C a p í t u l o 6

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           Justin ficou a maior parte do tempo antes do Recreio comigo, quando nós estávamos na mesma sala isso piorava e nos intervalos ele queria passar o tempo conversando comigo. Passamos a maior parte do tempo conversando sobre bandas de Rock e Pop, isso foi bom.
Mas, agora é finalmente a hora do recreio no qual posso me isolar completamente de todo mundo. Desta vez preciso comer em outro lugar, o lugar do Recreio de ontem já foi descoberto pelas atrizes de 5° categoria Catherine, Nataly e Tamika. Então me recordo da sala onde há apresentações de teatro, dança e música. Acho que agora não tem ninguém lá.

Por que eu não pensei nisso antes?

Vou para uma lanchonete que é próxima da escola e compro um X-Tudo duplo, um copo grande de Coca Cola e sigo para a sala de apresentações. Subo as pequenas e poucas escadas que dão ao grande palco da sala. Me sento no chão do palco pego meu celular de dentro de minha mochila e coloco o meu hambúrguer e a Coca Cola no chão encima da mesma. Como um pouco do hambúrguer, bebo uma grande quantidade de refrigerante, desbloqueio a tela do celular com a senha, coloco meu fone sobre meus ouvidos e escolho uma música de minha playlist. Fecho os olhos e me permito sentir a música, ela é realmente linda. Apesar de não acreditar muito no amor, pelo menos sobre ele existir para mim, gosto de ter uma pequena fagulha de esperança. Durante a música, por um grande impulso eu começo a cantar:

"... Eu já sabia que te amava naquela época
Mas você nunca saberia
Porque eu me calei com medo de perder
Eu sei que eu precisava de você
Mas eu nunca demonstrei

Mas eu quero ficar com você
Até que nós fiquemos bem velhinhos
Apenas diga que você não vai embora
Apenas diga que você não vai embora..."

Apesar da música no fone estar alto eu consigo escutar alguém batendo palmas, tiro o fone de ouvido e desligo a música.
Vejo alguém vindo em direção ao palco, eu não sei quem é por causa que está muito escuro só o palco está, como sempre,  iluminado. Os passos e a forma física começam se tornarem mais lúcidos, então percebo que a pessoa é o Justin. Ele sorri parecendo perplexo e ao mesmo tempo encantado com alguma coisa.

Uau! Meu Deus, Miniatura Agressiva, você canta muito bem! Eu não sabia que a sua voz além de ser boa pra dar patada e boa também para cantar — Justin ri. Franzo o nariz e aponto a língua para ele que ri mais ainda me fazendo emburrar a cara — Qual é? Eu estou te elogiando. Por acaso você não consegue nem receber um elogio?

— Você não está me elogiando, Justin.

Justin suspira.

— Eu não consigo entender como uma garota teimosa e grosseira possa ter uma voz tão linda, tão delicada e ao mesmo tempo forte. Como pode fazer com quê a sua voz doce se torne grosseira?

— Não é só porque na sua visão, eu tenho a voz cantando doce que, aliás pra mim isso é um insulto, não significa que a minha voz normalmente será assim, doce, meiga e toda delicadinha! — termino a frase de maneira sarcástica.

— Canta comigo? — Justin sorri.

— O que? Como assim "canta comigo" ? Você só pode estar louco, cara!

— Por favor, canta comigo! Eu até que sei cantar um pouquinho, adoro essa música e você aparentemente também gosta dela, além de saber cantar ela lindamente. Por favor... — os olhos esverdeados de Justin me encaram — Canta comigo?

Eu Já Disse Que Te Odeio? (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora