- Pode me levar pra casa? - Ele pergunta, entrando novamente no carro.

- Claro, amor... - Respondo enquanto deixo as coisas que compramos para a Safira (esse é o nome que ele escolheu para ela) no banco traseiro, logo indo para o do motorista.

- Você sabe onde eu moro, né? - O ômega não tira os olhos de mim por um segundo.

- Sim, eu acho que lembro a casa... - Tadinho, mal sabe ele que eu estava o espionando mais cedo.

Só agora que eu parei para pensar numa coisa muito, muito importante: Eu não sou real! Digo, eu sou real, mas Harry McCants, o novo professor de matemática, não é! Se eu quiser realmente ficar com esse ômega eu preciso contar a verdade, pois sei que se não contar uma hora ou outra tudo virá a tona, e será bem pior se ele descobrir de outras formas sem ser por mim.

Isso não será nada fácil...

- Harry, está me ouvindo?! - Me chama e só então percebo que estava tão perdido em meus pensamentos que acabei esquecendo completamente do pequeno garoto ao meu lado.

- Sim, Lou... Eu estou te ouvindo... - Digo e percebo seu olhar duvidoso sobre mim.

- Sério? Então me diga o que acabei de te falar. - Menino esperto...

- Tá bom, admito que não estava te ouvindo. - Rio. - Eu me distrai com umas coisas e acabei esquecendo da vida.

- Tem algo te preocupando?

- Não, não é nada... - Respondo enquanto viro a esquina, entrando na rua da casa dos Tomlinson-O'brien.

- Hm, ok... - Ele parece desistir do assunto, e logo estamos parados em frente a sua casa. - Bom, é aqui que eu desço.

Confesso que isso me deixa um pouco triste. Não sei porque (na verdade sei, mas enfim...) sinto essa vontade louca, esse desejo de ter Louis e poder chamá-lo de "meu ômega" crescer a cada instante que passo em sua presença. Os olhinhos azuis desse garoto tem a capacidade de me deixar fascinado, sua boca me deixa hipnotizado... E tudo o que meu corpo clama é por ele!

Sei que é um tempo consideravelmente curto pra que eu diga essas coisas, mas é o que eu estou sentindo!

- Então... Obrigado pelo passeio hoje. Eu amei, de verdade... Ah, e obrigado também por ter me ajudado com a Safira e por ter comprado as coisas dela, mesmo que eu tenha insistido pra pagar porque eu tenho dinheiro, mas mesmo assim você quis pagar tudo, não que eu esteja reclamando, pelo contrário, eu só...

- Ei, ei, ei, Louis, calma! - Digo vendo que ele começou a tagarelar, e se me lembro bem o mesmo me contou que faz isso quando está nervoso. - Por que você está nervoso?

- Eu não estou nervoso. - Cora mais uma vez, e com isso não consigo me controlar e acabo rindo. - Ei, não ria de mim!

- Eu não estou rindo de você, é só que você é tão fofo que quando se desespera e fica nervoso se torna ainda mais fofo. - Respondo e ele me olha incrédulo.

- Quem foi que disse que eu estou nervoso, Harold? - Louis pergunta tentando ser ríspido, mas falha completamente.

Sem aguentar mais eu puxo o ômega de seu banco para o meu colo, e tudo sem fazer esforço algum. Como sou espaçoso deixo o banco sempre bem distante do volante, e por isso Louis senta de frente pra mim sem problema algum, deixando suas pernas em ambos os lados do meu corpo, enquanto eu o seguro pela cintura. O menino se assusta por conta da surpresa e fica um pouco tenso, mas logo em seguida suspira e relaxa, depositando suas mãos em meus ombros e me olhando profundamente nos olhos.

- Devo perguntar o por que disso? - Tomlinson questiona, mas sem deixar um sorrisinho bobo escapar de seus lábios.

- Se eu te disser, você acredita?

DUPLE (Larry A.B.O.)Where stories live. Discover now