— Se não me abraçar de volta, pensarei que me odeia... — Sussurrou ele.

Ela imediatamente passou os braços ao redor do corpo dele.

— Davi...

— Feliz aniversário.

— O-obrigada.

A uma certa distância dos dois, Laura observou a cena com uma surpresa evidente, assim como Roberta. Quando a aniversariante foi um pouco afastada, emudeceu-se, observando o rosto do nefilim à sua frente, que exibia um sorriso unicamente destinado a ela.

— Vai à fogueira, hoje à noite? — Perguntou Davi, notando que os curiosos já haviam parado de prestar atenção neles.

Diana assentiu.

— Eu não perderia!

— Certo... depois de um tempo, poderemos caminhar um pouco, se quiser.

Mentalmente, a garota se perguntava se aquilo era uma espécie de pegadinha, ou um aposta feita pelo seu irmão, apenas para irritá-la. Custava-lhe crer que aquela situação realmente estava acontecendo. Ansiosa e terrivelmente nervosa, ela apenas assentiu, e logo saiu de perto do rapaz, temendo mostrar o quanto queria ter um momento apenas deles. No momento em que sua irmã se afastou, Eros se aproximou do amigo, chamando-lhe a atenção.

— O que foi isso? Não me diga que você finalmente...

— Sim. — Davi afirmou. — Diana é descaradamente direta sobre os sentimentos que tem por mim, você bem sabe.

— Todo mundo sabe... — Murmurou Miguel, que ouvia à conversa.

Eros se encontrava um pouco nervoso, talvez devido à sua irmã estar sendo cortejada por um amigo, mas de algum modo, ele não entendia como, absolutamente do nada, Davi finalmente resolvera aceitar os sentimentos dela.

— Espero... — Murmurou, observando-o olhá-la. — Eu não quero que você a magoe.

— Por que eu faria isso? — Retrucou o rapaz de madeixas castanhas, seriamente. — Ambos somos adultos, ela gosta de mim... e embora eu não possa retribuir da mesma forma, gostaria de tentar.

Arriscar? Pensou Eros, então olhou para a própria irmão de relance, que sorria animadamente com as amigas.

O garoto não era capaz de ser tão gentil quando se tratava dela, a pessoa que, para ele, era a mais importante do mundo. Afinal, Diana era sua irmãzinha, aquela que ele jurou proteger para sempre.

— Entendo... Mas quero que tenha algo em mente. — Pediu ele, num tom baixo, de modo que apenas Davi foi capaz de escutar. — Ainda que eu o considere um dos meus melhores amigos, se machucá-la, mesmo que só um pouco... eu juro que vou arrebentar você.

No entanto, não era preciso o uso daquela ameaça, Davi tinha consciência do quanto Diana era importante para Eros, e ainda mais do que o mesmo era capaz de fazer por ela.

Irritado com o barulho do refeitório, Nicolas decidiu voltar para o seu dormitório, a fim de tomar um banho, e então almoçar pacificamente, sem a aglomeração de pessoas que havia lá, naquele instante. Com as mãos nos bolsos da larga calça de moletom que usava, ele caminhou pelo corredor, e então avistou uma nefilim próxima a um canteiro de flores. Normalmente, sequer a teria notado ali, não fosse os longos fios claros dela, que caiam como uma cachoeira prateada sobre suas costas. No momento em que desviaria os olhos, notou-a cambalear um pouco, e imediatamente correu para até ela, impedindo sua queda.

— Você está bem? — Indagou ele, então notou uma palidez anormal no rosto angelical da menina.

— Desculpe... só estou um pouco... — Eva não foi capaz de concluir uma resposta, visto que apagou sobre o rapaz que a segurava.

DescendentesWhere stories live. Discover now