Capítulo 6 - Bem-vinda

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Guilherme

— Você está no meu lugar. — informei sério, fazendo a desconhecida se perder ainda mais.

— Meu Deus, me desculpa! Eu acabei de chegar. Não sabia que você sentava aqui. — gaguejou se levantando da cadeira desesperada. — Meu nome é Rebeca. — Abriu um sorriso simpático e bem desajeitado, me estendendo uma mão e tirando alguns fios de cabelo do meio da cara com a outra.

Rebeca? Só então me dei conta de quem ela era... Longos cabelos castanhos, olhos meio verdes, quase castanhos, bochechas e lábios rosados... Exceto pela cor do cabelo, ela era quase igual ao Henrique!

Aceitei o cumprimento.

— Rebeca... — Investiguei seu olhar. — O Henri falou de você.

Ela pareceu muito surpresa.

— Nossa... Eu não sabia que ele saía falando de mim por aí. — Cruzou os braços ainda sorrindo.

— Bem... Acontece que eu sou o melhor amigo dele.

Os olhos dela duplicaram de tamanho.

— Espera aí... você é o Guilherme? — Estranhei quando percebi o destaque à última palavra.

— Ué, sou. — afirmei meio confuso enquanto ria. Afinal, não estava claro que eu era eu?

— Ah...

— Por que a pergunta? — Não freei a curiosidade. O que diabos o Henri teria dito de mim pra ela?

— Nada... — desconversou. — É que o Henri tinha falado no sábado que ia passar na casa do tal melhor amigo "Guilherme".

— Entendi... — Será que tinha sido mesmo só isso?

— Já vou sair do seu lugar, tá? — Colocou a alça da mochila no ombro direito.

— Tudo bem. — assenti mais calmo.

Quando o professor Augusto chegou e deu início à aula de História, eu ainda não tinha conseguido parar de pensar na aluna nova. Como Henri tinha uma prima tão linda e nunca havia falado NADA?! Não que eu estivesse a fim de paquerar ela, mas... Uau! Por que ele nunca havia falado sobre aquilo antes?

Pra piorar, a voz dela era doce. Doce, mansa e delicada... Não igual a de uma criança (seria meio estranho), claro. Tinha um toque mais maduro.

Não podia negar que estava espantado. Na real... encantado.

Mas ainda queria saber o que havia de diferente nela além da beleza.

Rebeca

Enquanto meu novo professor de história dava sua aula usando os slides com o projetor e a luz da sala apagada, percebi pelo olhar periférico que o tal melhor amigo do Henri estava... me olhando?

Minha barriga quase gelou e eu desviei o olhar na hora.

Tudo bem que ele era realmente bem bonito (possivelmente um dos garotos mais bonitos que eu já havia conhecido pessoalmente), mas aquilo não era motivo pra sair flertando com um quase desconhecido. Qualé! Eu não sabia nem sobrenome dele!

No fim, só preferi "fazer a Cátia" (minha irmã sempre surtava quando eu dizia isso). Prestei atenção em cada detalhe da aula e anotei as informações que considerei relevantes.

— Pra próxima aula, eu quero todas as atividades da página 23 até a 30 completas! — o professor alertou assim que o sinal do término da primeira aula tocou (enquanto o pessoal amuava pela lição de casa).

Um Novo Coração [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora