Capitulo 2 - Conhecendo o território.

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Que confusão?! Realmente acabei por ser expulsa por aquele velho rabugento e careca. Tudo falta de uma namorada! Ai só depois do meu pai ter me matriculado nesse internato idiota, o cretino resolve me chamar de volta pra estudar lá, não queria ter vindo estudar nesse manicômio que estou indo, mas meu orgulho ferido é algo irreversível. Papai para o carro, e eu desço junto com ele e Amy. Olhei na minha frente sem acreditar. Mas que merda! Aquilo era um internato ou uma pequena cidade? Encarei tudo, muitos prédios, duas praças, lanchonetes..

Uma mulher logo veio ao nosso encontro. Morena. Sua pele clara contrastava com seu cabelo escuro grande e liso. Parecia só alguns anos mais velha que Amy, mas devia ter a idade de papai mais ou menos. Ela deu boas vindas informando que era a diretora. Deu-me uma pasta com anexos informando como funciona tudo aqui, e que qualquer duvida poderia tirar com ela. Ensinou-me onde era sua sala. E logo nos conduziu ao meu quarto.

Amy me ajudou a levar algumas das pequenas malas pra dentro. Depois papai traria o resto. Entramos no quarto, grande e feminino. Havia apenas duas camas. Uma incrivelmente arrumada e outra que logo deduzi ser a minha. A diretora disse que tinha que se retirar e logo desci as escadarias com Amy. Ao chegar ao carro, Amy me abraçou forte. Repousei a cabeça no ombro da minha irmã, ia sentir saudades.

- Se cuida, Lex. Tenta não entrar em confusão. Mas, qualquer coisa é só ligar pra mim, ou pro meu namorado idiota. Se eu não vier, ele vem. – Sorri sabendo que era verdade. Vi algumas inúmeras patricinhas mal amadas olharem de relance pra gente. E rolei os olhos sentindo o tédio chegar. – E arrase esse bando de bitch. – Ela piscou pra mim, sorri de canto e dei os ombros.

- Isso não é do meu fetiche, querida irmãzinha. – Sorri meio diabólica e ela negou com a cabeça dando os ombros.

- Nunca é. – Gargalhamos juntas e vi papai se aproximar. Dei um beijo na sua bochecha.

- Não apronte enquanto eu estiver longe, papai. – Falei e dei um soquinho no seu ombro.  E ele me puxou pra um abraço.

- Essa fala é minha. Também vou sentir sua falta, pirralha.

- Ainda dá tempo de desistir. – Sorri divertida.

- É claro que tem, mas quem disse que eu vou? – Ele aperta meu nariz e eu dou uma tapa na sua mão. – Até as férias. 

E assim, eles vão embora. Fico parada olhando, e pela primeira vez na vida me sinto sozinha. Minha psicóloga geralmente diz que eu devia abrir os olhos pra novos horizontes e agora que eu estou longe, não consigo olhar além. Só sinto falta do meu pai idiota e minha irmã apaixonada. 

Volto pro meu dormitório. Desabo na cama e sinto minha barriga roncar. Vasculho o quarto, é grande mesmo. Presto atenção na bagunça organizada da minha colega de quarto. Nada de fufurinhas rosas, só vejo alguns pôsteres de umas bandas, e no criado mudo pego um porta retrato com uma menina de cabelos longos e escuros, sua pele branca contrastando com seus olhos azuis, ela parecia ser da minha idade segurando um Golden enorme, uma mulher parecida com ela, provavelmente sua mãe, um menino de uns 12 anos de idade e um homem da altura da mulher meio gordinho e risonho. 

- Oi! – Pulo de susto ao ver que minha colega de quarto chegou. – Sou Caittlin Peoples. Pode me chamar de Cait. Você deve ser a Alexis Davis. – Ela acena com a cabeça e eu devolvo o porta retrato pro lugar. 

- Oi. E foi mal, só tava tentando ver se você não é uma das patricinhas mal amadas que eu vi na entrada. – Ela gargalhou com vontade e eu rolei os olhos, pelo menos eu era engraçada. 

- Tudo bem. Vou pra biblioteca, qualquer coisa é só chamar, ruiva.

Caittlin saiu, e minha barriga roncou alto. Acho que eu iria em uma lanchonete desse lugar. Sai e meu celular bipou. Peguei e vi que tinha chegado uma mensagem de vídeo pra mim, vi os rostos conhecidos dos meus melhores amigos idiotas e Chad falou:

Belo desastreWhere stories live. Discover now