Doze: Ônibus.

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Harry foi o primeiro a acordar.

Estava ansioso, com as mãos suando e a cabeça doendo.

Ele iria conversar com Louis hoje. E ia dar tudo certo. Tinha que dar.

Ele desceu as escadas devagar, tendo em mente que ainda era quatro da manhã e eles sairiam as seis. Foi até a cozinha e procurou por chá no armário.

Sorriu ao imaginar Louis, na mesma cozinha, procurando o mesmo chá.

Harry pegou a chaleira e encheu de água.

Vários pensamentos rondavam sua mente. Tudo que havia passado. Todos os momentos. Louis. Patrik. Charlotte e Tommy. O quanto sua vida pacífica e sem sal havia virado um completo burrito com muito sal e pimenta.

Tal pensamento fez seu estômago roncar.

Abriu a geladeira. Se sentindo meio culpado em estar tão a vontade na casa de Louis e Charlotte. Mas ele não estava em seu estado normal, estava?

"Harry?" Ele ouviu, em seguida, Tommy adentrou a cozinha. Os cabelos completamente desalinhados e os olhos inchados. "Não conseguiu dormir?" perguntou ele.

Harry negou.

Tommy coçou a nuca, indo até a geladeira e pegando vários ingredientes. Harry se sentou no balcão, com sua xícara de chá em mãos.

"Por acaso você sabe..." Tommy começou, colocando um pote de sorvete em cima do balcão. "Porque minha namorada pediu para eu vir pra cá?" disse ele, em seguida buscou por uma colher.

Harry corou, e olhou para baixo.

"Sei." disse ele. Nunca tinha sido tão íntimo de Tommy, e achava isso lamentável. Tommy Napolitano era o melhor amigo de Louis desde a infância, e por um momento, Harry imaginou que se conhecesse Tommy, conheceria Louis.

Ele até podia imaginar esses dois ainda meninos correndo pelos cômodos dessa casa.

"Toda aquela história minha e do Patrik, e de 'seguir em frente', isso não aconteceu." disse Harry, tentando explicar da forma mais simples possível. "Eu ainda amo Louis. O que houve com o Patrik foi..." ele parou, nem ele sabia o que tinha acontecido.

Patrik havia lhe jurado que não gostava de Harry daquela maneira. E o beijo aparentemente não teve efeito em nenhum dos dois. Foi apenas um beijo.

"Bobagem." Harry completou. "Foi pura bobagem! Pat estava chateado e eu também... E aconteceu!"

Tommy encheu a boca com sorvete.

"Mas segundos depois ele me explicou tudo! E Louis foi embora antes." falou Harry, Tommy arregalou os olhos.

"Então vocês não estão juntos?" perguntou ele.

"Patrik não namoraria alguém que não conhece Billie Holiday." Harry riu, e Tommy também.

"Então o plano é..."

"Correr atrás de Louis antes dele entrar naquele ônibus." falou Harry. "Sim." disse. "Espero que não seja tarde demais!"

Tommy riu.

"Pra você? Nunca é tarde demais!" falou.

As bochechas de Harry coraram de novo.

Ele pegou o celular no bolso de trás calça jeans e buscou pelo número de Patrik.

Patrik. Pat.

O melhor amigo que Harry poderia ter encontrado. Patrik não era o garoto mais engraçado, nem o mais extrovertido. Mas era ele. E para Harry estava bom.

o quarterback [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora