I Bari

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O cômodo estava silencioso, as paredes altas ecoavam apenas o som leve do vento que entrava através da única janela aberta dali

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O cômodo estava silencioso, as paredes altas ecoavam apenas o som leve do vento que entrava através da única janela aberta dali. No centro do local amplo, ficava uma grande mesa redonda com sete grandes cadeiras – que mais se assemelhavam a tronos – dispersas por sua extensão.

A porta dupla que havia no lugar se abre, revelando apenas um homem alto e bem vestido. O mesmo suspira ao encontrar a sala vazia, mesmo já estando esperando por isso. Os outros seis nunca foram muito bons em questão de pontualidade.

O homem de aparência jovem entra no cômodo, fechando a porta atrás de si. Seu terno, apesar de ser completamente preto, dava a ele uma aura poderosa. Se um ser humano qualquer olhasse para ele e seus penetrantes olhos escuros, seria impossível deixar de se encolher perante ele. Ele se direcionou até a cadeira do lado oposto da mesa. A cadeira, ou 'trono', tinha detalhes adornados de prata, e seu acolchoamento levemente puxado para o roxo contribuíam para deixar a imagem do homem ali sentado ainda mais poderosa.

Poder, essa era uma palavra que ele gostava, na verdade, amava. Era uma palavra entre tantas que descrevia seu reino. A busca poder, a ânsia por ter mais, a cobiça, a ganância. Era isso que ele era, a ganância em pessoa. E não no sentido figurado.

Quando ainda era humano ele era chamado de Kim Namjoon. Morreu jovem, e o seu maior pecado, aquele que o levou para o inferno, foi a ganância. O Kim não pensava muito sobre o passado, as lembranças dos anos intermináveis de sua alma sendo torturada até que, enfim, fosse corrompida e ele virasse um demônio não lhe eram agradáveis. Ele preferia pensar no presente, pois era no presente que estava sua preocupação, motivo no qual ele convocou essa reunião.

Namjoon acendeu um charuto, dando uma forte tragada antes de soltar a fumaça. Era um hábito humano que ele havia adquirido com os anos. Sempre que se encontrava em estado de tensão ele tragava um charuto, fumar algo que os humanos fizeram e adoram, algo que mata eles aos poucos, deixava ele calmo. Era sempre bom lembrar que os humanos eram reis da alto-destruição e que, mesmo que seu reino passe por tempos de crises menores, as almas deles sempre viriam.

A porta novamente se abre, chamando a atenção do Kim, que deixa seu charuto de lado momentaneamente para observar qual dos outros pecados havia chegado.

Um homem ligeiramente menor que Namjoon entrava no cômodo, e a única coisa mais chamativa que seu cabelo rosa e sua beleza estonteante, eram a caixa enorme com o logo de uma loja humana que vendia frango assado em suas mãos.

Aquele era Kim Seokjin, ou, como era chamado, a Gula.

Muitos associavam a gula com comida, bem, não é algo errado, pelo menos em parte. A gula não é só o desejo desenfreado por comida, é também o desejo ardente, é ter algo e mesmo assim querer mais. Namjoon gostava da ideia de que ganância e gula andam lado a lado, afinal ele queria estar ao lado de Seokjin.

Seokjin andou até a cadeira ao lado de Namjoon, onde se sentou delicadamente antes de colocar a caixa em cima da mesa.

— Olá, Jin. — Namjoon cumprimentou o homem, antes de voltar a tragar seu charuto.

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