Missão Surpresa

120 12 2
                                    

"Escolha seu disfarce e vá para o ataque"

P.O.V Megan

Meu celular vibra insistentemente debaixo do meu travesseiro, puxo com a mão e reviro os olhos quando vejo a hora na tela, tem várias mensagens de Grant pedindo que eu me arrume e suba, assim o faço.

Estamos em um motel muito luxuoso e até me lembro da época em que podia pagar um lugar desses.

- Eu preciso de você para uma missão. - arregalo os olhos e o encaro para ter certeza que ele está falando a verdade.

- Que tipo de missão? - pergunto apreensiva.

- Derrubar alguns caras e pegar uma digital. - não me parece difícil, eu tenho intimidade com esse tipo de missão.

- Ok.

- Tenho umas coisas para você. - ele abre uma mala e posso ver perucas e outras coisas eletrônicas.

- Não estou vendo uma arma. - comento.

- Você não vai precisar. - ele fala de forma segura mas fico nervosa com isso, depois desses últimos ataques minha auto estima foi pro lixo. - Ei não precisa ficar nervosa, é sério, você vai se dar bem. - balanço a cabeça em confirmação. - Certo agora escolha os acessórios, você tem duas opções.

Olho para a mala e opto pela peruca ruiva e as lentes verdes, não fiquei muito bem loira, passo a mão pela peruca e fico impressionada por ele ter comprado perucas tão caras, é cabelo de verdade.

Instalo o ponto no meu ouvido e cubro com a peruca, deixo o vestido separado, espero não precisar lutar, porque ele me atrapalharia muito.

- Certo, você me acordou as três da manhã e ainda são quatro horas, que hora você entra?

- As sete.

- E o que vamos fazer até lá? - me sento na cama.

- Eu nunca beijei uma ruiva. - Grant me olha de forma maliciosa me fazendo rir.

(....)

Grant entrou no prédio vinte minutos antes de mim, confiro o horário no relógio de pulso caro que faz parte do meu disfarce, passo o cartão e só volto a respirar quando ele autoriza minha entreda.

Eu já fui da CIA o que me deixa nervosa o suficiente, eles tem minha fixa e muitas pessoas me conhecem, mesmo eu trabalhando em outra unidade.

- Certo, você só precisa subir até o vigésimo andar, a sala é a única do andar sem identificação, o sinal lá é fraco então vai precisar falar alto.

- Ok.

Ando devagar tentando passar confiança até alcançar o elevador.

- Esse homem do seu lado, derrame a bebida no crachá dele.

Finjo um desequilíbrio e me jogo em cima dela, todo o caramelo no topo da minha bebida gruda no seu crachá, me sinto ridícula fazendo isso, eu queria estar batendo.

- Me desculpe. - ele lê o nome no meu crachá e me olha desconfiado.

- Preciso limpar isso. - ele desce no décimo andar.

Espero mais alguns minutos e finalmente meu andar chega, vou desligar as câmeras para que não ter vestígio da sua visita a esse andar, mas tome cuidado com outros agentes.

Olho para os dois lados um pouco apreensiva, tento manter um semblante natural para não transparecer meu nervosismo caso algum agente apareça, eu seria descoberta na hora.

- Certo, o que faço agora? - falo um pouco mais alto, como ele mesmo tinha me avisado uns minutos antes, assim que chegasse nesse andar o sinal ficaria fraco.

- Eu só preciso que você vá até o cofre e tire a digital marcada nas teclas.

Olho para a porta no fim do corredor e marcho até ela, passo o cartão no indicador e quando a porta se abre vejo o enorme cofre.

- Grant. - chamo sua atenção.

- Você tem cinco minutos. - ele me avisa, mas não estou preocupada com o tempo agora.

- Eles tem um identificador de retina, as digitais não vão ajudar muito. - informo.

Preciono o plástico levemente sobre as teclas copiando as digitais.

- Eu não quero entrar nesse cofre. - abro a porta devagar e coloco a cabeça para fora, o corredor continua vazio.

- Como não? - falo baixo.

Fecho a porta devagar e começo a andar rápido até o elevador.

- Desça pelas escadas, tem três agentes no elevador. - viro o corpo automaticamente e empurro a porta, pulo de dois em dois na intenção de chegar mais rápido. - Eu só queria a digital dele, os teclados são limpos diariamente, mas você conseguiu atrasar o agente responsável.

Penso no cara que eu enganei lá embaixo e dou risada, meu namorado é demais.

Ai caramba.

Namorado.

- Megan. - ele praticamente grita no meu ouvido e só não faço o mesmo porque eu não quero morrer, já que cheguei ao andar dos computadores.

- Oi. - falo o mais baixo que consigo e ao mesmo tempo de forma clara.

- Ande reto até o fim do corredor, pare no bebedouro, se sirva com água e deixe o envelope perto dos copos, quando me ver chegando e tiver a certeza que chegarei no bebedouro antes de qualquer pessoa, jogue o copo fora e saía, o crachá que eu te dei vai ajudar nisso, estou te vendo pela câmera agora então se entendeu apenas coce o cabelo.

Faço o que ele manda e me sirvo, eu só percebi que estava morrendo de sede quando a água chegou a minha garganta, vejo ele pelo canto do olhos e por mais alguns segundos teríamos nos tocado.

Passo o crachá na porta e saio do prédio, esse é o menor escritório da CIA que eu já entrei, olho paro os dois lados e atravesso a rua.

- Dois quarteirões a frente tem um restaurante italiano, me encontre lá daqui a dois dias as sete horas da noite, agora tire o ponto e se livre dele também, de qualquer forma o sinal vai cair com a distância.

- Posso ficar com a peruca? - pergunto sarcástica e posso escutar ele rir.

- Sim. - a pausa é grande mas eu sinto que ele quer falar alguma coisa, então espero. - Você fez um ótimo trabalho. - sorrio com o elogio, tirando o ponto em seguida, piso nele e jogo dentro do esgoto, espero que a água leve os pedaços longe.

Guardo o crachá que até agora estava na minha mão no bolso e sinto uma nota, fico muito feliz por ter grana o suficiente para pagar o ônibus.

Mercenárias » A Ameaça Onde as histórias ganham vida. Descobre agora