Os dias ultimamente tem sido uma completa confusão, e agora eu sinto uns enjôos com muita frequência, assim como tonturas, dores de cabeça... Fico surpreso por hoje ter conseguido treinar sem sentir nenhum desses sintomas...

- Deus, como eu preciso de um banho! - Passo a mão pelo meu rosto e decido (finalmente) me levantar.

Vou até uma das cabines de chuveiro daqui, entro e depois de trancar a porta começo a me despir. Deixo a água quente escorrer por meu corpo e logo eu relaxo, deixando que ela leve embora todo meu cansaço. Eu não costumava tomar banho no colégio pelo fato de não ser seguro para ômegas, porém os antigos diretores fizeram melhorias, separaram as duchas por cabines que podem ser trancadas por dentro e são completamente seguras. Nunca houve um caso de ômega molestado ou algo assim, mas realmente é melhor previnir do que remediar, não? Imagine se um de nós entra no cio durante o banho com alfas logo ali... Seria desastroso!

De repente ouço o barulho da porta se abrindo e fico tenso. Não sei porque mas instintivamente eu entro em alerta e passo a prestar atenção. Pode ser apenas um dos jogadores, mas...

E se não for?

- Olá... - Digo desligando o chuveiro, e estranho quando não recebo resposta.

O lugar continua completamente silencioso, mas eu tenho certeza absoluta de ter ouvido essa porta abrir. Não é possível que não haja ninguém aqui!

Decido me vestir na cabine mesmo, apenas por precaução. Abro a portinha de aço maciço lentamente, olhando em volta com cautela. Sei que posso estar sendo ridículo mas algo dentro de mim me diz para tomar cuidado, algo dentro de mim se sente ameaçado... É como se meu instinto me dissesse que estou em perigo.

Mas como posso estar em perigo se não tem ninguém além de mim no vestiário?!

Arrumo minhas coisas o mais rápido possível para sair desse lugar medonho. Jogo tudo de qualquer maneira na mochila, minha respiração já começa a ficar descompassada... Posso estar exagerando, eu sei...

Mas e se não estiver?

- Puta merda! - Ralho quando já estou na porta, porém lembro que deixei meu celular em cima de um dos bancos, e obviamente tenho que voltar para buscar.

Assim que chego ao banco e pego meu celular, o chuveiro de uma das cabines se abre.

Puta. Que. Pariu!

Sem ao menos olhar para trás saio correndo do vestiário. Corro feito um louco sem ao menos presta atenção para onde estou indo, e só paro quando acabo esbarrando em alguém. Um menino.

- Hey, hey, calma... - O garoto me segura pelos braços. Aos poucos vou me acalmando, e só então ele volta a falar. - O que aconteceu? Por que está correndo assim?

- E-Eu... Eu estava... Ai, meu Deus... - Por ainda estar ofegante eu praticamente não consigo falar.

- Você quer um pouco d'água? - Ele pergunta e eu aceno freneticamente com a cabeça. O moreno então tira uma garrafa de sua mochila e me entrega, e eu bebo quase tudo de uma vez só. - Wow, vá com calma...

- Nossa, obrigado... - Lhe devolvo a garrafinha. - Eu nem percebi que estava com tanta sede.

- Impossível não estar, parecia que estava correndo uma maratona. - Ri e eu coro, mas rio também. - Então, vai me dizer de que estava correndo?

Olho envolta e percebo que estávamos próximos ao pátio.

- Podemos nos sentar? - Peço, e ele concorda.

- Mas é claro! - O menino sorri mais uma vez. O levo até o local onde fico com os garotos durante o intervalo, este que provavelmente irá começar daqui a pouco.

DUPLE (Larry A.B.O.)Where stories live. Discover now