Desespero Parte 2!!

128 14 0
                                    


Minha cabeça doía muito, e olha que eu nem tava escutando tudo o que a minha amiga estava reclamando no meu ouvido. Será que ela não percebe que eu estou mais perdida que ela?

K- SERÁ QUE DÁ PRA PARAR DE FALAR NO MEU OUVIDO?

Minha amiga se assusta com o meu tom de voz, mas resolve ficar calada.

K- Obrigada!

Minha amiga parece frustrada. Ela passa a mão na cabeça como se fosse espantar todos esses pensamentos, mas eu sei por experiência própria que isso não adianta muito.

A- Eu só queria saber o que eu fiz de errado.

Me surpreendo. Como assim o que ELA fez errado? Por acaso é ela que está gravida e nem sabe quem é o pai?

K- Como assim "algo errado"? Você nunca faz nada errado, é a pessoa mais correta que eu conheço. Para de ficar se culpando. O erro foi meu, e só meu.
  
A- Não!! Se eu fosse uma amiga melhor, você se sentiria confortável para me contar essas coisas e quando elas aconteceram. Assim nós poderíamos ter descoberto mais cedo e evitado tudo isso.

   Eu tava tão confusa e a minha amiga estava tão frustrada, que nem percebemos que estávamos quase berrando uma com a outra, e detalhe: estávamos na sala de espera do hospital, com um monte de gente nos olhando. Só fomos perceber isso tudo quando uma enfermeira se aproximou de nós.

Enfer.- Com licença, as senhoritas poderiam diminuir o tom de voz por gentileza? - a frase poderia até ter sido meio rude, mas o rosto da enfermeira era bem dócil, então resolvi deixar pra lá.

K - É claro. Nos perdoe, prometo que não irá mais acontecer.

  Por mais que a enfermeira não confiasse muito nessa promessa, ela concordou e se afastou.

  Estávamos a quase 10 minutos esperando para que eu fizesse a ultra, e cada segundo que se passava, pareciam horas. Ainda mais com a Annie agoniada do meu lado.

  Quando eu começo a pensar em ir na recepção reclamar, uma jovem enfermeira, que não é a mesma que nos deu a bronca, se aproximou de mim.

Enfer. - Olá, você é a senhorita Korii?

K- Sim! Algum problema?

Enfer. - Nenhum! Eu só vim buscá-la para fazermos a ultra na senhorita. Vamos? - ela estende sua mão em um gesto amigável e eu aceito de bom grado.

Caminhamos por um corredor todo branco até chegarmos em uma sala onde haviam uma maca e um aparelho com um televisor ao lado.

Enfer.- Bom, a senhorita pode se deitar ali enquanto eu programo tudo.

K- Tudo bem.

Coloco minha bolsa em uma cadeira em frente a maca e vou me deitar. O encosto da maca é reclinável, então consigo ver bem o pequeno televisor.

Enfer. - A senhorita poderia levantar a blusa apenas deixando exposta a barriga?

K- Claro! - faço o que ela mandou e enquanto isso, fico imaginando como vai ser quando eu já estiver com a barriga enorme. Com certeza não vou conseguir usar essas blusinhas que estou acostumada. Vou ter que comprar uns vestidos bem largos.

  Minhas paranóias são interrompidas quando sinto algo gelado em minha barriga. Olho assustada para saber o que é e me deparo com a enfermeira passando um gel no local.

Enfer.-  É para facilitar. Serve para fazer um casamento de impedâncias acústicas entre a fonte emissora do ultrassom e a pele. 

  Que? Não entendi nada. Mas tudo bem né.

Gravida de um famoso Where stories live. Discover now