Charlie Lenehan
Eu só posso pensar nele em todos esses dias que se passaram. Leondre mexe não só comigo mas com os meus pensamentos e meus sentimentos também, eu decidi que vou falar com ele. Sim, já voltamos do acampamento. Voltamos há exatos trinta dias e não trocamos nem sequer uma palavra, mas eu já não aguento mais continuar assim, eu vou ir até a casa dele falar com ele. Ele e Noah continuam juntos, e eu e Chloe também continuamos juntos mas eu não tenho sido o mesmo com ela, a mesma até mesmo perguntou se eu queria terminar, quase chorando, daí não fui capaz de negar. Nesse exato momento, são 19:34 do dia 24 de Dezembro, sim, véspera de Natal, e eu vou levar um presente para Leondre, pedindo desculpas pelo jeito que o tratei lá no acampamento, não que eu tenha dito mentiras mas eu fui duro demais com ele. Não vou passar com Chloe porque ela foi com a família para Orlando, na Disney, então como meus estão trabalhando, o que não é nenhuma novidade, não vou passar sozinho. Vou passar com Leo, estou decidido, nada melhor para uma reconciliação do que um ótima jantar em família. Após uma última olhada no espelho, tenho a certeza que estou pronto. Nada além de uma calça jeans clara rasgada nos joelhos, com uma blusa social vermelha e tênis da mesma cor da blusa, espírito natalino. Acho que poucos sabem mas, na verdade, eu amo o Natal, é a única data especial do ano que eu realmente gosto. As tradições natalinas são diferentes em cada canto do mundo, na Inglaterra é comum que as crianças coloquem meias penduradas com guloseimas para o Papai Noel na lareira. Sem contar a ceia deliciosa de Natal, temos o Turckey, um peru natalino sendo o prato principal, como acompanhamento temos batatas assadas em formato de purê, o Gravy que é um molho feito da redução do caldo de carne, ah, não podendo esquecer de Pigs in Blankets, são linguiças assadas cobertas com bacon e legumes cozidos, dependendo do gosto da pessoa, temos até mesmo champanhe. Como sobremesa, temos Christmas Pudding, uma espécie de bolinho recheeado com frutas secas e molho de conhaque. Temos como prenda os Chistmas Crackers, o cracker é uma espécie de bombom gigante com um presentinho e uma coroa de papel dentro. Eles ficam na mesa junto à ceia e existe uma tradição em que as pessoas cruzam os braços, como se fossem abraçar a si mesmas, segurando em uma ponta do cracker enquanto a pessoa que está ao seu lado segura a outra ponta, formando uma corrente. Todos devem puxar as pontas juntos para ver de que lado fica o presentinho. No geral, a lembrança são miudezas como um chaveiro, mas o mais importante é não esquecer de colocar a coroa de papel na cabeça, pois ela é um símbolo muito importante do natal inglês.
Saio do quarto em que eu estava, me direcionando para fora, onde o táxi já me esperava, sim, moro em casa, não em apartamento. Dou o endereço para o motorista, e fico a olhar pela janela em meio a curta ''viagem''. Comprei algo simples para Leo, sei que ele é simplista, comprei uma caixa e enchi de doces, biscoitos e deixei um colar no fundo com um pequeno C nele, a intenção é C de christmas, mas ele pode entender como quiser. Comprei para Victoria um perfume e uma pulseira. Não, não estou me convidando para o Natal deles, mas sei como é o bom coração de Leondre e de Victoria, e sei que vão me convindar para passar com eles. Ao chegar em frente ao prédio, pago o motorista e logo adentro o local, o porteiro já me conhecendo, me deixa subir. Entro no elevador, contando cada segundo que se passava mentalmente, um tanto nervoso.
-Charlie ? - Escuto aquela voz ao sair do elevador dando de cara com Leo, ah, aquela voz - O que faz aqui ?
-Eu vim para conversar com você e lhe entregar algo - Minha voz sai meio falhada ao sair do elevador e parar em sua frente - Trouxe algo para Vic também.
-Ahn... Vamos entrar, depois busco as frutas - E em passos rápidos estamos dentro do apartamento - Então, o que veio falar ?
-Eu queria me desculpar pelo acampamento, acabei sendo duro demais naquele dia da barraca... Podemos continuar amigos ? Eu não vou interferir no seu relacionamento com Noah, eu juro... Eu só não podia mais ficar sem falar com você, foi um mês e eu percebi sua importância pra mim - As palavras saem de forma meio desajeitada, mas consigo me tranquilizar ao ver seu sorriso.
