chamava de local monstros, muito monstros. Ela também sabia que não poderia ir a cidade, só nunca tinha entendido o porquê. Essa era a parte incontada da história dela, Pópia nunca disse como havia "adquirido" a garota, e ela também não sabia de onde vinha e quem eram seus pais de verdade.

Sem conseguir dormir, Mary ficou observando as magníficas estrelas do céu sentada na janela. Sua mente vôo em diversas possibilidade de pais, nunca tinha conversado com a mãe sobre como se sentia em relação ao seu passado, afinal Pópia nunca iria entender. Silenciosamente ela tirou o baú escondido debaixo do piso e quando observou a manta novamente percebeu uma pequena etiqueta com o nome do artesão que tinha feito-a. Confusa e cansada de não saber nada sobre si mesma, a garota pegou sua ambu-mochila mágica infinita e enfiou nela todas suas coisas inclusive o baú novo. Ela iria em busca de sua história e isolada em uma floresta com uma fada/mulher/mãe que a criou misteriosamente não ajudaria me nada. Antes de amanhecer ela saiu pela porta dos fundos sem fazer nenhum barulhos sequer, deixando apenas um recado para Pópia.


~Oiiie pessoas, desculpem a demora rsrsrs, mas tá aí como prometido, espero que não liguem muito caso encontre erros de português, porque essa semana foi muito corrida para nós e não deu tempo para dar AQUELA revisada.

Bjo Bjos até o próximo capítulo ;-)

+sábado+

As Crônicas da LoucuraWo Geschichten leben. Entdecke jetzt