LUTAR

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Não, nós nunca vamos pará-lo. Não, nós nunca vamos pará-lo, não - Chocolate.

A primeira carta de admissão de William para uma universidade chegou na segunda feira. A primeira de muitas que chegariam.

"Eu já me sinto lá", ele gritou. Parecia que ia explodir. "Washington! Waaaaashington!"

Louis estava encostado no sofá, mexendo na ponta da gravata vermelha. William estava andando de um lado para o outro, abanando o papel grosso na mão.

"Mas e New York?"

Ele deu meia volta e foi até Louis, a cara toda desafiadora.

"Não tenta estragar o momento", a voz saiu como uma bronca; estava todo elétrico. "O que importa é que eu vou embora... Não importa pra qual lugar exatamente."

Louis quase conseguia ver o turbilhão de coisas do rosto de William. Ele sabia que havia o medo de não passar para nada (William só se inscreveu em universidades do Estados Unidos, de todo caso. Se ele não passasse para nada iria ter um chilique – mas ele era inteligente pra caralho).

"O.K, desculpa", Louis mordeu os lábios. Agora, também tinha o perigo de dar um chilique. "De qualquer forma, parabéns. Sério, eu..."

E William ficou encarando, sem nenhuma careta no rosto. Havia tempo que Louis não o via assim – havia tempo que Louis não o via. Sempre ocupado, sempre no quarto. Nunca perto. Mas também não importava mais. O irmão nem chegava a ser algo sólido.

"Obrigado", ele respondeu. E voltou a ficar elétrico.

William iria embora, para longe. E isso confortava Louis, porque não o teria aqui. Não veria a dor – existiria?

"Já ligou pra mamãe?", Louis pegou a mochila do chão.

"Tentei, mas ela não atendeu", ele levantou a cabeça, olhando para o teto. "Ela vai pirar."

Ele ficou em silêncio, apertando o papel contra o peito. Parou de vibrar por uns segundos, depois balançou a cabeça.

"É a hora de fazer um tweet", e correu lá para cima, levando a onda elétrica.

Mesmo com todas as merdas – todas mesmo, desde traição entre irmãos e a maldade que William era – Louis estava aliviado. William tinha conseguido. Uma universidade em outro continente, meu Deus.

Se tudo estava dando certo para William, por que não poderia dar para Louis também?

O telefone fixo tocou.

"Oi."

"Oi, querido", era Joahnnah. "Quem me ligou? Estava no laboratório."

"William", Louis respondeu e foi para escada. "Ele tem uma coisa pra te contar."

"Ah, é?"

"É", Louis subiu a escada e foi para a porta de William. "Vou entregar o telefone pra ele."

Ele enfiou a mão na maçaneta e girou, mas estava trancada. William trancou a porta?

Louis pressionou o telefone no peito e bateu.

"William!"

Ele ouviu um barulho lá dentro, e depois William abriu a porta parcialmente.

"Que é?"

Louis estendeu o telefone e William pegou, mas antes de fechasse a porta na cara dele, Louis enfiou o braço na frente para escancarar a porta. Ele fez força contra Louis, e quando viu que não dava para fechar, fez careta e deu um passo para trás, depois virou o rosto para a janela.

REFLECT | l.s » twin!louisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora