— O Romeu? Eu perguntei qual o seu nome e idade?

— Julieta! A resposta é Julieta — Respondi logo em seguida sem nem ter escutado a pergunta, o nervosismo espalhou pelo meu corpo.
Quando olhei quem tinha feito a pergunta, era o professor, ele estava querendo saber mais sobre os alunos. Era um cara alto, tinha uma voz grossa, tinha uma pele bronzeada, era bem forte parecia malhar todos os dias e estava todo de preto.
A sala toda deu risada, eu fiquei sem entender o motivo, pra falar a verdade eu não entendi nada que ele tinha falado, só escutei “o Romeu”. Logo em seguida quando a sala parou um pouco de rir ele me respondeu.

— Não vou admitir gracinhas na sala de aula e pra mostrar que não estou de brincadeira fora da minha aula agora!
Não consegui nem responde-lo e ele já falou.

— Leve seu Romeu com você!
Apontou para a garota que eu estava olhando e a mandou sair junto comigo, nesse momento percebi que a paixão que havia sentido não ia dar em nada, perdi a garota logo no primeiro dia e eu nem cheguei a falar com ela.

Pegamos nossas mochilas e saímos, no corredor enfrente a porta da sala, fiquei encostado na parede, a garota ao meu lado e o professor na nossa frente, eu só sabia pedir desculpas olhando pra ela e para o professor, ele me mandou calar a boca e começou um sermão.

— Cala a boca! Não estou aqui para brincadeira, quero os dois na biblioteca até o horário do intervalo.

— Me desculpa não foi a intenção eu estava distraído, na verdade nem escutei o que o senhor tinha falado — Eu disse.

— Não quero saber, se estava distraído é porque os dois estavam conversando, é por isso que quero os dois fora da minha sala — ele respondeu.

— Então culpe a mim, ela não teve culpa, eu nem a conheço! — Respondi rápido, na tentativa desesperada de a salvar do castigo — Um não seco e uma batida de porta foi o que recebi por isso.

Eu a olhei nos olhos e a pedi desculpas novamente, ela revirou os olhos com um olhar de “aff” saiu andando e me deixou parado esperando uma resposta, aquilo me fez ter a certeza que a havia perdido antes mesmo de ter tentado algo, e me fez notar que a nenhum momento ela falou, sem reclamações, xingamentos, até mesmo um simples ok, nada, não disse nada. Fui atrás dela, ela já estava chegando a biblioteca, entramos juntos e não tinha ninguém lá, iriamos ficar uma hora e meia sozinhos, eu precisava arrumar um jeito de concertar a cagada que eu fiz. Ela se sentou em uma mesa, redonda, com quatro cadeiras, sentei na mesma mesa, na cadeira enfrente a dela, ela me olhou da mesma forma que no corredor, levantou e foi pra outra mesa, percebi que a desgraceira estava feita, como eu ia concertar isso? Como??
Após um bom tempo sem fazer nada, apenas a observando, já sabia cada detalhe do seu rosto, ela tinha mesmo olhos claros, eram azuis quase brancos, lindos como ela. O tedio estava me matando e notei que estava matando ela também, decidi arriscar.

— Qual o seu nome? — Perguntei.
Ela me olhou de maneira diferente, com cara de brava, mas era diferente. Eu insisti.

— Olha vamos ficar aqui por muito tempo é melhor conversarmos antes que o tédio acabe com a gente...

— É Alicia! — Ela me interrompeu e respondeu rápido.

— O meu é Diego.

— Quem te perguntou? — Ela me disse isso com um olhar de deboche.
Resolvi deixar pra lá, queria ser simpático mas não deu, abaixei minha cabeça já pensando em dormir quando ela falou.

— Olha, foi mal, eu só não queria ter problemas no primeiro dia, e esse professor, se é louco, é um cuzão.
Levantei minha cabeça novamente já percebendo o tipo de garota que ela era, dei um sorriso e pedi desculpas novamente.

— Foi mal, não queria te arrastar para cá.

— Está tudo bem, a culpa não foi sua, aquele professor que é um otário — Demos risadas juntos.

O gelo foi quebrado, era hora de desenvolver um assunto legal para conhecer ela melhor.

— Você sempre morou aqui em Twrrion? — Perguntei.

— Não minha família é de Londres, mas tínhamos parentes aqui a muito tempo atrás então voltamos para cá.

— Caramba que maneiro, você não tem sotaque nenhum. — Falei sorrindo.

— É que eu e minha família sempre conversamos nesse idioma. — Ela sorrio e o sorriso dela era lindo, quase entrei em transe de novo, despertei quando meu coração acelerou, foi estranho por que quando ele acelerou ela olhou diretamente nos meus olhos, nesse momento desviei o olhar, não queria me aprofundar nessa paixão, ela era de mais para mim.

— Você está bem? — Ela perguntou levantando do seu lugar e se aproximando de mim.

— Es... Es... Estou? — Falei gaguejando pelo nervosismo e a excitação de vela levantar, ela tem um corpo maravilhoso, estava de vestido florido curto mostrando sua sexualidade.

— Não está parecendo, você parece nervoso — ela disse se aproximando e puxando uma cadeira para o meu lado.

Sentou-se do meu lado, bem próximo, nossos ombros se encostavam, a pele dela era macia, até então não tirei os olhos dos olhos dela, até que notei o tamanho do seu decote, era bem robusto e parecia bem aconchegante, meu coração acelerou muito mais, ela provavelmente notou meu olhar malicioso porque se aproximou o seu rosto bem próximo ao meu, voltei meu olhar pro rosto dela, observei a sua boca vermelha e carnuda, olhei diretamente pros seus olhos eram lindos e tinha um brilho especial, ela se aproximou do meu pescoço como se fosse beijá-lo ou morde-lo, eu literalmente travei, não conseguia me mexer, até o sinal da escola tocar, foi como um despertador, ela parecia ter saído de um transe hipnótico quando olhei novamente para ela seus olhos tinha outra cor, era um rosa, ou vermelho bem claro, não sei dizer ao certo, então falei.

— Seus olhos?! — Falei apontando para eles.

— Não é nada, tenho conjuntivite — Ela falou coçando os olhos, levantou e pegou sua mochila.

— Vamos? já é hora do intervalo. — Ela disse abrindo os olhos e olhando para mim, eles já estavam normais, então saiu andando em direção ao corredor.
Fiquei sem reação, eu sei o que vi, e não era conjuntivite não. Resolvi insistir.

— Não! Espera, vamos...

Ela já tinha saído da sala e não consegui perguntar nada sobre aquilo.

TwrrionWhere stories live. Discover now