06. I gave you the world, You gave me the pain

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— Finn.

Sadie franziu a testa.

— O que?

Millie tinha agarrado a amiga que passava no corredor pelo braço, e a puxado para dentro do camarim, fechando a porta atrás delas. Aquela era uma conversa que ela não conseguiria imaginar o que aconteceria se qualquer um ouvisse. Seria no mínimo constrangedor e desconfortável.

— Você perguntou qual eu amava mais, Jacob ou Finn — ela esperou para ver se a amiga a acompanhava, e a ruiva assentiu, ansiosa com a resposta.

— E?

— É Finn, Sadie — Millie não conseguiu evitar sorrir. — Sempre foi Finn.

Sadie levantou as sobrancelhas. Ela nunca sabia o que esperar vindo de Millie - ela era uma garota imprevisível, afinal -, mas isso ela certamente não esperava.

— Mas, Millie, como...

— Eu tinha combinado de me encontrar com Jacob ontem, mas ele furou, então eu chamei Finn e ele foi na minha casa. Ele dormiu lá. E foi tão bom, Sadie — ela suspirou. Sentia-se uma garotinha contando sobre o primeiro crush. — Foi na verdade só uma série e uns sushis, mas por outro lado foi ótimo, porque, eu não sei, quando estou com ele... Eu não preciso de mais nada.

— Meu Deus, você tá muito apaixonada — Sadie não conseguiu evitar rir com a histeria da amiga, mas ela nem se lembrava da última vez que vira Millie tão animada com algo.

— Se é assim que se chama, então, é, eu estou.

Era estranho pensar nisso. Ela estaria mentindo se dissesse que nunca viu Finn um patamar acima do rótulo de "amigo", mas quando toda essa jornada começou ela tinha, o que? Onze, doze anos? Do que ela sabia nessa época?

Millie nunca tinha parado para pensar nos significados da palavra apaixonada. Essa palavra sempre teve uma conotação muito forte ao seu ver, por isso ela fugia dela. Ela pensava sobre algo além da amizade, talvez uma quedinha, mas, parando agora para pensar, por que não? Não era só uma palavra? O que era uma palavra em vista do que ela estava sentindo?

Era estranho pensar que Millie tinha mesmo um crush em Finn. Estranho e muito errado. Mas, por outro lado, nada nunca lhe pareceu tão certo.

— E, hoje de manhã, a gente quase se beijou.

O queixo de Sadie caiu.

— Como isso acont...

— Mais tarde eu conto — Millie mostrou o horário no celular. O horário de ir. Sadie sorriu e assentiu.

A ruiva sentiu que era apropriado abraçar a amiga nesse momento, e assim Millie partiu pelo corredor, com algumas cenas a gravar e muitos questionamentos internos com que se preocupar.

...

Millie tinha uma peça no dia seguinte. Ela geralmente não fazia peças, mas era uma peça beneficente e a agente dela achou que seria bom para a sua imagem se ela participasse. O que significava que, fora sua vida pessoal - que já estava conturbada com seus sentimentos contraditórios e ao mesmo tempo certeiros -, ela ainda tinha a série e a peça com que se preocupar, decorar e ensaiar.

A peça era uma releitura de Peter Pan, e Millie havia de todo o coração amado o roteiro à primeira vista, mas havia um porém. Ela fazia o papel da Wendy, e ao final, teria, portanto, que beijar o seu Peter. Que não era Jacob. Ou Finn. Era na verdade um garoto aleatório que ela havia visto no máximo duas vezes. Mas ela não ligava tanto assim de ter que beijá-lo. Ela iria lá, faria sua parte, e então não teria mais que se preocupar com isso.

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