Girl Meets Hurricane.

113 12 19
                                    

— O que você está fazendo aqui? — Minha mãe torna a perguntar, um pouco mais alto e agressivo dessa vez.

O homem, Shawn, parece paralisado e não diz uma palavra. Os dois homens que estavam um pouco afastados se aproximam devagar.

Minha mãe larga as sacolas que carregava no chão, acho que jogar as sacolas seria uma frase mais adequada para o ocorrido.

— Mãe? — Ela olha para mim e parece me notar pela primeira vez, o rosto dela está com um semblante de dor, e sua voz falha quando ela fala comigo:

— Maya, por favor, nós deixe sozinhos...

— Mãe, o que está acontecendo? Eu não vou te deixar sozinha aqui...

— Maya, por favor — Ela pede com a voz embargada.

Eu olho uma última vez para Shawn, seja ele quem for, e começo a subir as escadas.

— Você pode ir para a casa da Riley, querida? — Eu paro nos primeiros degraus e a olho. Não quero deixar a minha mãe sozinha. Não quero que ela passe pelo o que quer que seja que está por vir, mas sei que isso é importante, por isso apenas desço os degraus novamente e me dirijo a porta.

Antes de sair dou um abraço forte na minha mãe, e quando estou fechando a porta ouço o inicio da conversa:

— Já faz um bom tempo, precisamos conversar.






Chego a casa da Riley em dois minutos e fico encarando a porta. Minha cabeça está a mil e não consigo ter um pensamento completo. Não devia ter deixado minha mãe ali, eu não conheço aquele homem, mas ao mesmo tempo tenho uma sensação esquisita, como se eu já o conhecesse. Penso em voltar lá, mas desisto quando lembro da minha mãe quase implorando para que eu os deixasse sozinhos.

Toco o interfone e escuto a musiquinha até ouvir o bip:

— Sim? — A voz do Cory sai um pouco estranha pela caixinha.

— Maya.

Ouço o interfone desligar e no segundo seguinte o portão se abrir.

Subo correndo, pulando os degraus de dois em dois até chegar ao andar da minha melhor amiga.

Dou uma batidinha na porta antes de abri-lá e entrar.

Cory, pai da Riley, pensa em dizer alguma coisa para me provocar como é de costume, como se fosse a nossa piada interna, mas para ao olhar pra mim e ver que estou segurando o choro.
Auggie sorri e vem correndo me abraçar. Ele ainda é pequeno e se agarra na minha cintura.

— Oi Maya — Ele diz sorrindo. — Vamos jogar Jogo da Vida? Você me prometeu uma revanche.

Dou um sorriso franco e respondo:

— Mais tarde, tá?

Ele faz uma careta, insatisfeito com a minha resposta.

Cory chega por trás dele e o puxa para perto dele.

— Auggie, a Maya veio falar com a Riley. A noite de jogos é amanhã, lembra? — Ele da um sorriso pra mim e acena com a cabeça para eu ir. Agradeço com o olhar e vou pro quarto da Riley.


Quando entro no quarto Riley está sentada na escrivaninha de costas pra mim. Parece concentrada e não me ouve chegar. Sento na cama fofa.

— Oi.

Riley vira na minha direção já com um sorriso no rosto, mas ele logo se desfaz quando ela percebe minha expressão.

Diante à Coroa   | LUCAYA |Where stories live. Discover now