Retorno

157 12 10
                                    

"Nem sempre é perder e ganhar, as vezes é ganhar e perder"

P.O.V Megan

Olho em volta a procura de uma toalha, a água da banheira está completamente fria e meus dedos estão enrugados, eu não pretendia demorar tanto no banho, mas depois de tomar banho em um banheiro minúsculo, com água gelada e por pouco tempo já que estavamos roubando água e energia do vizinho, eu precisava disso, aproveitar todo esse luxo.

Me enrolo na toalha e procuro uma para o meu cabelo, as filhas do Stallone deixariam vários produtos caros aqui e eu não estou me recusando a usar, passo creme em todo o corpo e quando me preparo para pentear meu cabelo ouço meu celular vibrar em algum lugar.

Mexo nas roupas sujas e o encontro dentro do bolso da minha calça, um número estranho aparece no visor, então atendo com um pouco de medo.

- Alô. - eu mesma percebo a desconfiança na minha voz.

- Sou eu Meg. - respiro aliviada. - Estou chegando. - a ligação é finalizada sem nenhuma despedida o que é estranho.

Não vejo Grant desde a missão e a última vez que nós falamos por telefone foi quando precisei avisar sobre a mudança, o que foi a quinze dias.

Me visto rapidamente, o que não é difícil, estou usando um pijama de seda emprestado por uma das meninas.

Abro a porta e ele esta realmente aqui, parado a poucos metros, em passos lentos o seu corpo começa a se aproximar do meu.

- O que você está fazendo aqui? - pergunto atordoada ao ver Grant na minha frente.

Sou puxada para fora do chalé, ele fecha a porta atrás de mim e depois de especionar o local me abraça forte.

- Eu preciso te beijar. - é quase uma súplica, mas eu nego.

- Me responda.

- É melhor você sentar. - escorrego até o chão com as costas encostadas na porta de madeira. - Lembra de quando eu vi que o nome de toda a trupe estava na lista negra da CIA? - concordo. - Eu verifiquei o meu e vi que estava limpo, o melhor de tudo era que não tinha nada que provasse meu envolvimento com vocês, o que eu achei estranho, mas na época eu fiquei aliviado demais. - ele para e se senta também. - Quando o Stallone sugeriu que eu saísse, não senti medo por conta disso, não tinha nada que me ligasse a vocês o que me deixava livre, mas a alguns dias enquanto eu descobria mais sobre a Vee eu recebi uma mensagem, foi ela que limpou o meu nome, porque ela sabia que eu ia ajudar vocês e dessa forma conseguiria encontrar vocês, mas eu fui esperto, coloquei barreiras suficientes para evitar algum rastreio, o que basicamente frustou ela, ontem enquanto eu fazia algumas pesquisas descobri o envolvimento dela com o Cobra, naquele mesmo momento um alarme foi acionado, eu também fiquei no alvo da CIA, na fuga um homem esbarrou em mim e me deu um telefone, minutos depois eu recebi uma chamada, ela resolveu marcar um encontro com você, prometeu que não te fará mal algum e que você vai voltar viva. - ele para e respira, o que me deixa agoniada.

- O que mais?

- Você pode levar alguém para garantir sua segurança, mas deixou claro que não pode ser a Cat, nem o Stallone, bom e nem eu.

- E como eu vou chegar lá? - questiono intrigada.

- Você pretende ir? - ele parece chocado.

- É a única pista que temos. - dou de ombros.

- Ela disse que o ex namorado dela já te deu uma carona, ligue e ele vai te levar lá, ele sabe o caminho.

- O Vin já tinha me avisado sobre ela.

- Quem é Vin? - ignoro totalmente a pergunta.

- Tenho que ir o quanto antes, eu tenho a chance de matar esse mulher.

- E morrer em seguida, você vai estar no covil dela, não tente nada estúpido. - reviro os olhos.

- Certo, hoje a noite? - Grant se mexe inquieto.

- Quem você pretende levar? - a pergunta soa um tanto possessiva, o que torna a situação estranha.

- O Sam, não tenho como levar o Jason e não causar um borburinho, Cat perceberia o seu sumiço rapidinho e bom, eu confio muito no Sam. - uma tosse forçada corta todo o rumo da conversa.

Stallone está parado olhando para nós, Grant se levanta rápido, diferente de mim, que apenas estico o braço para abrir a porta e só depois me levanto.

- O que te trás de volta? - a pergunta não me surpreende.

- Eu fui descoberto. - o tom seco que Grant usa deixa o ar pesado, sem ao menos se despedir ele entra no chalé e me arrasta, me puxando pela mão.

Não foi difícil convencer o Sam, ele topou de cara, mas me fez prometer que não agiria precipitadamente, nossa missão era recolher informações.

Usamos a desculpa que estavamos entediados e fomos até a sala de jogos, que tem uma saída perfeita, Cat apareceu aqui três vezes para conferir o que estavamos fazendo e na quarta avisou que estava indo dormir, o que foi a nossa deixa.

Eu passei o dia todo observando o Stallone até descobrir a senha do portão, estamos aqui fora e Vin não demora muito para aparecer.

- Estive ansioso. - ele comenta assim que para o carro, deixo que Sam vá na frente e me acomodo no banco de trás.

- Sua ex é uma vadia. - Sam dispara, o que me faz rir.

Eles conversam sobre mulheres difíceis a viagem toda, em certo momento ele pede permissão para vendar nossos olhos, para que possa terminar o percurso.

Acidentalmente durmo e sou acordada com um beliscão de Sam, não é nada como imaginei, estamos em uma fazenda, o que me deixa preocupada, as fazendas são muito distantes da cidade e não passamos muito tempo no carro e ao conferir a hora tenho certeza.

- Pronta? - Sam me pergunta e demoro um pouco para concordar.

Olho para a direção de Vin que está encostado no carro, ele sorri mas seu olhar é preocupado.

- Boa sorte. - e a única coisa que ele diz antes de entrar no carro e dar partida.


Deixo o carro frustada e fico mais frustada ainda mais ao imaginar a hora, o céu ja está claro e pela força do sol imagino que já passou das oito horas.

Grant está sentado na frente do chalé, destravo o portão e corro até ele, paro quando Cat sai pela porta.

- Você sumiu por nove horas, o que você tinha na cabeça? - Cat grita.

Nove horas?

- Cadê o Sam? - começo a chorar quando ele me faz essa pergunta.

- Me perdoa. - o pedido é mais para o Sam do que qualquer outra pessoa.



××××××××××××

Eita! O que será que aconteceu nessas nove horas?

Mercenárias » A Ameaça Onde as histórias ganham vida. Descobre agora