Indecisões e confusões.

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Minha mãe chegou tarde ontem a noite.

Queria perguntar quem era Shawn e porque ela foi tão grosseira com ele, justo ela, na qual sempre prezou as boas maneiras. Mas ao mesmo tempo, eu tinha medo. Eu sabia que minha mãe tinha feito um intercâmbio quando tinha mais ou menos 20 anos e, que ela ficou um ano por lá, mas isso é tudo. Ela nunca quis me dizer mais nada.

Shawn pode ser alguém que ela conheceu por lá, mas pela maneira que ele foi tratado, não deve ter sido alguém muito querido pela minha mãe.

Reviro na cama aos ouvir barulhos vindo da cozinha.

Por mais que eu queira faltar na escola hoje, não posso. É quase final do ano, preciso entregar meu trabalho e os professores vão discutir as notas sobre o simulado.

Meu estômago dói só de pensar nisso.

Vou precisar ouvir toda aquela conversa de que estamos no final do último ano escolar e eu preciso decidir o que fazer. Mas eu não consigo. Eu não sei o que fazer. Eu não sei o que quero fazer. Eu não tenho talento pra nada. Eu tenho quase 18 anos anos e estou totalmente perdida na vida.

Olho para o lado e vejo meus desenhos pregados na parede, meus potes de tinta no chão , meu manequim com um vestido antigo terminando de ser customizado... Ah não ser, arte. Tudo que envolva arte sempre me chamou atenção. Desenhar, pintar, colorir, cantar, tocar e até me arrisco a dançar um pouco. Mas... isso não é algo que possa ser chamado de profissão, não é? Quer dizer, é claro que pode. Mas meus professores e orientadores não acreditam nisso.

Minha mãe nunca me pressionou para escolher uma determinada coisa. Ela diz que podemos ser o que quisermos, várias coisas em uma só. Acho que por isso ela escolheu trabalhar na editora e ter a Hart's. Ela sempre me disse que quando lia, ela vivia várias vidas em uma só. E que isso fazia dela uma pessoa feliz.

Deixo os meus pensamentos de lado e me levanto.

Como é o último ano, e estamos na reta final, meus professores não ligam muito pra uniforme, já que toda a pressão deles estão em cima das nossas notas e decisões, por isso, todo mundo aderiu a moda de ir como quiser. Ou seja, iam como se tivessem acabado de acordar e lavado o rosto, e só.

Coloco uma calça preta, uma blusa sem estampa e amarro um blusa de frio na cintura. Apesar de estar um clima agradável, sempre me previno.

Pego minha mochila e vou para a cozinha, onde encontro a minha mãe no fogão, fazendo ovos mexidos.

Desde que eu me lembro, minha mãe sempre age como se morasse no exterior, e não no Brasil, como se fosse uma estrangeira, e não brasileira. O que de fato, ela não era muito... Já que minha avó era inglesa e meu avô irlandês. E mesmo depois de se mudarem pro Brasil logo após o casamento, nunca perderam os costumes de lá. Então minha mãe foi criada como se morasse na Europa, o que eu consequentemente me levou a ser criada do mesmo jeito. E até mesmo ter o inglês como a minha segunda língua.

— Bom dia, mãe — Falo enquanto deixo minha mochila em cima da cadeira e pego uma barrinha de cereal.

— Bom dia, querida. Dormiu bem? — Minha mãe pergunta, enquanto desliga o fogo e coloca os ovos no prato.

Com um impulso pulo em cima da mesa e começo a comer minha barra de cereal.

— Dormi... Na verdade, eu estava cansada demais e acho que acabei desmaiando mesmo.

— Maya, sai de cima da mesa agora, cadê seus bons modos? — Ela diz enquanto vai me enxotando com o pano de prato. Desço da mesa e começo a comer um pouco dos ovos. — Você viu meu notebook? Eu preciso dele, mas não consigo achar.

— Tá no meu quarto — Vejo a ruguinha na sua testa começar a se formar e, trato logo de explicar. — O meu ainda tá quebrado, e eu precisava terminar de fazer um trabalho.

— Tudo bem, me lembra que eu tenho que levar para o conserto.

Enquanto ela se senta e comemos em silêncio, o e-mail que li ontem a noite veio em minha cabeça. Olho minha mãe e me pergunto se é uma boa hora pra perguntar sobre quem é Shawn.

— Mommy?

— Hum? — Ela resmunga enquanto ainda come.

— Quem é Shawn?

Ela para com o garfo no meio do caminho a boca e levanta a cabeça para me olhar. Eu nunca vi minha mãe tão branca na vida, e começo a pensar se não é uma boa ideia pedir por ajuda, caso ela esteja tendo um treco, ou algo assim.

Alguns segundos se passam enquanto nos encaramos, até que ela recupera sua impecável postura.

— Você tá atrasada pra escola — Se levanta, e vai para o quarto, como se nada tivesse acontecido, me deixando confusa.


Oilá meus anjinhos! Antes de tudo, queria agradecer pelas 100 visualizações no primeiro capítulo, mas confesso que senti falta dos comentários

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Oilá meus anjinhos!
Antes de tudo, queria agradecer pelas 100 visualizações no primeiro capítulo, mas confesso que senti falta dos comentários... ):
Eu nunca escrevi um capítulo tão rápido assim, e nem queria postar hoje, mas não me aguentei! Quero que chegue na parte boa da história logo.
Eu espero que vocês estejam gostando da história e continuem acompanhando. E comentando MUITO, sim, sou movida a comentários porque isso me mostra que vocês estão gostando.
Um beijinho pra vocês e até o próximo capítulo!

Me ajudem a divulgar DAC para que mais pessoas fiquem sabendo 💗💗

Diante à Coroa   | LUCAYA |Where stories live. Discover now