Sexo a Três 2: A necessidade da verdade

capítulo 2

Julia

Você precisa voltar pra casa..."

Casa. Fazia tempo que essa palavra não passava pela minha cabeça. Onde é minha casa? Lógico que eu tinha uma casa, na verdade era uma casa e tanto, mas quando Peter me mandou ir pra casa, ele não pensava em algo material e sim em alguém.

A expressão que ele fez ao me ver me deixou realmente em dúvida se eu tinha acertado em ter voltado pro meu lar. Fiquei triste, mas não demonstrei ele tinha nas mãos toda a razão de sua raiva. Seus olhos demoravam de mais em mim então, soltei a bomba.

- eu te amo, sempre te amei - ele arregalou os olhos e não disse nada durante uns dois minutos. Se ele não tivesse reagido daquela forma, eu poderia dizer que não estava bem, mas ele estava principalmente quando disse :

- preciso de tempo - foi a minha vez de ficar em silêncio.

Tempo...

Eu sabia que não havia mas nada a dizer então, beijei sua bucheca e saí. Meus pensamentos estavam em turbilhões, como pedaços de cacos de vidro se transformando em pedaços menores ainda.

Demorou dez minutos antes que Alan pudesse me chamar, não me virei pra ele.

- Julia, espere.

- o quê.

Ele para não vai se aproximar muito.

- por que? - sua pergunta me deixa em dúvida do que ele realmente que saber, penso em virar pra ele mas antes que eu possa fazer isso me dirigo ao elevador.

- há tantos por ques- eu digo - por que agora?

- porque foi vocês que foram embora, eu fiquei porque eu sempre fico - ele da dois passos pra frente e recua. Posso sentir sua respiração pesada. Ele esta com raiva.

- mas não é essa a questão não é Alan? - falo enquanto espero o elevador chegar- o problema é que sabíamos, sempre soubemos onde iríamos parar, mas mesmo assim continuamos e agora estamos pagando. Ele não vai voltar e você tão cedo irá descobrir isso.

- eu sei. Então me diz e você - agora entendo o motivo de sua pergunta. Alan não vai mais andar e eu não vou me virar pra ele, é como se fosse um Adeus sem partir. É chegar o outono sem interferir na primavera.

- dessa vez- as portas do elevador se abrem e sem hesitar entro nelas- é você quem decide.

Então as portas se fecham, mas continuo de costas me recuso a deixar minhas lágrimas caírem.