Buscando A Felicidade [Em Revisão]

∆ Capítulo 3 ∆

Samantha

Quando entro no carro ainda me sinto incomodada pelos olhares fixos do meu pai, não entendo pq me encarar tanto.

- Você está linda filha.

Não sei realmente o que esta acontecendo, vocês devem estar pensando que isso é normal, sim é normal mas não na minha casa, não na minha família, não com meu pai. Elogios foi sempre o que faltou na minha vida, nunca se quer ouvi um "você está linda" do meu pai, sim, já ouvi da minha mãe mas nunca do meu pai, ele sempre foi muito rígido e sério, suas preocupações comigo eram sempre se eu estava aprendendo tudo que devia na escola e se estava "andando na linha".

-Obrigado pai.

-Você vai amar esse restaurante.

Quando chegamos ele abre a porta do carro pra mim descer. Coisa que eu não esperava. Ao entrarmos o garçom indica a nossa mesa que já está reservada. Logo vejo algo errado e comento com ele.

-Mas pai, naquela mesa já tem duas pessoas. - falo meio confusa.

-Sim Samantha, são nossos acompanhantes.

Na mesa estavam uma mulher e um garoto que parecia ter mais ou menos minha idade.
A mulher tem cara de ser uma ótima pessoa. Cabelos castanhos curtos com franjão, olhos verdes, super elegante e com um sorriso lindo. Já o garoto parecia não querer estar ali. Ele também tinha cabelo castanho, com um rosto lindo, olhos verdes como o da mulher, só que mais claros.
Ela rapidamente me cumprimenta com um aperto de mão e dois beijos na bochecha. Já com meu pai a história é diferente, ela dá um selinho nele. Fico impressionada, tá tudo explicado, então meu pai estava sendo gentil comigo para me apresentar a nova namorada dele, isso era meio óbvio pois ele passava noites fora de casa. Estou simplesmente decepcionada por achar que ele queria era passar mais tempo comigo e me enganei. E agora não expresso nenhuma reação diante desse beijo pelo qual observei tão calmamente.

O garoto, bom, meu pai brinca com o cabelo dele e ele faz uma cara feia de quem não gostou nada daquilo. E meu pai logo me diz:

-Samantha, quero que conheça Lília e seu filho Erick.

A sim, as pessoas que tenho certeza que já devem conhecer minha vida toda e pelo qual eu só sei o nome.

-Prazer, sou Samantha.- dou um sorriso.

-Seu vestido é muito lindo! E você também querida. - diz a mulher que por acaso acabei de descobrir que pode ser minha mais nova madrasta.

-Obrigado. Você também é linda.

O jantar todo passei em silêncio, na mesa só se escutava a voz do meu pai e sua namorada. O garoto... Quer dizer, Erick que possivelmente se tornará meu mais novo e único irmão também fica em silêncio durante todo o jantar, apenas murmurava quando sua mãe falava alguma coisa da sua infância que o poderia deixa-lo envergonhado. Lília parece ser uma boa mãe, talvez seja até legal ter uma presença feminina na minha vida.

Saímos do restaurante e fomos para o carro, eu e meu pai, ele parece muito animado.
No caminho de volta ele vira o olhar para mim e diz com uma voz calma que não escutava a muito tempo.

-Samantha, Lília é minha namorada, estamos juntos faz alguns meses e eu a convidei para morar conosco. Seu filho Erick também vira, espero que se dêem bem.

- Você poderia ter me contado antes. - falo olhando para a estrada escura.

- Estou contando agora, você já a conheceu então seja uma boa filha e demostre ser educada e os trate bem - ele fala sério - Ela e uma mulher maravilhosa e espero que você não estrague isso.

Eu sou o motivo das coisas ruins daquela casa agora? Tenho certeza que ele me trocaria para ficar com qualquer outra mulher. Não consigo conter minha decepção é raiva.

- Não vou estragar seu romance, talvez me colocar num quartinho e só me tirar de lá quando você quiser que eu pareça a "filhinha perfeita" seria uma boa opção também não é mesmo?! Eu sou um peso em sua vida, desculpe por ter nascido.- falo isso num tom um pouco mais alto, meu Deus o que eu fiz?

- Deveria me respeitar um pouco mais você não acha? Te dou um abrigo, alimento, roupas, estudos!!! Você já tem tudo que precisa para ser feliz e não reclamar mocinha!!! - ele estaciona o carro na garagem de casa e pega meu braço.

- E amor? Você nunca me deu isso!!

- Pare de drama, sua mãe não está viva, eu posso me relacionar com outra mulher.

- Eu nunca disse que não podia! Eu quero que o senhor seja feliz com outra pessoa mas o jeito que me trata não é certo!

- Eu te trato bem o suficiente! Eu estou me esforçando para superar tudo.

- Eu também pai.

Saio do carro e entro em casa. Queria que ele entendesse meu lado! Não deveria ser tão difícil assim lidar com um pai. Agora é só esperar os novos hóspedes e ver o que vai acontecer. Não quero ficar brigada com meu pai e nem quero trazer mais problemas para ele. Talvez Lília e seu filho tragam um pouco de luz para essa casa.

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