Seven

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    Meus olhos se encheram quando ouvi a voz que poderia reconhecer em qualquer lugar,  era Miguel. O reencontro se esfria o suficiente para que eu analise a situação. Ainda sinto a queimação em meu peito mas nada exorbitante comparado ao que estava sentindo.

  — Miguel, eu... por favor, me tire daqui. — suplico para ele sem me importar que ele é um dos homens do meu pai ou se é um desconhecido, para mim ele não é nada disso mas tenho que ser realista.

— Preciso que você me diga onde está chave. — ele diz calmo e baixo, meu coração quase pula pra fora.

— No escritório. Olhe nas gavetas ou dentro do álbum de fotos, ele está na segundo na gaveta. — digo e logo ouço seus passos se afastando. Estamos sem tempo. Fico eufórica e mordiscando os lábios como uma criança assustada e ansiosa.

   Parece que os segundos se tornaram minutos, minutos longos e exaustos. Todas as possibilidades passaram. Desde de meu pai o pegou, meu pai sabe, meu pai sabe de tudo e isso tudo é uma armadilha, essa última hipótese não faz sentido nenhum. Eu não queria, sei que isso é perigoso, mas eu confio em Miguel e o odeio por isso.

  Finalmente ouço passos que espero mais que tudo que seja Miguel. Ele destranca a porta e abre revelando Miguel com seu rosto angelical. Ele continua tão belo como antes, mesmo com seu olhar preocupado. Seu cabelo negro cai na sua testa deixando o mais sexy. Não não, foque Brianne. 

— O seu pai está lá fora se despedindo dos homens, temos pouco tempo, vamos sair pelos fundos. — concordo com a cabeça deixando as dúvidas pertinentes pra trás. O  importante é sair daqui. Descemos as escadas e pelas graças de deuses meu pai não está na cozinha nem na sala. Passamos pelo corredor pequeno e pela lavanderia até chegar na porta dos fundos que novamente pelas graças dos deuses está aberta. O quintal está sujo e as flores murchas mas isso agora é de longe um problema.

  — E agora? Não podemos ir muito longe a pé. — digo enquanto escoramos em uma parede. Miguel discretamente olha pra frente da casa.

—Tenho um plano. Que Deus nos ajude. — queria perguntar qual o plano, queria perguntar porque estava com medo mas fiquei calada para não tirar sua concentração. O medo que sinto esfria meu corpo, sinto também ele tremendo, talvez seja pelo frio ou a nossa fuga. De qualquer forma chego mais perto dele suficiente para que os nossos braços roçem. O calor que ele emanei-a nos deixa mais quente, mais forte.

— Fique atrás de mim, mas perto suficiente. Vamos.  — engulo em seco quando saímos do nosso esconderijo e corremos até a frente da casa. De onde estamos já consigo ver um carro preto e a voz do meu pai se despedindo. Estremeço pensando em sua punição quando me visse aqui, foi um erro eu sabia, eu sabia. Chegamos perto mas não tão perto, as árvores e a escuridão nos protegia.  Henrico entra em casa e um homem barrigudo com o sorriso brilhante abre o carro. Miguel sai da escuridão e o homem percebe sua presença e eu...contínuo paralisada me sentindo segura na escuridão.

— Saia de perto do carro agora. — o homem já tinha aberto a porta do carro. Não consigo pensar em nada, só penso em erros. Miguel estava assinando a  sua própria morte. O homem começa a rir alto, só penso em meu pai e punições. Miguel já estava com sua arma apontando pra ele. O homem não estava muito pra atrás, ele agilmente pegou sua arma e agora apontava para Miguel.

  Miguel mantinha seu rosto sério mas com um olhar diferente do que eu normalmente via. Um olhar desafiador, sentindo prazer naquele jogo. Penso em quantas vezes eu via aquele olhar em meu pai.

— Solte sua arma, Roberto. — Miguel diz dando um passo pra frente a risada do homem fica mais alto e cruel.

— E você irá me obrigar? Ah Miguel... Sabia que não podia confiar em você.  — eu aos poucos saio do escuro e o homem volta totalmente sua atenção a mim, seu rosto demonstra incredulidade.  Miguel sem excitar dispara no peito do homem. Os olhos dele se arregalam quando o sangue começa a sair de seu peito, ele não cai, só da um passo pra atras e depois dispara em Miguel. Mas o homem devia saber desde o inicio o seu fim, a arma não estava carregada, fico a imaginar como  Miguel conseguiu este grande feito.  Os olhos de Roberto se arregalam mais, o sangue escurece mais a sua blusa branca. Miguel vai ate o corpo de Roberto o qual ainda estava agonizando,  e pega no bolso da sua calça a chave do carro. 

— Vamos. — Miguel segura minha mão até entrarmos no carro. Ele entra no banco do motorista e eu entro ainda petrificada olhando o homem cambaleando tentando se levantar.  

  Miguel da partida no carro logo depois de colocar seu cinto, faço o mesmo. Quando o carro engata vejo Henrico saindo da casa com seu olhar de puro ódio. O carro sai em toda velocidade e não olho pra atrás.

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"O amor pode surgir da mais simples amizade ou do ódio mais forte e perigoso ."

Alysson Lucas  

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