Hold, hold on, hold onto me
'Cause I'm a little unsteady
A little unsteady
(Unsteady, da banda X Ambassadors).
Estávamos entre as nuvens. Meu coração disparado por estar sentada ao lado de um desconhecido e minha visão voltada para a janela. Não sabia como passaríamos toda a viagem, se conversaríamos ou iríamos continuar sem trocar palavra. Mordi o lábio. Também não conseguia compreender como, mesmo não o conhecendo, sentia-me bem ao seu lado. Será que o conhecia e não sabia? Poderia ser possível, afinal, minha memória estava com problema ultimamente.
Uns quinze minutos se passaram para que o garoto ao meu lado tentasse dizer mais do que já tinha dito até então.
– Hum... Você... Nós não...? Qual é o seu nome? – ele conseguiu indagar, finalmente.
Pensei um pouco em suas sentenças. Nós não o que? Será que ele sabia quem eu era? Será que nós já havíamos nos encontrado? Era possível. Mas, se ele me conhecia, por que não sabia meu nome? Franzi o cenho, encarando a janela. Talvez nós não nos conhecêssemos. Talvez ele estivesse me confundindo com alguém. Talvez Roxy o tivesse confundido com alguém. Isso também era possível. Qual das opções era mais provável?
– Rebecca Morgan – respondi, virando-me para ele e percebendo que me fitava com seus olhos azuis profundos e brilhantes. Um pouco nervosa, e sem saber se deveria prolongar aquela conversa, prossegui: – E você, quem é? – mordi o lábio.
– Seth Morrison – retrucou, estendendo-me a mão para um cumprimento, sorrindo. Apertei a mão dele por um breve momento, sem tirar os olhos dos seus. – Foi escolhida como escritora, atriz, artista gráfica? Não, espere... Por música?! – perguntou o último item de um modo diferente, mais afirmando do que indagando, erguendo uma sobrancelha.
– Música – falei, balançando a cabeça. – E quanto a você?
– Coincidência... Ou talvez não. – Riu, o que fez seus olhos brilharem ainda mais. Meu coração disparou. Aquele riso fez despertar algo na minha mente. Não sabia exatamente o que, mas me fez sentir algo. Poderia, sim, conhecê-lo. Não sabia se devia me juntar a ele e rir. Não sabia o que fazer, nem se devia continuar conversando com ele. – Então... que instrumento você toca?
Pegou-me de surpresa, desprevenida. Não faço a menor ideia do que toco – pensei, desesperada, nervosa, minhas mãos começando a suar. Passei-as na calça jeans. Se é que toco algo. Engoli em seco por não saber o que responder. Por algum motivo, não conseguia tirar os olhos dos dele, e sabia que estava ansioso por uma resposta.
Passei alguns minutos desse jeito, sem dizer absolutamente nada. Meus olhos deviam mostrar inquietação, nervosismo, porque o garoto se mexeu, preocupado.
– Tudo bem – apressou-se em dizer, colocando a mão na minha sobre o braço do assento. Isso fez meu coração acelerar. – Me desculpe. Acho que estou apressando as coisas. Não precisa me responder – ele parecia nervoso e, me dizendo isso, fez com que eu me sentisse aliviada.
Respirei fundo.
– Está tudo bem... – sussurrei; não porque essa era a intenção, mas por minha voz ter saído assim mesmo.
– Sinto muito – continuou a se desculpar com os olhos ainda fixos nos meus; sua mão trêmula me tocando. Dei um breve sorriso, tentando lhe mostrar que realmente não tinha problema. Mordi o lábio. O que mais poderia dizer?
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A Chance da Minha Vida [DEGUSTAÇÃO]
RomanceO que você faria se você fosse sorteado para fazer parte do reality show mais famoso do mundo? Rebecca Morgan despertou de um pesadelo e, ao acordar, sua memória não existia mais. O que será que tinha acontecido para sua memória se esvair assim? Af...