Capitulo 3 - Anota ai, zé.

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É segunda! Mas, que merda. Ainda não consegui voltar pra casa.  No sabado, assim que acordei daquela festa papai me ligou, ele explicou e tentou me convencer que eu teria que estudar pra uma prova que teria na segunda. Era um tipo de teste.

Ele pareceu esconder alguma coisa. E quando ele desligou, fiquei um bom tempo na cama pensando. Até que eu perguntei a minha colega de quarto e ela disse que era normal esses exames, era um tipo de exame de seleção, pra saber se eu iria ou não ficar ali. Não demorou muito pra entender, eu teria que ir muito mal nesse teste.

Passei o final de semana estudando. E agora você me pergunta: "Ei sua idiota, se você quer sair desse inferno, você não deveria se dar mal nessa prova?" Eu te respondo: Primeiramente, idiota é a sua mãe! E outra coisa, estudando eu vou saber qual questão é a correta. E assim, vou saber qual a questão errada pra marcar. É meio idiota, eu sei. Mas, isso aqui tava um tédio dos infernos. Ficar no quarto estudando pra me foder numa prova, era melhor.

Eu fiz a prova faz uma hora. Modestia parte, eu sabia todas as respostas. Mas, meu orgulho me fez marcar todas as erradas. Eles disseram que iam entregar as notas, e era pra ter sido a meia hora. Olhei pro teto e suspirei.

- Caramba, garota. Me diga que foi bem naquela prova. - Cait entrou afobada rindo. Eu gargalhei e dei os ombros. Não contei pra ela meu plano, não podia chegar e dizer que estava tentando ir embora do inferno onde ela basicamente "mora". Meu celular tocou quando eu ia responder alguma besteira, vi o numero do papai no visor e atendi no terceiro toque meio indecisa se devia ou não atender.

- Estou com saudades. E sinceramente, estou feliz.

- Por que? - Perguntei. Eu sou demais! Tenho certeza que não passei na prova. E agora, ele está feliz por que eu não passei e vou voltar pra casa, pra o meu pai lindo matar a saudade.

- Por que você vai voltar pra casa e eu nunca mais vou inventar essas loucuras. - Santo Deus das promessas não prometidas que se realizam mesmo assim.

- Serio? - Eu estava emocionada e uma felicidade que não cabia no peito. Nem tive tempo pra desconfiar.

- É claro...! - Ele falou afobado e eu soltei um gritinho feliz, me levantando rapido da cama. - Que não!! - Puuffffff, mas que merda hein.

- Droga. - Me deixei cair na cama de novo.

- Olhe a boca suja, mocinha. - Ele falou e eu rolei os olhos. - Mas, parabéns de qualquer jeito.

- Parabéns? - Eu não entendi.

- Você deve ter estudado muito pra errar todas as quetões daquele exame. - Eu revirei os olhos sentindo a irritação chegar.

- Arrrrggh! - Falei irritada. - Vou desligar. - Antes que ele falasse alguma coisa completei. - Estou com dor de barriga. - Desliguei. Fiquei deitada de barriga pra cima. Mas que merda. Meu celular bipou do meu lado e suspirei verificando a mensagem.

"Dor de barriga? Você devia levar umas palmadas por mentir tão mal, pirralha."

"Vai se danar, pai!"

"Ei, eu sou seu pai, garota! Me respeita."

Bufei irritada e me senti meio arrependida. Que seja, ele que começou. Sentei na cama e suspirei puxando fundo o ar, olhei atraves da janela e quando ia me levantar pra ir tocar numa arvoré proxima a janela do quarto, meu celular toca. Rolei os olhos ao ver que o nome piscava "Papai Idiota".

- Se for pra tirar onda com a minha cara acho melhor dizer logo. - Falei irritada de uma vez. Eu detesto meu pai!

- Tudo bem, então vou mandar os caras que estão na entrada do estacionamento irem embora com a seu conversivel novinho. - E desligou, arregalei os olhos sem acreditar e comecei a discar o numero dele. Errei. Fui na discagem rapida e apertei o numero 1. Tummmm. Tummmm. Tummmm. Tummmm. 

- O que é? - Ele falou desdenhoso.

- É... É verdade? Um conversivel? - Perguntei emocionada.

