ASCENDENTE

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Sei que, há muito tempo, disse que esse seria o último, mas não consegui. Às vezes a vida é complicada demais, porém seguimos em frente. Isso é o que eu tinha escrito até agora, e o final sai logo. Espero ter pego o embalo.

Depois de muita coragem que colocaram em mim e depois de assitir o vídeo da Jout Jout "A FALTA QUE A FALTA FAZ", quis publicar o que já tinha. Gente, se amem. É isso que eu quero dizer. Se amem e vivam para você a cima de tudo. É fácil dizer, mas é assim que tem que ser. Eu amo amar vocês, e quero que vocês se amem do mesmo jeito.

Lo que siento é surreal, não posso mentir para você de verdade - Lo que Siento.

Louis pensou que seria uma cena, mas não chegou nem perto disso.

Ele pensou que choraria ou que cairia de joelhos, se rendendo. Que o mundo explodiria em cores, sons e sabores. Que um coral entraria na sala e começaria a cantar Singing in the Rain, enchendo o lugar de calor e mandaria o frio e o cinza embora. Que o corpo sucumbiria em chamas. Porque the sun's in my heart and I'm ready for love...

E que Harry sorrisse e o mundo que se danasse. Porque Louis tinha certeza, agora.

Mas nada foi uma cena. Não uma cena de amor.

Louis conhecia cenas de amor. Conhecia o amor por Joahnnah, pela avó e por Liam. Conhecia o amor de Romeu e Julieta; a cena de amor dos dois. Mas amor por Harry... Ele pensou que seria uma cena dessas, quando o mundo para e a respiração falta. Quando todos olham para a televisão e, mesmo que não se importem, suspiram.

Mas nada disso aconteceu quando Harry deu as costas e foi embora, deixando que mais frio entrasse, rápido do mesmo jeito que entrou. Deixando uma lacuna entre Louis e o resto do mundo - deixando uma lacuna entre Louis e os próprios sentimentos, jorrando para fora do corpo. Saindo pela pele e pelos olhos, implorando. Pronto e brilhante. Quando Louis estava certo e brilhante. Brilhante. Deixando a cena se partir ao meio.

O celular de William tocou de novo, e ficou zumbindo pelo hall, no silêncio da manhã. Os flocos de neve lá fora não estavam mais silenciosos do que ali. O trazendo de volta.

Louis piscou.

Ele olhou para os pés, metidos em meias e dormentes. Para a roupa amarrotada e para as mãos perdendo calor. Depois para o lugar que Harry deixou vazio, só para ter certeza que ele havia ido mesmo. Dado as costas e metido o pé, deixando Louis no vento.

“Louis.”

William, celular zumbindo.

Louis, sozinho.

William, chegando perto.

A porta, abrindo novamente.

Ah, mas que merda.

Harry, trazendo mais frio; neve nos sapatos. “Quando você disse que me ama, você quis dizer que me ama agora, não é?”

Louis piscou de novo, e o zumbido do celular de William foi desaparecendo junto com ele, para o outro lado da casa. E aí mais frio, porque Harry deixou a porta aberta, e o ar meio estranho.

“É”, foi o que Louis disse. E ele começou a rir, porque ele imaginou o coral entrando pela porta atrás de Harry (talvez o próprio Gene Kelly). Ou que começasse a chover ali mesmo, no meio do hall. Porque é. É assim mesmo, Harry. Desse jeitinho.

Mas Harry ficou parado, olhando Louis rir. Ele parecia como se ainda estivesse de pé no quarto de Margaret, dizendo a Louis que já estava indo. Hesitante, vermelho e úmido. Um Harry de inverno. Diferente do Harry de março, no finalzinho do frio. No começo de março, quando ele sorria e Louis sentia que algo se desprendia. Quando ele sentia nojo dos próprios sentimentos, transbordando raiva e aquilo que crescia toda vez que Harry (Harry de março) o tocava.

REFLECT | l.s » twin!louisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora