43º capítulo (Repostando)

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-Não estou muito afim de ir a festa.-Disse comendo uma pipoca e colocando a vasilha no sofá e me sentando.-Não estou em vibe de festas no momento.       -Mas eu quero ir a festa!-Teddy retrucou. -Mas eu não quero!-Bufei.-Se você quiser ir, vá à vontade. -Mas eu sou do terceiro semestre, sua turma que está dando a festa para os calouros. E como eu vou?-Dei de ombros. -Entra com alguém da minha turma, você é amigo de alguns garotos de lá pelo o que eu me lembro.-Comi uma pipoca e revirei os olhos em meus pensamentos. -É, vou entrar com um deles. Você sente problema disso?-Neguei com a cabeça, mesmo sendo verdade. Óbvio que eu sentiria problemas em ver meu namorado em uma festa sem mim!-Nem uma pitadinha?-Neguei a cabeça novamente. Ouvi um barulho de alguém descendo as escadas: e lá estava a Maria Cecília. Minha irmã estava com uma calça jeans rasgada no joelho e uma blusa longa e solta, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e calçava uma sandália que não tinha salto. -Vai sair com quem, Maria? O Matheus voltou pra cidade dele.-Franzi a testa. -Nem estou namorando com o Matheus, e tenho minhas amigas pra sair também.-Lhe dei língua e ela retribuiu.-Mas respondendo à sua pergunta: eu irei sair com o Albert.-Engoli em seco.-Algum problema? -Não.-Menti.-Fico feliz por você ainda ter aproximação com o Albert, apesar de tudo ele sempre te tratou como uma irmã mais nova. -Não comentei nada com você porque talvez seria uma situação bem chata. Mas já que você perguntou...-Mordeu seus pequenos lábios. -Tudo bem, Maria.-Sorri amarelo.-Um ótimo jantar para vocês! -Vamos comer pizza e depois vamos aquela sorveteria que íamos sempre.-Assenti. Confesso que senti enorme saudade desses velhos momentos. De sempre a galera não se importar se a Maria Cecília estaria conosco ou não, e ela sempre gostou do pessoal que sempre teve um carinho imenso por ela. Saudades do nosso grupo de amigos que não se gostavam há dois anos atrás e que se tornaram grandes amigos depois do meu namoro com o Albert se tornar real oficial. -Na moral, a sua pipoca é uma delícia.-Sorri para meu namorado que devorava a pipoca de ninho e nuttela que eu havia feito.-Onde aprendeu a fazer essa delícia de comida ? -Internet.-Menti. Eu havia aprendido com o Albert, que depois de zoar tanto com a minha cara por eu não saber cozinhar, me ensinou a fazer uma receita de sua mãe. Eu me lembro como se fosse hoje, há dois anos atrás quando eu nem namorava o Albert ainda e era a primeira vez que ele veio aqui em casa depois da nossa briga que deixamos de ser amigos/melhores amigos depois de anos e quando eu aprontei uma na cozinha: Flashback on: -Só eu que escutei alguém tocar a campanhia?- Maria perguntou. -Só você.-eu respondi fria, completamente fria.-Anda, vai lá ver se têm alguém mesmo tocando a campanhia. Minha irmã partiu em uma carreira total, e possivelmente abriu a porta. Ouvi uma voz meia grossa e rouca, a voz mais linda que já ouvira. Parecia ser do menino de cabelos pretos e olhos verdes maravilhosos...                               -Maria!-cantarolou.-A casa de vocês não mudou nada, que saudades daqui! Corri até a sala tentando ser o mais discreta possível, o mesmo coçou a cabeça sem conseguir pronunciar nenhuma letra do alfabeto. Ao ver o clima que não acontecera, Maria Cecília subiu as escadas mais rápido que o normal. -Maria!-gritei e minha irmã fingiu que eu não falara com ela. Me virei até Albert mordendo os lábios e o mesmo começou a olhar a casa sem sair do próprio lugar, apenas revirando os olhos.-E então... Você acha melhor nós fazermos aonde? -O seu quarto continua o mesmo? -Continua, mas por que? Já aviso que não irei fazer trabalho no meu quarto com você não...-eu reclamei. -Não, não é isso! É que eu lembro das nossas aventuras nele.-ele riu. Queria lhe dizer que o quarto continua do mesmo jeito. Instrumentos espalhados pelo meu quarto, uma escrivaninha, o banheiro do mesmo jeitinho, um urso de pelúcia enorme que ficara em minha cama há muito tempo, livros nas prateleiras... Até pensei em dizer-lhe que eu me lembro das nossas brincadeiras estúpidas por essa casa inteira...Mas eu apenas pensei. -Gostaria de fazer aonde?-perguntei quebrando o clima tenso que ficara entre nós.      -Que tal na cozinha?-ele sugeriu e eu assenti.-Se ficarmos na sala eu acho que sou capaz de dormir no sofá.                                                          -Olha, te aviso que a Diana e a Josete pararam de gostar de você depois que nós brigamos.-ele soltou um riso extremamente alto e que era a coisa mais fofa do mundo inteiro.                          -Ah, é?-eu assenti.-Então pode dizer pra elas que sou um menino legal, e não um moleque.-ele se aproximou fazendo as malditas cócegas em mim.                                                                         -Parou? Já não basta quando tínhamos doze anos de idade.-eu reclamei segurando para não rir. E eu consigo!                                                          Ele sorriu malicioso e lhe dei um leve empurrão, enquanto o mesmo fez beicinho e uma cara de choro totalmente esquisita.                                        -Para com essa cara de choro, é podre!                     -Continue sendo mandona, é sua cara!-ele brincou e eu revirei os olhos.                                    Saímos em direção a cozinha e lá não tinha ninguém, então possivelmente Josete foi fazer alguma coisa que eu não sei e a Diana deve estar limpando a casa e ouvindo alguma música no meu mp3 e dançando; é uma figura, consegue me arrancar uma risada todas as vezes que a vejo assim.                                                 -Quer comer ou beber algo?-ele assentiu pedindo uma água ou um suco se fosse possível.-Eu vou ter que bater o suco, me espera! E vai abrindo o livro na página quarenta e cinco, lá fala mais ou menos a base sobre as céculas.                                                          -Você aprendeu a bater um suco?-ele riu da minha cara, no mesmo momento abrindo o livro na página que eu pedira.                                                                -Óbvio que sim!-dei de ombros.                             -Devo me preocupar?                                                 -Óbvio que não, Albert. Quando nos afastamos eu aprendi até a cozinhar.                                             -Certeza absoluta?                                                               -Certeza, ué.-eu disse abrindo a geladeira e pegando uma polpa de suco.                                                                           -Eu quero suco da própria fruta e não de polpa nenhuma...-ele reclamou.                                             -Você não têm que querer nada, ainda pega que eu estou fazendo suco para você.                                                         Peguei tudo que precisava e coloquei em cima da pia, logo em seguida peguei o liqüidificador  e o coloquei na tomada, o deixando no zero.                               -Você sabe que têm que por a tampa, não é?-eu assenti e ele riu.                                                            Coloquei todos os ingredientes e liguei o liqüidificador, me virando para Albert que arregalou os olhos e começou a dar risada.                                                      -Do que você está rindo mesmo?-me virei para desligar o liqüidificador e o suco caiu todo sobre mim, girando e caindo sobre toda a cozinha.-Isso!                                                               -Você disse que sabia.-ele fez chacota de mim. Eu revirei os olhos.-Você esqueceu de tampar na hora de preparar o tal suco. E agora está todo melada de suco de goiaba ou sei lá o que é isso que você estava fazendo.                                  -É suco de frutas.-reclamei.-Você esqueceu mesmo que eu sou apaixonada? Tomo pelo menos duas vezes ou mais por dia?-ele riu.-E a próposito: você também está todo melado.                                                           -Tenha certeza que você está bem mais que eu!                                                             -Você vai ver!-eu sorri maliciosa pegando o liqüidificador que sobrara o resto de suco e despejando-o por completo em Albert.                                    -Ah.-ele gritou!-o que é isso, Ana Júlia?              -Isso chama-se suco.                                                -Você vai ver, garota!-eu comecei a correr e o meu (ex) melhor amigo veio logo atrás de mim me ameaçando fazer tamanha cócegas.                                              -Para com isso...-comecei a soltar um riso alto que me fizera chorar e soluçar. Tudo no mesmo momento.                                                                    Flashback off•.                                                           Comecei a rir me lembrando desse dia que foi tão engraçado. Nunca levei jeito em nada na cozinha, e Albert sempre fez chacota disso. E quando voltamos a frequentar a casa um do outro depois de termos caído no mesmo trabalho do colégio; eu fiquei feliz quando ele zoou comigo. Mas não zoou como sempre fazia, não praticava bullying comigo... Ele zoava com a minha habilidade para a cozinha, brincadeiras entre amigos; que não tivemos muito tempo.                                                                -Do que você está rindo?-Teddy perguntou desconfiado.                                                                     -Estou rindo do que estamos vendo na televisão, só isso.                                                          -Mas estamos vendo um filme de ação, e nessa parte está ocorrendo troca de tiros...-Eu dei de ombros.-Fale logo porque está rindo.-Ameaçou.                        -Não vou discutir com você, Teddy.-Ele apertou meu braço.-Peço que saia da minha casa, antes que eu grite o Tobias.                        -Tobias foi levar a sua irmã na pizzaria.-Abriu um sorriso.            -Mas provoque e eu ligo pra polícia!-Peguei meu celular e o mostrei.

A menina que ele zuava 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora