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2.6 | Livie |

Sempre gosto muito quando vamos pra casa da mãe do Cameron, gosto de lá. Elas me tratam como se eu fosse parte da família há muito tempo, uma filha a mais.

Quem não gosta é o Cameron que fica no meio da mulherada toda não entendendo nada, e ainda mais que  eu dou mais atenção pra mãe e pra irmã dele do que pro próprio, então imagina o drama.

Ele fica sempre me abraçando, ou coisa do tipo. Não vou mentir, eu gosto muito. Ainda mais quando ele fica segurando só o meu mindinho, me faz lembrar de quando a gente ficou pela primeira vez. Nem parece que faz esse tempo todo.

- O que você tá pensando ? - ele sussurra no meu ouvido e meu corpo se arrepia.

- Que a gente começou a ficar e já namora há um tempinho - viro para ficar de frente a frente com ele - mais ou menos 1 ano e 9 meses, não contando quando a gente terminou, óbvio.

- Verdade - ele me abraçou - espero que venham mais assim, sem ninguém para interromper, nada para estragar.

- Olha a boca santa - fiz cara de brava - vai que surge uma outra Megan ? Deus me livre desse horror.

Ele riu e me puxou para mais perto dele.

Estávamos deitados na cama, chegamos fazia um tempo da casa da mãe dele, e agora eram mais ou menos 01:30 da madrugada.

- Eu te amo - ele beijou minha testa e me olhou fixamente.

- Também te amo - me aconcheguei ali mesmo e fiquei, até dormir sem perceber.

*

-Liv, tem alguém com o dedo na campainha - ouvi o Cameron dizer em uma voz sonolenta - senão eu vou lá arrancar o dedo da pessoa.

Me levantei meio grogue e vi o horário no celular. 04:30 da manhã, quem era o louco ? Taylor que não era, ia pra casa da Lua hoje.

Desci as escadas ligando tudo que era luz que eu via e no meio do caminho eu peguei um vaso, vai que querem me matar ?

Abri a porta devagar, preparando meu vaso e meu grito pra acordar o Cameron, mas nem precisei.

Matt estava ali, com uma cara que eu acho que eu nunca vi ele fazer desde que nos conhecemos.

- Desculpa o horário Liv, é só que, você foi a primeira pessoa que eu pensei - ele me olhou com os olhos inchados.

- Matt, você tava chorando ? - perguntei o puxando pra dentro e fechando a porta.

O fiz se sentar na sala enquantou eu pegava um copo de água pra ele na cozinha.

- Toma - entreguei o copo - Matt, o que aconteceu ?

- Eu e a Gih terminamos - ele falou devagar depois que deu um gole na água - essa porra de distância só fode tudo. E os shows também, eu só fico mais longe dela.

- Ah Matt - o puxei para perto quando vi que ele começou a chorar de novo - se for pra ser mesmo, vocês vão se reencontrar. Pode ser daqui alguns dias, meses, anos. Não se tem limite de tempo pro amor.

- E se não for pra ser ? - ele falou baixinho.

- Então você segue o baile, a gente não pode controlar essas coisas, a única coisa que a gente pode fazer é esperar - comecei a mexer nos cabelos dele.

- E se eu pegasse um vôo pro Brasil agora mesmo ? - sugeriu.

- Mesmo que eu ache isso incrível e romântico, não acho que deva fazer isso Matt. As vezes pode só  piorar as coisas entre vocês - ele soluçou - desculpa se eu to sendo muito realista.

- Não, ta tudo bem. Por isso eu vim pra cá, você falaria a verdade e o que você pensa sobre isso. Obrigado - ele tentou dar um pequeno sorriso - acho que eu vou ter que ir embora, ja ja amanhece.

- Nada disso, o senhor vai ficar aqui - me comportei que nem mãe - tampa os ouvidos - ele obedeceu - CAAAAAAAAAMERON - gritei.

- QUEEEEEEEE FOOOOI ? - ele apareceu correndo e então ficou confuso ao ver a situação.

- Pega um cobertor pro Matt e deixa no quarto de visita pra mim, por favor - fiz cara de cachorro pidão.

- O que aconteceu ? Pensei que você tava morrendo sua maluca, até fiquei zonzo de tão rápido que eu levantei.

- Só pega a porcaria do cobertor - me levantei - vem, vai lavar o rosto e eu te levo pro quarto de visita.

O loiro obedeceu que nem uma criança. Já tinha ficado no lugar dele, nesse momento a gente não quer questionar nem bater o pé pra nada, é mais fácil só fazer o que estão falando.

Ele foi rapidinho no banheiro e passou uma água no rosto e eu o levei pro quarto. O cobertor já estava lá, assim como Cameron.

- Deita e dorme - falei autoritária - me dá o celular, você não vai ficar remoendo nada - ele me deu sem reclamar.

- Obrigada Liv, você é realmente uma grande amiga - ele se deitou - boa noite.

-Boa noite - Cameron e eu dissemos juntos e fomos indo pro meu quarto novamente.

- Você daria uma ótima mãe, sabia disso ? - ele disse se deitando do meu lado.

- Será mesmo ? Não tenho muita paciência - comentei.

- Espero que tenha com os nossos - ele deu um sorriso bobo.

- Já ta imaginando filhos Cameron ? A gente nem casado é - eu ri.

- Um dia a gente vai ser, e é bom sonhar sabia ? - ele começou a brincar com a minha mão - vamos dormir, boa noite meu amor.

- Boa noite - fechei os olhos e cai de novo no sono.

E dessa vez sonhei com as crianças correndo em uma casa, comigo e Cameron casados.

Acho que se eu não tivesse sonhando, um sorriso bobo estaria tomando conta do meu rosto.