∆ Capítulo 2 ∆

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Samantha

Mais um dia. Hoje me sentei na mesa com meu pai para tomarmos café da manhã. O que não fazíamos desde que minha mãe faleceu... Porém, nada além de comer e nos levantarmos para ir para o carro. No caminho, ele vira o olhar para mim por um instante e eu finjo que nem vi!
Quando vou descendo ele me deseja uma boa aula. Fiquei impressionada com isso. Acreditem, isso já não acontecia a um bom tempo. Fiquei feliz com essas três simples palavras "boa aula querida".
Entrei na sala, e fiquei esperando a professora. Dessa vez ela demorou mais do que o esperado mas eu esperei pacientemente. Até que ela entra com uma pessoa. Era uma menina com cabelos tingidos de azul meio desbotados e roupas muito legais. Estava de braços cruzados com cara de quem não queria estar ali.

-Bom dia alunos, como vocês podem ver temos uma aluna nova! Quero que sejam gentis com ela ok?! Bem, seu nome é Byanca Martins, se apresente moça.

-Eai, meu nome é esse mesmo que vocês ouviram, tenho 16 anos e me mudei agora pra essa merda de cidade, espero não me dar bem com nenhum de vocês. Ok, tá bom assim?! - fala com uma voz sarcástica ao olhar para o rosto da professora.

- Aí meu Deus - fala colocando a mão na cabeça - Sim, pode se sentar.

A observo enquanto ela vai ao fundo da sala e se senta em uma cadeira onde se "aconchega" ao máximo. Ela parece não ter medo dos professores ou qualquer outro funcionário da escola, queria ter sua coragem de falar o que pensa.

Se passam as aulas até bater o sinal e todos irem para o refeitório ou pátio, como sempre, compro o mesmo lanche e vou para meu banco no pátio onde fico isolada de todos. Novamente me afundo nos meus pensamentos e entro no meu mundo que existe dentro da minha mente ao ponto de nem perceber que alguém se aproximava.

-Eai guria, por que vc fica isolada aqui?

Nem acredito quando me viro de vejo a novata de pé olhando pra mim, a Byanca se não me engano.

-É... Eu... Hum... E que...

-Calma garota, você não sabe falar direito não é? - ela fala meio sarcástica.

-Cla... Claro que sei, e que eu me assustei, só isso.

-Ah tá. Foi mal - ela fala já se sentando ao meu lado.

-Mas assim, pq ninguém conversa com você? Tipo isso não faz sentido mesmo você sendo essa... Essa... Essa sua aparência, você não gosta de se arrumar né?

- O que tem de errado com minhas roupas?

- Nada, só é meio sem graça sabe. Meio "Blé"

Não respondo, apenas fico olhando para frente tentando não se sentir ofendida pelo que ela acabou de dizer. Olho para ela e a observo enquanto ela pega uma garrafinha que parecia conter apenas água. Ate abri-lá e exalar pelo o ar o cheiro de álcool. Meu Deus, essa garota é doida!!

-Você quer? - não respondo nada - Nunca bebeu né?!

-Não, e você também não deveria estar bebendo na escola, se pegarem isso você pode levar até uma suspensão!!!

-Aff, que careta você ein. Relaxa, eles não vão me pegar. A não ser que você conte- ela me olha fixamente, aceno que não - foi o que eu pensei.

- Onde você consegue bebida alcoólica? Não tem idade para comprar.

- Eu dou meu jeito. Mas eai qual é o seu nome? - ela vira a garrafa fazendo uma careta engraçada.

- Me chamo Samantha.

- Legal, vou te chamar de Sam.

Ela me oferece a bebida novamente, não aceito, bate o sinal e todos voltam para sala. Me sinto eufórica em pensar que talvez tenha feito uma amiga.

As aulas acabam e espero meu pai na porta, ele chega e eu entro no carro, como sempre o silêncio permanece. Até que chegamos em casa, quando vou subindo as escadas meu pai me chama.

- Samantha e... Você quer jantar fora hoje?- ele fala meio sério - Talvez um restaurante?

O que acontecendo com meu pai? Fico bastante surpresa mas sim, quero muito sair de casa. Tento responder o mais natural possível.

- Sim pai. Um restaurante seria ótimo.- falo dando um sorriso - Vou subir para me trocar.

- Ok, seja breve.

Não estou entendendo mais nada do que está acontecendo, tudo tá mudando do nada e eu não sei o que pensar.

Subo para meu quarto e vou tomar um banho, eu não tenho roupas para sair, nem sei como irei para esse restaurante e também nem sei quem vai estar lá ou talvez será só meu pai? Realmente não sei o que esperar de hoje. Me sento na cama e fico pensando no que vestir e percebo que não tenho nada que agrade aos meus olhos muito menos ao dos outros. Fico olhando as roupas no cabide até que percebo uma peça diferente em meio a tantas que já conheço. Um vestido azul rodado com um tecido meio fofinho que eu nunca havia visto, ele tinha as costas abertas em V e era muito lindo. Decido vesti-lo pra ver como ficaria, me olho no espelho e vejo que estou muito parecida com minha mãe, me escapa uma lágrima dos olhos, sinto saudades, mesmo que ela não tenha sido lá muito materna. Faço um coque alto e deixo algumas mechas soltas no rosto. Calço uma sapatilha preta já que não tenho saltos e mesmo se tivesse não saberia andar e estou pronta, nunca me vi tão linda assim, chego a me sentir até uma mulher.

Desço as escadas e encontro meu pai sentado no sofá já pronto, ele está com uma calça jeans e uma camisa social azul bebê. Nesse momento paro para reparar nele. Meu pai até que é novo com seus cabelos pretos, uma barba por fazer, olhos azuis escuros, ele é alto e tem uma postura de sério e rígido. Quando ele me vê se espanta e fixa seus olhos no vestido que estou usando. Ele seca uma lágrima que persistia em cair. Não entendo o porquê mas também não pergunto. Vamos em direção a garagem e entramos no carro.

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Buscando A Felicidade [Em Revisão]Where stories live. Discover now