One

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     Milão, Janeiro 2016


Ela estava deslumbrante essa noite todos os olhares era pra ela, a futura Rainha do dinheiro do mafioso Henrico D'angelo.

Um vestido vermelho que se destacava junto com a sua beleza, uma beleza incomum e ao mesmo tempo atrativo aos olhos. Sua postura estava firme e seu olhar distante, mas atento a todos. Ela tem belos olhos verdes que escurece com a pouca iluminação. Ela tem um cabelo perfeitamente alinhado com luzes e ondas. Mas não era as características físicas ou seu rosto tão simétrico em perfeição com seu corpo, o que se destacava nela era o seu sobrenome e a maldição que trazia nele.

Hoje era um dia normal como todos os outros dias, mas não pra ela. Era a primeira vez que ela entrava naquele bar cheio de segredos e um ar pesado demais pra qualquer pessoa. Ela nunca havia perguntado ou se interessado pelo trabalho do seu pai, mas todos os segredos acabaram junto com a morte de sua mãe. Ela lembra como se fosse ontem o enterro, lembra como era tola na época e principalmente que foi surpreendida de várias formas com as revelações após aquele dia.

Ela se lembra dos olhares chorosos, as condolências, e principalmente dos baralhos agudos que fez seu coração pular de medo, era tiros. Ela não entendia na época porque tanta gente corria de um lado pra outro, porque homens de pretos os cercaram e os protegeram até um carro preto. Ela odiava ver o medo estampado no rosto do seu pai sem nenhum receio, ela sempre o via como um herói, um título que hoje não cabia mais ele. Tudo que acreditava se foi quando ele começou a dizer palavras que ela não queria compreender.

Brianne adorava ler desde fantasias a histórias normais de romance, ela odiava o fato que a sua vida era uma história asquerosa que poderia ser facilmente romântizada em algum livro. Ela queria ser igual aquelas adolescências, vivendo sem o medo constante e sem lembranças dolorosas. Hoje ela completa dezoito anos, e mesmo que quisesse com todas as suas forças estar em sua casa ela se rendeu ao pedido de seu pai. Ela olha atentamente a algumas mulheres que está em cima do braço do sofá e os homens de ternos sentados com a suas mãos em volta das mulheres de forma possessiva. Era isso que aquelas mulheres representavam, uma propriedade.

— Como vai Brianne? — Brianne levanta seu olhar um pouco surpresa por alguém direcionar a palavra a ela. É a senhorita Giovanna que com seu sorriso grande tira calmamente suas luvas brancas e coloca em sua bolsa de marca. Brianna se acalma por conhecer alguém naquele lugar cheio de pessoas que não tem um sorriso tão simpático quando o de Giovanna.

— Estou bem. — ela diz como se fosse um suspiro, não era a intenção mesmo assim não conseguia esconder a tristeza que sentia e um vazio por estar perto daquelas pessoas. Mas eles eram irmãos do papai, irmãos... Com o tempo ela sentia repulsa por esta palavra.

— Bem... Parabéns, você esta tão linda está noite. Você cresceu tão rápido, nem acredito que está fazendo 18 anos... Trouxe um presentinho. — ela diz se sentando no sofá a frente de Brianna ignorando seu marido que logo vai para o bar. Ela abre a bolsa e pega uma caixinha vermelha em veludo e abre revelando belo par de brincos vermelho.

— Senhorita Giovanne não precisava... Eles são lindos, obrigado. — Brianna se levanta e abraça-a com o presente em sua mão. Giovanne só abre um sorriso grande abraçando a de volta. Brianna volta a se sentar no seu lugar com o presente no seu colo.

Ela olha em volta o bar com poucos homens de ternos elegantes da mesma idade do seu pai. Os que estavam sentados no sofá junto com as mulheres as dispensaram, os que estavam em pé conversando entre si mantém um olhar atento para o corredor, e o pai de Brianna caminha dando um sorrisinho para a sua filha até desaparecer num corredor escuro junto com resto dos homens. Brianna já estava acostumada com aquele tipo de situação, mas não imaginava que fora usada de alguma forma, logo em seu aniversário. Ela tinha ódio por saber o que acontecia naquela sala, as conversas e decisões que valia vidas de pessoas. Era um sentimento perigoso, ela sabia e tentava ao máximo esconder mas agora com a sala praticamente vazia e só a Giovanne e seu olhar amoroso, ela deixa lágrimas rápidas caírem e logo as enxugas esperando que ninguém as tenha vistos.

— Não se sinta assim Brianna. Você sabe a família em primeiro lugar. — ela diz calmamente jogando seus cabelos castanhos para trás. Brianna sabia que a família não era ela, e sim aqueles homens de ternos com o olhar tão duro. Elas as vezes odiava Giovanne por ser tão fria, mas as vezes só sentia decepção por não conhecer ninguém que a entendia, a sua mãe a entenderia.

— Claro. — ela diz abrindo sorriso como se entendesse ou pelo menos para manter as aparências.

Era o seu pior aniversário, o seu pior aniversário. Às vezes Giovanne tentava puxar assunto, mas logo morria as conversas, Brianne passava o seu tempo olhando a bebida e a tomando como se fosse seu grande entretenimento.

Brianne fingia ouvir o que Giovanne dizia sobre bolsas e sapatos, até que seu olhar se desvia para um homem que acaba de entrar, ele aparenta ser bem mais novo que os homens que via e estava visivelmente nervoso. Ele apruma o terno enquanto olha de um lado pro outro e por alguns pequenos segundos olha Brianne e depois desvia o olhar prestando atenção ao único homem de terno que aponta para o corredor. Ele entra no corredor com sua postura firme mas seu olhar perdido.

— Chegou atrasado, tadinho. — Giovanne diz, mas ela não conseguia entender o que queria dizer com aquilo. Ela observa Giovanne pensando sobre o quanto ela sabia sobre aquele mundo. Mesmo que este mundo esteja vedado naquela sala, e as palavras sejam secretas.

— Como? — Brianne pergunta na tentativa de saber o que acontecia. Mesmo que no fundo saiba que atrasos é algo imperdoável, ela começou também a sentir pena por aquele garoto com olhos negros e cabelos escuros.

— Nada, nada querida. — Giovanne diz um pouco pensativa e depois abre um sorriso e começa com seu falatório.

                  

"Que sejamos assim, areia e mar,
Sem a tempestade, que sempre acompanha,
Aqueles que são capazes de amar... "

Oscar de Jesus Klemz

Primeiro capítulo espero que vocês gostem

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Primeiro capítulo espero que vocês gostem. Esse é meu segundo livro (já postei um mas não deu muito certo) e espero que vocês façam esse dá certo. Que eu faça dar certo.
    Obrigado se leu até aqui, e já adiantado meus agradecimentos se continuar a ler essa obra.
    Um beijo do seu cupcake e até a próxima 😘

Meu DestinoWhere stories live. Discover now