Descendentes

16 - Equívoco?

— Você só precisa continuar sendo você mesma! — Exclamou, esperando que Eva compreendesse -o que não aconteceu.

Ambas caminharam para fora do cômodo, encontrando Laura e Roberta.

— Ouço a voz do Eros... — Comentou Laura. — Finalmente, já estava morrendo de fome.

No momento em que o grupo de nefilins alcançou o refeitório, Roberta e Laura gritaram "Parabéns" em uníssono, e todos se surpreenderam com a decoração simples, porém extremamente bem feita das meninas. Havia fitas coloridas ao redor de uma grande mesa, na qual se encontrava o bolo de chocolate, especialmente feito e enfeitado por Eva. Na parede, os nomes "Diana" e "Eros" estavam escritos em um cartaz, com algumas frases deixadas por Laura e Roberta, e um grande espaço para os outros nefilins escreverem os seus. Eros agradeceu a todas, em especial à sua melhor amiga pela ideia.

— Eu sei que você me ama, Rob. Pode admitir, eu não contarei a ninguém. — Ele falou ao seu ouvido.

— Cale a boca, exibido. — Retrucou Roberta, fingindo irritação.

De longe, Nicolas obervou a interação harmoniosa dos dois nefilins, levemente curioso para saber como ambos -com personalidades tão diferentes- tornaram-se amigos aparentemente tão próximos. Enquanto era parabenizada por alguns alunos, Diana ouve o som de mensagem em seu celular, duas vezes. Embora já soubesse de quem se tratava, estava ansiosa para ler. Como esperado, a primeira era de sua mãe.

MEU ANJO, COMO VOCÊ ESTÁ? GOSTARIA DE ESTAR COM VOCÊ, MAS INFELIZMENTE ESTOU TRABLHANDO NUM CASO... ENFIM, PARABÉNS! CÉUS, NEM ACREDITO QUE VOCÊ JÁ COMPLEOTU DEZENOVE ANOS! ESTOU ORGULHOSA DE TER UMA FILHA INCRÍVEL COMO VOCÊ, E DESEJO QUE SEU DIA SEJA MARVILHOSO. SINTO SUA FALTA...

COM AMOR, MAMÃE.

Diana sorriu ao terminar de ler o pequeno texto, e sentiu seu coração apertar de saudade, ainda que soubesse que estava tudo bem em sua casa. Com um suspiro, abriu a segunda mensagem, sem se surpreender com o conteúdo.

FELIZ ANIVERÁRIO, GABBE, ESPERO QUE ESTEJA BEM.

Como seu nome completo é Diana Gabrielle Albuquerque, Luca era o único a chamá-la de "Gabbe", de modo que era um apelido extremamente especial para a mesma. Ainda que a felicitação de seu pai fosse algumas poucas palavras, a menina tinha certeza de que o amor estava incrustado nas entrelinhas daquela mensagem.

Do outro lado do imenso salão, em meio a conversas desconexas e altas risadas, Eros também recebe suas próprias mensagens. Decidiu começar pelo pai.

PARABÉNS, EROS.

Espero que tenha feito melhor do que isso para Diana. Pensou Eros, uma vez que sempre se irritara com a forma fria e distante de seu pai, pois sabia que a irmã era muito dependente emocionalmente do mesmo. Sem mais demora, abriu a mensagem seguinte.

PARABÉNS, MEU AMOR! ESTÁ TUDO BEM COM VOCÊ? NÃO ESTÁ CAUSANDO PROBLEMAS A JULIANA? ESPERO QUE NÃO... ESTOU COM SAUDADE DA SUA RISADA PARA ALEGRAR OS MEUS DIAS, MAS SEI QUE SE ESFORÇA O QUANTO PODE ONDE ESTÁ, E TENHO ORGULHO DE CHAMÁ-LO DE FILHO!

BEIJOS, MAMÃE.

— Coisa mais irritante e insuportável da minha vida! — Exclamou Diana, logo o abraçando por trás. — Hoje é o nosso dia.

Ela a olhou por cima do ombro, a julgar pela expressão alegre em seu rosto, deduziu que recebera mensagens de seus pais também.

— Diana? — Chamou-a Davi, surpreendendo-a.

— Sim...?

Ela desgrudou do irmão, que apenas observou a cena a seguir. Davi a envolveu nos braços sem sequer lhe dar tempo para processar o que estava acontecendo. Por alguma razão, os olhares dos demais nefilins pararam imediatamente em ambos. Diana, pega de surpresa, mal foi capaz de retribuir o aperto, já que tentava entender como, de repente, era envolvida carinhosamente pelo garoto por quem nutria sentimentos.