O retorno inesperado.

123 13 14
                                    




— Será que a princesa poderia nos dar a honra da vossa presença em nossa humilde aula? — Riley me da uma cotovelada nas costelas que me trás de volta ao mundo real e me faz deixar minhas paranoias e loucuras para atrás. Olho para ela tentando entender o motivo que a fez deixar de prestar atenção à aula e me bater. Ela balança a cabeça pra frente, em direção ao nosso professor e aí eu entendo.

Olho ao redor e vejo que todos estão olhando para mim. Não sei porque, mas o fato dele ter me chamado de princesa me incomodou um pouco.

Ele continua olhando para mim a espera de uma resposta.

— Eu... Hã... — O sinal anunciando o final da última aula toca e me salva de uma desculpa esfarrapada.

Junto todo o meu material e me encaminho para fora da sala com a Riley logo atrás de mim.

— O que aconteceu? Você está tão estranha hoje.

Meus pensamentos voltam na manhã de hoje e me recordo da conversa com a minha mãe. Aquilo sim foi estranho. Depois de ter me deixado sozinha na cozinha completamente confusa, minha mãe se trancou no quarto e não fez questão de me dar qualquer resposta quando eu disse que já estava de saída.

— Não aconteceu nada, Riles — Respondo enquanto caminhamos devagar para as nossas casas. O fato da Riley morar na mesma rua que eu ajuda bastante, assim eu não preciso voltar para casa sozinha. — É só que... minha mãe estava tão estranha hoje de manhã.

— Como assim?

— Ontem a noite eu li um e-mail de um cara que tentou entrar em contato com a minha mãe e ela foi totalmente grossa com ele — Riley franze as sobrancelhas e demonstra confusão.

— A tia Katy? Grossa? É uma coisa meio impossível de imaginar... — Ela da um risinho.

— Pois é, eu sei. Mas isso não é o mais estranho, hoje de manhã quando eu perguntei a ela quem era Shawn, o cara do e-mail, eu achei que ela ia desmaiar, Riles, eu juro, eu nunca vi minha mãe desse jeito.

— E o que ela disse?

— Ela não respondeu, disse que eu estava atrasada para a aula e se trancou no quarto.

Paramos em frente ao prédio da Riley e ela olha para mim.

— Será que é algum namorado do passado?

Franzo o nariz ao pensar nisso.

— Não sei, mas se for isso, não foi um namoro muito bom.

— Fica tranquila Maya, não deve ser nada demais — Sorri.

— É, provavelmente — Digo enquanto vou me afastando em direção a minha casa, no final da rua. — Até depois, sweetie.

— Ei, a gente se fala depois para resolver as questões de matemática, certo? — Riley grita atrás de mim.

— Claro, mal posso esperar para devorar todas aquelas belas contas que transformam meu cérebro numa confusão — Respondo irônica.

— Eu também!

Dou uma risada e reviro os olhos. Ás vezes ainda é difícil para Riley distinguir a ironia.





Já é noite quando a porta da loja se abre anunciando um cliente.

— Já estamos fechados — Digo sem levantar os olhos para quem quer que seja.

— Ah, desculpa, eu não sabia... Não vi nenhum anúncio na porta, achei que estava aberto ainda — Uma voz masculina com um forte sotaque responde.

Diante à Coroa   | LUCAYA |Where stories live. Discover now