∆ Capítulo 5 ∆

89 5 1
                                    

Samantha

Já se passou mais de um mês desde que Lília e Erick se mudaram para cá, ele começou a estudar na mesma escola que eu e de vez enquando fala comigo. Meu pai busca nós dois, Erick odeia isso, ele me disse que prefere ir andando, eu também prefiro, talvez meu pai pare de nós buscar se ele reclamar para sua mãe.

A Byanca falta bastante mas sempre que vem ela me faz companhia, ela é muito louca e eu adoro isso. Ela sempre me chama pras festas mas sempre recuso, não estou pronta para isso ainda. Resumindo, Byanca virou minha amiga. Ela não é boa influência mas eu também não sou a mais descolada. Cada um com seus defeitos.

Hoje é sexta e tenho que ir para a tortura que é a escola.

Tomo banho, visto uma calça, uma regata e uma blusa de frio. Lília fez uma mudança gigante no meu armário. Ela é boa com moda.

A escola não tem mudado muito, ainda sou alvo de bullyng para as garotas populares ou grupos mais populares. Continuam fazendo piadinhas, não aguento isso. Sempre põem o pé para eu cair, isso é tão ruim. Byanca as vezes tenta me defender mas isso só piora tudo. "Olha lá defendendo a namoradinha nerd", "olha só o casal de lésbicas", "que nojo, não cheguem perto dessas impuras" "Os pais de vocês já sabem? Casal de lésbicas". Eu não aguento mais ouvir isso, estou tão cansada, que pessoas idiotas de mentes vazias. É se eu realmente fosse? Idaí? Eu odeio essas piadinhas, isso é ridículo, a Byanca sempre briga e discute com as pessoas, já saiu no soco com duas garotas, ela quase foi suspensa. Não quero que a Byanca brigue por mim, já falei isso para ela diversas vezes mas ela insiste em entrar em brigas.
Hoje encontrei um bilhete em minha mesa que dizia " Samantha é uma virgem lésbicas e feia". Eu realmente não me importo com os apelidos e piadas que fazem de mim mas depois que começaram a colocar a Byanca no meio passei a me preocupar. Ela nem deveria estar ouvindo essas coisas e é tudo culpa minha.

Saio da sala para ir ao refeitório comprar meu almoço. Tento não chamar atenção de ninguém mas no mesmo instante todos começam a rir de mim. Dois garotos até batem na minha bunda enquanto as Mega garotas (como eu chamo o grupo das populares) começam a tirar fotos e rir.
Débora, uma das Mega garotas passa derrubando meu fichário. Me abaixo para pegar e sinto alguém encostando em mim. Olho para traz e Erick esta segurando um papel "Bata em mim ". Por que todos aqui são tão cruéis. Começo a chorar de vergonha e ódio. A tempos que eu venho aguentando brincadeiras mas nenhuma chegou a ser assim.

- Vem, vamos sair daqui. - Erick me estende a mão e saímos de lá o mais rápido que conseguimos.

Droga. Por que eu tinha que ser tão frágil e sempre precisar de alguém para me defender ou lidar com meu sofrimento? Não quero que ninguém passe por isso, principalmente se for por mim.
Descemos algumas ruas da escola e paramos em uma praça onde quase ninguém mais ia lá. Sentei em um banco e desmoronei em lágrimas. Eu só quero que isso pare, não de acontecer apenas comigo mas de fazerem isso com outras pessoas daquela escola. Isso é ridículo! Eles se divertem com o sofrimento de outros alunos. Isso não é certo!

- Você tá bem Samantha? - põe uma mão em meu ombro.

- O que você acha Erick? Obviamente eu não estou bem.

- Ok, desculpa. Foi uma pergunta idiota

- Não, eu que fui grossa. Você não tem nada a ver com oque aconteceu lá, me desculpa.

- Eu não gosto de te ver passando por isso. Você não merece.

- Já estou acostumada, está tudo bem não se preocupe.

- Não Samantha, você tem que contar isso pro diretor ou seu pai. Isso não tá...

- Não se preocupe - eu o interrompo.

- Você é muito cabeça dura.

- Desculpa eu só não quero contar. Eu sei que semana que vem todo vai esquecer isso. Vai passar.

- Como você consegue? Tipo passar por isso tudo deve ser muito difícil.

- Não é tanto, até um tempo atrás eu era invisível.

- Como pode ser invisível tão linda assim - me viro para ele surpresa - quer dizer... Você é... legal. Como alguém não gostaria de você.

Começo a rir do jeito que ele tentou disfarçar. Erick não parece ser tão tudo isso que demonstra, sempre imburrado e de cara feia.

- Vem, vamos voltar para casa. - ele levantou do banco e me estendeu a mão.

- Mas ainda tem três aulas é o clube de pintura. Tenho que voltar.

- Você quer mesmo voltar para lá? Tem certeza?

- Não. Não quero mesmo.

- Foi oque eu pensei. Vem.

Me levanto e fomos caminhando para casa. A escola fica uns 2km de casa então chegamos rápido. No caminho ele veio me falando sobre seus filmes favoritos e como ficção científica é o melhor gênero de filme que existe. Tive que concordar que é muito bom, mas drama e romance são bem melhores. Isso acabou virando uma disputa.

~~~~***~~~~







Buscando A Felicidade [Em Revisão]Where stories live. Discover now