Capitulo 8

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— Como ela está? Por favor não me esconda nada!

— Ela está sob efeito de medicação, mamãe. Os médicos aumentaram todas as medicações por conta da viagem. Mas logo voltará a sentir os sintomas novamente. O caso dela é muito sério, precisamos ser fortes.

— Oh, meu Deus! – Falou Nina, levando as mão sob os lábios e com os olhos marejados.

— Amanhã bem cedo já iremos para o hospital mamãe, tentaremos tudo que pudermos. – disse Liza, tentando tranquiliza-la.

— E eu estarei aqui rezando pela minha netinha... Deus vai curá-la... Eu sei que vai.

Diná abraçou a mãe tentando confortá-la e querendo ter essa mesma certeza, essa mesma fé.

Nina voltou-se para a filha e olhando bem dentro de seus olhos perguntou:

— E o Robert e você?

— Não existe Robert e eu mamãe, ele é apenas o pai da Ana.

— Você ainda o ama, não ama?

—Não quero falar sobre isso mamãe. Ele está sofrendo tanto quanto eu, mas concordou que voltar era o melhor a fazer.

— Anamabile precisa muito de vocês, juntos. Isso faria toda diferença no tratamento. Sabe o quanto ela sofre com essa separação. Além do mais acho que já passou da hora de você contar pra ela toda a verdade.

— Mamãe por favor, agora não é o momento – disse Dinorá com voz firme.

Ela sabia o quanto a mãe estava preocupada, mas também sabia que seu perfil era de uma mulher dominadora e a idade não havia tornado isso diferente. Era bom que ficasse bem claro que nada mudaria em relação a Robert, apesar de seu coração ainda ser completamente dele. O coração acelerado trazia à memória os últimos dias antes de viajarem.

 Estava muito cansada... Aflita... Insegura... Uma pequena dose de vinho foi o suficiente para que perdesse o controle. Ele subiu até seu quarto. Nunca subia. Mas naquela noite, véspera da partida ele subiu. E como foi maravilhoso... Se não existisse tanta mágoa ainda.

O coração dilacerado se deixou mais uma vez levar pela emoção daquele momento. Seria o último. E seria eternamente lembrado.

 E seria eternamente lembrado

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Eu não gostava de vestidos... Um jeans e camiseta eram mais a minha cara. Mas vó Nina havia comprado com tanto carinho que fiquei com dó de não usar. Além do mais, procurar por um jeans nessa montanha de malas não seria nada fácil, ainda mais com a fome que estava sentindo.

As vezes chego a pensar se estou realmente tão doente assim, me sinto tão bem.

Separei a toalha de banho e o vestido azul, de flores pequenas. No caminho até o chuveiro, passei mais uma vez pela janela e lá estava Tom devorando o potinho de ração que a vovó providenciara para ele, ela havia pensado em tudo.

Liguei o chuveiro e adoraria que naquele momento ele se tornasse uma imensa cachoeira e que lavasse todo meu medo do inesperado. Não sabia o que estava por vir... Com certeza os sintomas voltariam. Não queria pensar na doença, mas era um pesadelo a me assombrar o tempo todo. Um pesadelo quer estivesse acordada, ou dormindo!

E também estava comigo todos os sonhos de uma menina. E a única certeza que eu tinha naquele momento é que eu não queria morrer...

Saí do banheiro e olhei novamente pela janela, não me agrada ficar longe de Tom, mas aqui não é a minha casa. A vovó tinha um belo jardim, rosas coloridas, um banco de madeira onde provavelmente ela passava algumas horas pela manhã. Meu avô tinha deixado pra ela uma bela casa antes de morrer. O portão de ferro mostrava uma rua tranquila, quase que deserta.

E lá estava Tom... Todo esparramado pela grama... Com certeza encheu o barrigão e agora vai roncar a tarde inteira.

Ouvi passos na escada e em seguida uma batidinha na porta. Aliás uma batidinha que eu conhecia muito bem.

— Entra mamãe...

— Tudo bem? - perguntou ela, admirando meu vestido.

— Sim... Estava vendo o Tom ali em baixo todo esparramado. Venha ver...

— Ele deve estar estranhando o calor, mas logo se acostuma. E deixa eu adivinhar... Esse vestido é presente da dona Nina... Ah meu Deus!l Ela não perdeu a mania! Você acredita que ela comprava esses vestidos pra mim e pra sua tia?! Dizia que uma mocinha ficava muito mais elegante em um vestido. 

— Eu achei estranho, mas é bem confortável. - Falei enquanto girava de um lado pro outro a saia rodada do vestido.

— O quarto ficou lindo! Essa dona Nina! Vamos almoçar? Estou morrendo de fome e louca pra tomar um banho gostoso igual ao seu!

— Então vamos... – respondi sorrindo.

Vovó fez uma breve oração, estávamos todas à mesa, inclusive Marina que fazia parte da família. 

A mesa estava posta com a boa e típica comida brasileira: arroz soltinho, feijão suculento, bife e batatas fritas, ou seja meu cardápio favorito. 

— Marina, você fez a minha comida preferida. - falei enquanto piscava pra ela... Com certeza aquilo era coisa da vovó.

— Isso por que você não viu a sobremesa ainda.- falou Marina devolvendo a piscada de olho.

Vovó logo esticou o bico reprovando Marina.

— Vai estragar a surpresa sua linguaruda!

Risos e mais risos...

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 10, 2020 ⏰

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