Anelise:
As coisas estão indo tão bem que estou com medo do que está por vir. Faz dois meses
que estou namorando o Ricardo, e tudo até agora está indo as mil maravilhas... claro, de acordo com o que pode ser dito como “maravilha” em nosso vocabulário.Hoje verei pela primeira vez uma luta dele, e meu coração está em alvoroço. Não sei
como vou suportar vê-lo apanhando, sofro só de imaginar.Me arrumo como em todas as vezes que me arrumei antes -- despojada e largada. Nesses dois meses de namoro, fico feliz em dizer que não mudamos nossos hábitos ou quem somos.
Eu, a deselegante desajustada mental, ele o brutamontes coração mole.
A companhia está tocando, ele chegou. Quando abro a porta lá está ele, de moletom e camisa larga, pronto para bater em alguém, ou... apenas beijar alguém. Há, há, há, há, há.
Em um rompante ele me abraça apertado e me beija apaixonadamente. Quem diria que um homem desse tamanho fosse tão romântico?
— Como foi seu dia? — ele pergunta fofo. E como meu namorado é fofo!
— Bem, e o seu?
— Está melhorando agora. — Ricardo diz com um sorriso no rosto. O que eu disse?!
— Então, vamos?
— E sua mão? Ela não está? Queria dar um oi.
— Não, ela não estar. Saiu para comprar os ingredientes para fazer aqueles bolinhos
amanteigados que você ama.— Nossa! Que maravilha, então vamos logo que eu quero terminar essa luta mais sedo hoje.
— Há, há, há, há, há... então vamos.
***
Ricardo:
Toda vez que encontro a Anelise é como estar onde um dia estive, em um estado de felicidade e serenidade constante, um lugar que fazia tempos que não visitava, e agora ela o trouce até mim.
Hoje ela veria uma luta minha, e estou com medo de como ela vai reagir. Da última vez que bati em um cara na frente dela, ficamos longe um do outro por três meses. E não sei se quero que ela me veja em meu estado mais bruto.
Olho para ela, e nossos olhares se encontram. Ela anda tão feliz que as vezes me dá medo de vê-la cair. Mas como meu psiquiatra falou para mim “É melhor viver o momento dando tudo de si, e ser feliz ou infeliz, do que não dar tudo de si, e não ser feliz por medo de fracassar”.
Tenho uma surpresa para Anelise, e não sei se ela vai lidar muito bem com o que eu tenho em mente. Meu irmão me disse para ficar calmo, que tudo daria certo, mas meus nervos não concordam muito com ele.
— Tenho que entrar no vestiário e me preparar para lutar, você vai ficar bem em uma das arquibancadas? — pergunto, quando chegamos na arena. Ela veio sozinha, e eu não queria deixá-la. A Marta só chegaria com o Júnior mais tarte, pois o levara ao pediatra.
— Claro.
Beijo-lhe a testa e sigo para o vestiário, onde trocaria de roupa e faria meus
exercícios pré luta. Lá encontro o Diego me esperando.— Então, você conseguiu tudo que te pedi?
— Tudo certo.
— Estou nervoso.
— Não fique, vai dar tudo certo. Se concentre na luta por agora.
— Vou tentar...
***
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Por que fadas não existem?
RomanceEm meio as dificuldades do dia a dia, dois corações solitários se encontram e descobrem que ninguém vive feliz sozinho, mesmo que contos de fadas não existam, Anelise e Ricardo descobrem que a felicidade está nas pequenas coisas diárias. Em, simple...