Corri até nosso dormitório e, como eu imaginei, Sharon estava lá, acordada, mas com a expressão de quem teve uma boa noite de sono e não parecia nem um pouco preocupada sobre ter sido pega pelos guardas na noite passada fazendo coisas ilícitas com Scott.

- Você. – entrei apontando o dedo para ela. – Você armou para nós ontem?

Sharon virou seus olhos para mim e pausou por um momento, como se estivesse ponderando se devia me responder ou não. Enfim, sua mente pequena decidiu que não valia a pena discutir comigo – provavelmente porque sabia que eu tinha muito a falar (ou acusar) para ela –, então apenas continuou o que estava fazendo e ergueu os ombros.

- Escuta aqui – peguei no encosto de sua cadeira e a virei, porque não estava com a paciência que ela precisava de mim no momento. –, você vai me responder ou as coisas ficarão bem complicadas para você.

Ela ergueu uma mão, segurando um pedaço de papel. Fez menção para ele, de modo que me senti obrigada a retirar – com o mínimo de delicadeza possível – e ler o conteúdo.

Me encontre no estacionamento. Scott.

- O que diabos é isso? – perguntei à Sharon, que ergueu novamente sua sobrancelha.

- O que parece?

- Você quer apanhar?

- Apenas vá e me deixe em paz. Eu só fiz o que ele pediu.

- Claro que fez. – respondi em meio a um riso.

Sharon me mandou um olhar de quem havia entendido a ironia que usei. É claro que ela faria tudo para o cara com quem está saindo. O que era isso, mais um meio para me humilhar.

- Vocês acham que eu vou cair de novo?

Sharon ergueu os ombros e voltou sua atenção ao que fazia quando cheguei.

- Você faz o que quiser. Eu fiz o que tinha que fazer.

Fiquei parada feito uma tola encarando as costas de Sharon. Inúmeras maneiras de fazê-la sofrer passavam pela minha cabeça, mas então, de repente, a vontade de revidar já não me satisfazia mais.

- Dane-se. – falei e saí do quarto, em direção ao estacionamento, para acabar com tudo de vez.

Dane-se Sharon.

Dane-se Scott.

Dane-se Maximus.

O melhor é sempre resolver antes que sua mente decida mudar de ideia à ordem do coração.

Andei em passos apressados – o coração costuma agir com muita rapidez quando quer – até chegar ao estacionamento, onde vi Scott deitado no capô de seu carro, os braços dobrados atrás da cabeça, servindo de apoio para que ele pudesse observar o céu.

Não precisei falar nada, uma vez que ele mesmo ergueu a cabeça e saltou para vir de encontro a mim.

- Obrigado por ter vindo.

- Você armou tudo, não foi? – ignorei sua farsa e fui direto ao ponto.

Scott ficou me olhando com um meio sorriso estampado no rosto. Como se tivesse orgulho de mim por ter desvendado com rapidez os seus planos.

- Você é um canalha.

- Essa é uma maneira bem peculiar de agradecer.

Love Me RightWhere stories live. Discover now