Eleven

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Viajamos mais de 6 horas pelo o que a aeromoça falou. Quando desembarcamos ja estava noite. Meu coração enche de emoção de lembrar de Florida como uma nostalgia boa  Miguel permanecia com a expressão confusa tentando se situar do local e do que fazer. Ele segura em minha mão  e me guia pela multidão ate a saida, tento lembrar o endereço certo do lugar quando entramos no taxi.

   ❥▲❥

Olho pela a janela do táxi a casa que um dia…  Devo esquecer.  
   Miguel paga o táxi e depois saimos caminhando pela areia. A casa era um pouco distante das outras e era bem na frente da praia. Ela não mudou nada, a sensação era a mesma, a sensação de paz, a qual não encontrei em nenhum lugar. Subismo a escada de dois degraus, vou até uma decoração de beija flor e pego a chave que está dentro. Abro a casa um tanto   nervosa, a casa continua a mesma. Ela é toda em madeira até mesmo os móveis. Adentro no lugar  ignorando Miguel, a sala está tudo certo vou até a cozinha que se localiza depois da escada, sem ninguém. Subo as escadas com as lembranças vividas daquele lugar, o odiava e amava com a mesma intensidade.

  Só tem dois quartos e ambos estão arrumados e vazios. Desço a escada e avisto Miguel na janela observando a praia.

  — O caseiro só vem final de semana. — digo parada na escada o olhando.

— Ótimo. — ele diz sem mesmo me olhar.

— Você está me ignorando... Por que? — pergunto cruzando os braços.

— Você está ficando doida. — ele sai da janela e caminha até a minha direção. Ele passa perto suficiente pra me encostar, mas sou ignorada completamente, ele sobe a escada me deixando sozinha na sala. Nunca me sente tão rejeitada. Nunca me sente tao boba.  

   Fico um tempo sentada no sofá até que decido colocar música no rádio, pego o CD do Aeromisth
me sentindo nostalgica com Crazy.

    Depois de ouvir umas seis músicas ouço os passos de Miguel descendo a escada.

— Tomou banho? —  pergunto sentindo o cheiro de sabonete.

— Sim. — quase nem ouço sua voz por causa do som. Ele senta do meu lado e ficamos alguns minutos em silêncio ouvindo I Dont Want To Miss A Thing.

— Meu pai gostava. — digo pensando nas poucas vezes que ouvimos jantando. Miguel continua sem falar nada.

— Vamos numa loja perto daqui. Pra comprar roupas e comida. — digo pensando em nossas roupas ou nas roupas que não temos. Miguel continua com a camiseta social e a calça social e eu com as mesmas roupas de dois dias. Me sinto envergonhada por Miguel me ver assim, suja com o cabelo emaranhado com olheiras e disprovida de qualquer maquiagem. Minha imagem e meu cheiro não é agradável a ninguém.

— Vamos. — ele diz pela primeira vez sem desviar o olhar.

   
  Apos pegarmos o metrô chegamos na famosa rua.  Como sempre estava cheio de pessoas, mas nada caótico como Nova York. Andava agradecida pelo o barulho e por ver pessoas diferentes, era contagiante e safastorio estar de volta a esse mundo.  Mas não era as pessoas que me faziam sentir isso e sim o calor de Miguel ao meu lado.
 

  — Vou entrar nessa loja. — ele assente e entramos numa loja. A loja era grande e tinha muitas opções principalmente pra quem não tinha nenhuma roupa. Mas me controlei já que Miguel iria pagar, e ele estava fazendo de mais por mim. Por fim escolho duas calça e algumas blusas e um vestido, passo por uma prateleira de biquínis e resolvo levar um já que morava ao lado da praia. Miguel também faz suas compras, duas bermudas com algumas camisetas. Miguel paga tudo com seu cartão e saímos da loja.

— O que acha de um sorvete? — pergunto levantando a sombrancelha em uma sugestão.

— Eu vou pra qualquer lugar com você. — ele diz se aproximando e colocando uma mecha loira e solta colocando de volta atrás da minha orelha. Me afasto dando um passo pra atrás evitando seu olhar e com todas as forças digo.

— Vamos. — digo com a voz firme, ele fica em silêncio.

No caminho penso em nossa relação - se poderia entitular isso de relação -  Obviamente estava apaixonada por ele, desde o início eu sente a famosa sensação de borboletas em minha barriga, o meu corpo trêmulo, meu corpo se aquecendo toda vez que ele se aproximava. Como me sentia tão livre perto dele, tão leve, protegida e amada. Era estranho pois nunca tive um amor ou me apaixonei e não sei exatamente se é assim que funciona.
De qualquer forma eu acho ainda a situação toda muito  fria, como se eu não tomasse rédeas da situação. Não havia motivos para me apaixonar por uma pessoa que não tinha nada em comum e que nem conhecia. Histórias de amor não devem funcionar assim, o meu conto de fadas não deve ser assim. 
Não tivemos nenhum contato íntimo e é algo que desejo como nunca desejei, mas por um estranho sentimento de orgulho não conseguia me entregar. Eu o amava, e ele também provou que me ama, qual homem iria arriscar sua vida assim? A antiga Brianne acabaria tudo isso uma grande bobagem, eu era sensata.

Tudo existe um porquê, eu posso até mesmo estar apaixonada por ele, mas ele… Um lado diz que tudo isso e um plano maligno de meu pai e o outro é que talvez Miguel realmente me ame.   Tantas vezes minha tia dizia que nunca deveria deixar meus instintos, minha sensatez ir embora pois ela seria minha sobrevivência. Não queria ser a menina inocente que caminha para o perigo iminente, sempre achei filmes de terror uma grande tolice. Mas cá esta eu, sendo atraída por um desconhecido, mesmo sabendo que essa história não terá um final feliz.

Estava óbvio que não conhecia nada de Miguel e ele não parecia revelar nada, o que me resta era duvidar de seu caráter. E era nisso que eu me agarrava, o mundo é perigoso, e  o amor enfraquece e depois mata. Eu vi esse filme passar bem em meus olhos, e promete a mim mesma não ter o mesmo destino.

  Paramos em uma sorveteria cheia, enquanto escolho meu sorvete junto com Miguel. Observo as mulheres bronzeadas me lembrando de como eu era. Elas riem alto jogando seus cabelos lindos e sedosos pra atrás despreocupadas com o seu presente e quem sabe do seu futuro. E eu sou um poço de inseguranças fingindo viver uma vida normal.

  Sentamos perto da janela, enquanto saboreamos o sorvete observando as pessoas passando apressadamente.

— O que foi Anne… Nos conhecemos a pouco tempo mesmo assim conheço esse seu olhar. — diz Miguel ignorando seu sorvete.

— Não sei, Romeu. Não, sei. Não sei de nada mais. Estou confusa tanto quanto você.

— Não fique assim. — sinto a mão de Miguel apertando minha mão, finalmente o olho deixando que minhas lágrimas saiam.

— Quero minha casa e esquecer esse pesadelo. Só isso.

— Fizemos uma escolha Brianne, temos que arcar com as consequências. — ele diz pela primeira meu nome desde que chegamos e não pensei que seria nessa frase.

"A paixão sem a razão é cega,
a razão sem a paixão é inactiva."
Baruch Von Espinoza

"Baruch Von Espinoza

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⏰ Last updated: Jun 17, 2018 ⏰

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