- Sei lá, vai que você acha que eu estou tirando onda com a sua cara.

- Pai, deixa de drama. E só me diga onde está! 

- Um obrigado, seria legal! Garota ingrata - Balbuciou. - Na entrada do estacionamento.

- Obrigado pai! Eu não te detesto mais, seu velho lindo modelo da calvin klein! - Desliguei na cara dele. Ele que fique feliz, o.k? Eu agradeci e elogiei!

Corri afobada pro estacionamento, e quando cheguei lá tinha um cara grandão ao lado de um conversivel vermelho com um laço enorme. Rolei os olhos com o laço exagerado que devia ser ideia do meu pai. 

- Você é Alexis? - Perguntou o careca grandão. Eu assenti olhando pro carro chamativo que reluzia aos meus olhos. Alguns garotos estavam babando no meu carro. Rá! Otarios. Bem na cara. - Você precisa assinar. - Ele me deu um papel pra assinar, bem no momento que eu ia ver meu carro mais de perto. - E aqui. - A partir dai, meu sangue esquentou. Pra que assinar mais? Pelo menos, acabou. Ago... - Tem mais esse também. - Fulminei um olhar pra ele, enquanto assinava o papel idiota. - E te...

- AHHHHHH. Tira xeroz, cara. Não assino mais merda nenhuma, beleza? - Bufei enquanto me passava a mão pelo meu carro novinho. E ai você se pergunta: Essa idiota nunca viu carro? E eu respondo: Idiota, é o caralho. Ver é claro que eu vi, mas ter eu nunca tive. Suspirei apaixonada enquanto tirava o laço idiota.

- Wow, tudo bem. Já acabou. - O grandão careca se meteu nos meus pensamentos. Ele olhava divertido pra mim. Dei a ré no carro, tirando do estacionamento, mas assim que tirei o carro me dei conta que não tinha pra onde ir. Dei umas voltar pelo lugar e logo voltei pro estacionamento. 

Estacionei e  desci pro dormitório.

- Ei ruivinha. Que tal um encontro com o cara mais bonito do campus? - Ouvi o grito de longe. Botei a mão na cintura enquanto virava pra olhar na cara daquele idiota, quase cai pra trás quando o vi, esse panaca podia ficar mais bonito? 

- Qual é o seu problema comigo hein? - Falei alto o suficiente pra que ele escutasse. Ele estava de calça jeans rasgada e uma camiseta que agrupava deliciosamente cada pedaço dele, pra completar ele andava na minha direção com as mãos no bolso. Bom mesmo que ele mantivesse suas mãos para si, ou eu era capaz de arrancar com um machado. 

- Nenhum. É só incrivel encher seu saco. Você não tem noção o quanto você fica sexy toda vermelha de raiva. - Bati o pé, pronta pra voar na cara dele. Esse cara definitivamente um pirado.

- Espero que você se lembre disso quando eu matar você. E respondendo a sua pergunta: - Diminui meu tom, e falei pausadamente pra que ele entendesse. - Eu nunquinha sairia com você. 

- Acho que você está me chamando de bonito. - Revirei os olhos instintivamente. - Ei, mocinha. Não vire esses olhos bonitos pra mim.

- Mas, você perguntou. - Respondi ignorando sua ultima acusação.

- Porem, não disse que o cara era eu. - Ele sorriu mostrando aquelas malditas covinhas. Me deu até vontade de beijar cada uma delas. Que merda eu estou falando? Esse cara é um idiota! - E eu não faço questão de sair com você, essa coisa de sair com as doidas não é nada legal. - Agora eu fiquei ofendida, eu não sou boa o suficiente pra ele? E por isso, ele nunca sairia comigo? Empinei o nariz, e abracei meu orgulho. Não ia deixar esse rostinho bonito encher meu saco.

- Urgh! Você é um pé na bunda

- Isso me dá ideias tão ruins pra você. - Ele ronronrou perto de mim, sua voz estava rouca. E os seus musculos se sobressaltavam naquela maldita camisa. Virei as costas pra ele, ignorando essa bobagem toda, indo em direção ao meu dormitório. Esse cara ia ser uma dificuldade total. Mas, eu ia botar ele no lugar. Pode anotar ai, zé.

 

Belo desastreWhere stories live. Discover now