Mercenárias » A Ameaça

Adversária

"Não adianta ser o rei da selva, quando você é apenas um leão de zoológico"

P.O.V Megan

Olho para a mulher que um dia eu já considerei como amiga e impulsiono um soco na sua direção, felizmente eu acerto em cheio o seu rosto, sua boca começa a sangrar no mesmo instante o que me deixa satisfeita, aparentemente meu ataque a deixa irritada porque em uma rápida rasteira ela me deixa no chão, como em uma briga de mulherzinha ele gruda no meu cabelo mas ao invés de puxar ela acerta minha cabeça no chão por duas vezes seguidas, o que me causa uma dor aguda.

- Já chega. - Jason grita o que faz o meu corpo estremecer, porque eu nunca vi ele falar desse jeito.

O mesmo acontece com Cat e eu aproveito para rolar por cima dela, puxo a própria adaga dela da cintura e gravo no chão predendo sua roupa o que impossibilita ela de levantar tão facilmente, saio de cima dela e quando ela puxa a adaga o seu corpo se levanta em um salto ágil o que faz com um tufo do cabelo dela voe pela sala de luta, levo a mão a boca porque eu não tinha a menor intenção.

- Eu vou te matar. - ela grita, mas quando começa a correr na minha direção os braços de Jason a predem.

- Eu disse chega, Megan sai daqui e Cat você vem comigo.

Corro até a saída e só me permito respirar quando meu corpo bate na grama, eu sei que é perigoso mas me permito fechar os olhos e relaxar aqui mesmo, quando eu incentivei lutas de treinamento eu não imaginei que a Cat ia rasgar minha roupa, o que me deixou bem irritada, me fazendo lutar com pura maldade, quando vi estavamos descontando toda a nossa raiva uma na outra em golpes fortes e dolorosos, nós precisavamos disso, liberar toda essa tensão em uma luta de verdade foi maravilhoso, chega a ser masoquista da nossa parte.

Quando o sol para de atingir o meu rosto, percebo que tem algo errado, abro os olhos apreensiva encontrando Grant em pé, me observando.

- O que aconteceu com você? - ele aponta para o meu rosto e eu já imagino o estrago que a Cat fez. - De princípio eu achei que você estava morta. - solto uma risada, mas ele parece não gostar. - Eu estou falando sério, vocês estão em perigo e eu chego aqui encontro você toda machucada jogada no chão, o que queria que eu pensa-se?

- Calma cara, pelo menos você não ia ser viuvo. - brinco mas pela sua expressão não ajudei em nada.

- Você sabe muito bem o que é perder alguém, nunca mais brinque com isso. - ele se afasta entrando na casa, como a porta está aberta sei que ele ainda quer conversar comigo.

Mas eu demoro um pouco para levantar, o que ele disse me acertou em cheio e até posso apostar que ele sabia disso, mas Grant estava certo, eu sei bem o que é perder alguém e me sinto péssima por ter brincado com isso, eu só queria aliviar as coisas.

Fecho a porta atrás de mim e vou até o pequeno balcão da cozinha, me sento lá porque fica perto de Grant que está escostado na pia.

- Alguma novidade? - pergunto em uma tentativa de puxar assunto.

- Não, mas agora eu tenho acesso livre aos computadores.

- Sério? - fico entusiasmada porque isso pode significar avanços.

- Eu não sou mais vigiado o que me ajuda a burlar algumas travas de segurança. - sorrio animada. - Alguma novidade? - balanço a cabeça em afirmação.

- Theo foi embora a três dias.

- Como estão as coisas?

- Estamos treinando como loucos.

- Isso explica o seu rosto. - concordo. - Quem fez isso?

- Cat, estamos trocando farpas. - ele claramente ficou surpreso com o que eu falei, porque sua expressão entrega isso.

- Por que? - ele puxa meu braço arrastando meu corpo até perto da pia, ele molha um pouco a mão e começa a limpar o sangue do meu rosto.

- Só estamos descontando os problemas uma na outra.

- Mas vocês estão bem? - afirmo com a cabeça. - Eu não quero que você vire saco de pancada.

- Você deveria ter visto minha aparência quando lutei com o Cobra, eu estava literalmente acabada e Liam não se importou com isso.

- Eu não me importo com a aparência Megan, eu só não quero alguém machucando o que é meu. - encaro seu rosto, mas ele desvia o olhar imediatamente como se senti-se vergonha do que disse.

- Me arrume outra profissão então. - sorrio e depois de um tempo ele sorri também.

- Eu estou atrasado. - ele olha para o relógio no meu pulso. - Mas eu ainda não terminei com você. - seu rosto se aproxima do meu mas me afasto.

- Meu lábio está ardendo. - abraço o seu corpo e ele retribui.

- Eu só posso voltar daqui a duas semanas, não posso levantar suspeitas.

- Estarei te esperando. - sussurro, porque minha boca está colada a orelha dele.

- Espero que mais ninguém saía.

- Eu também espero. - falo com sinceridade, qualquer pesssoa faria uma falta enorme.

- Eu tenho que ir agora.

Um frio estranho toma conta do meu corpo quando ele se afasta, um beijo é depositado na minha testa e depois de uma rápida espiada ele sai, fico encarando o nada até ter coragem de voltar para a toca.

Desço as escadas tentando não fazer barulho, mas não adianta nada, Stallone está me encarando.

- O que foi? - pergunto.

- O que faz lá em cima? - seu olhar desconfiado me deixa receosa, não quero que ele descubra que Grant vem me visitar, acho que ele falou sério quando ordenou que ele não volta se.

- Eu gosto de tirar os sapatos, pisar na grama, fechar os olhos e fingir que eu ainda sou livre.