-Tá tudo bem, Char... Eu também errei. Vamos esquecer isso, hm ? É quase Natal, só vamos aproveitar. - O abraço e ele retribui, o que me surpreende até certo ponto - Vai passar com seus pais ?
-Eles estão trabalhando, vou passar sozinho, em alguns passei com eles, mas geralmente passo sozinho - Ele sorri mais largamente ao me escutar e me puxa até a cozinha - Oi Vic... Feliz quase Natal.
-Charlie... Já estava com saudades de você - A mesma que estava a cortar alguns legumes vira para me olhar - Eu até te daria um abraço mas além do suor, estou cortando legumes...
-Mamãe, o Char vai passar o Natal sozinho na casa dele porque os pais estão trabalhando, deixa ele passar conosco ? - O olho ao ouvir sua voz à pronunciar aquelas palavras e sorrio.
-Claro... Não precisava nem perguntar - Um sorriso surge no rosto de ambos mas logo sou puxado para sala por Leo.
-Meu presente - Ele bate palminhas ao falar o que me faz rachar o bico de tanto rir - Ah, coloque uma carta na meia e coloque na lareira...
E ali eu comecei após tanto tempo as tradições natalinas, sim, neguei lhe entregar seu presente no momento, somente no dia 25, às meia noite, então ele me fez escrever uma carta e colocar em uma das meias natalinas, que foi exatamente o que eu fiz, juntei a minha com a dele na lareira e ficamos jogados no tapete da sala, conversando e rindo sobre qualquer coisa visto que Vic não nos deixou nem sequer entrar na cozinha para ajudar. Me sinto feliz, estou novamente perto de quem eu nem deveria ter saído, esse é o poder e a magia do Natal, juntar pessoas, sejam elas amigas, conhecidas, desconhecidas, ou até mesmo família. Quando eram quase dez e meia nos sentamos todos juntos, e ficamos conversando, todos com roupas vermelhas, era a primeira vez que eu via Leo com outra cor sem ser preto, ele fica tão lindo. Vimos o discurso da Rainha Elisabeth II enquanto comíamos alguns biscoitos natalinos, conversando com eles sobre as tradições, Vic disse que ela faz duas ceias, no dia 24 e no dia 25, mesmo que a tradição original fosse fazer a Ceia de Natal apenas no dia 25. No dia 25 tem os Christmas Crackers, então já os comuniquei que amanhã também estaria aqui presente. Quando deu meia- noite, trocamos felicitações e presentes, eles tinham me comprado lembrancinhas que pretendiam me entregar. Leo me deu um cordão com a letra L de Loyalty, que era o que mais precisavámos entre nós dois, lealdade. Victoria me deu uma blusa muito bonita que vou com toda certeza usar bastante.
-LEO, TEM ALGUÉM TOCANDO A CAMPAINHA - Grito da sala para que ele fosse atender, ele estava guardando o que havia ganho de mim e de Vic no seu quarto, Victoria fazia o mesmo em seu quarto.
-Não tô esperando ninguém - Ele corre até a porta enquanto Victoria aperece se sentando ao meu lado - Só tem uma caixa aqui, embrulhada com um laço...
Ele entra e logo se senta com a tal caixa, ficamos no dilema de abrir ou não, mas ele acabou abrindo pela grande curiosidade, e acabei até por me preocupar ao ver sua expressão de espanto.
-O que foi, Leo ? - Sua mãe perguntou calmamente.
-Mamãe, eu já sei quem me mandou isso... - Ele a olha - É ele, mamãe... Tá assinado. Antonio, seu papai. Ele voltou, por que ele voltou ?
E ali, todos os dois ficam estáticos, e eu claramente confuso. E ambos ficam ainda mais estáticos ao verem o que havia dentro, um conjunto de três trenzinhos de madeira com um pequeno trilho, e eu fico claramente mais confuso. O que está acontecendo aqui ?
I'm back again, bitches...
Kakaka
Eu disse que voltaria, escrevi correndo, tô há duas horas escrevendo e estou atrasada para me arrumar, o Natal me aguarda junto com a ceia maravilhosa rs
FELIZ NATAL PARA VOCÊ E UM ÓTIMO RETORNO DE AMOR E PAZ PARA TODA SUA FAMÍLIA E AMIGOS...
Bye
See you...
❤
Ps.: Capítulo não revisado.
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• Hopeful - Chardre •
FanfictionLeondre Devries sempre foi um tanto magro e pálido, mesmo com seus quinze anos, idade que os meninos começam a ficar mais desenvolvidos. Por tal motivo ele sempre foi zoado pelos valentões do seu colégio. Ele não dava importância quando o chamavam d...
