Naruto Uzumaki se via enclausurado nas gélidas celas subterrâneas.
Fazia dois dias que o privaram da comida. Não se importou, era pra estar morto. De fato estaria, caso não tivesse magia... E pela primeira vez na vida a amaldiçoou. Poucos assassinos a possuíam, e os que tinham, mantinham sigilo, sua revelação atrairia muitos olhos traiçoeiros.
Arrastando-se para o feno no canto da cela, se manteve sentado o quanto pôde. A cicatrização da ferida em seu abdômen estava lenta por causa das noites mal dormidas à procura de informações dos guardas de passagem, e a sujeira naquele lugar não ajudava. Enquanto fazia um curativo mediano com a bandagem que sobrara, os guardas de merda conversavam sobre as mesmas coisas monótonas: assassinos a espreita, a princesa que chegaria em breve e sua maldita possível morte.
O falatório cessou quando havia decidido deitar, fazendo-o xingar baixinho. Ele fez um esforço para chegar mais perto das grades para ver o que tinha acontecido, porém antes que aproximasse totalmente, recuou um pouco ao ouvir murmurarem: o prisioneiro só receberá comida caso a assassina de Arkanti aceitasse casar com o rei.
Um tremor lhe percorreu a espinha. Um o que alto escapou dos lábios.
Antes que percebesse, um guarda rechonchudo estava diante de si, visivelmente irritado, erguendo o cabo da espada em sua direção. O garoto obrigou-se a desviar, porém seu corpo não obedeceu. Desmaiou antes de atingir o chão.
No dia seguinte ao acordar, comida e bebida fresca estavam a sua frente. Algo dentro do jovem se partiu... tão intensamente que pensou ser um osso.
Recusou-se comer nos primeiros minutos, era um inútil... Todavia, Sakura submeteu-se aquela atrocidade por sua causa, ela precisava de sua ajuda. Não seria um fardo novamente.
Em um instante a comida fora devorada.
● ● ●
A serva andava cautelosamente pelos corredores do palácio á caminho do quarto da assassina, tochas cintilavam ao passar despertando certo anseio na garota.
Minutos outrora, seu chefe havia pedido um voluntário para que servissem a nova convidada, pois sabia que o medo afetaria o trabalho, porém, ninguém ousou. Percebendo o desastre, a jovem deu um passo à frente.
― Eu vou. ‒ disse. As outras que estavam ao seu redor olharam-na horrorizadas.
― Não vá! ‒ berrou uma morena de cabelos vermelhos. ― Dizem que ela usa a luxúria para tentar os inocentes, seja homem ou mulher. É um demônio!
A garota perdendo o autocontrole gargalhou alto em escárnio.
― Então será mais divertido. ‒ retorquiu.
Assustadas, elas se afastaram indo em direção à saída, enquanto a Menina Carmim dizia:
― Senhor, expulse-a, é uma herege!
Ignorando a Carmim, o senhor analisou-a da cabeça aos pés. Medo estampavam seus olhos, mas seu rosto demonstrava tédio e desinteresse.
― Pegue suas coisas para seu trabalho, e saia. Não irei tolerar tal comportamento novamente, isso serve para todas. ‒ falou. Olhando a partir dela, as garotas a porta, se demorando na Carmim, percebeu ela.
Nesse tempo, a menina deu largos passos para a saída, fazendo as jovens dispersarem como um desabrochar. Ainda ria quando fechou a porta atrás de si.
A criada entrou no quarto da assassina sem bater, era seu trabalho, é claro.
Um baque surdo soou, seguidos por passos apressados. Ao piscar, olhos esmeraldas encaravam-na a um dedo de distância. Um gritinho agudo lhe escapou.
― Quem é você? ‒ não era uma pergunta, era uma ordem.
― Servirei você. ‒ respondeu, erguendo o queixo.
Sua sobrancelha arqueou levemente, deixando-a mais bela. Recuou um passo, dois, e se virou, caminhando para a cama. E a garota notou que seus passos estavam "lentos".
― Faça o que tem de fazer. ‒ disse ao se cobrir despreocupadamente.
― Qual é seu nome? ‒ quis saber a criada.
― Está me perguntando para que eu pergunte o seu?
― Não.
A rosada riu baixinho.
― É Sakura.
― O meu é Temari.
― Bom Temari, ultimamente parece que ando muito sonolenta, então, por favor, me deixe dormir.
Temari se aproximou, cedendo a curiosidade. Ao olhar para Sakura deitada, realmente notava-se uma semelhança com a lenda do demônio lascivo.
― O que está olhando? ‒ a pergunta repentina a assustou fazendo com que desviasse o olhar, mas voltou rapidamente à atenção.
― Você realmente é um demônio? ‒ indagou a jovem.
― O que?! ‒ nesse momento a rosada sentou-se.
― Nada. O que você tem tomado?
― Por quê? Você é muito curiosa menina. ‒ falou, olhando-a de cima a baixo, como se desse importância a sua existência naquele momento. Aparentemente era alguns anos mais nova.
― Seus passos estão lentos, para uma habilidosa assassina.
A assassina semicerrou os olhos, e um brilho reluziu ali. Que bom, havia despertando seu interesse.
― Apenas água. ‒ disse por fim.
Temari ficou pensativa, posteriormente concluiu:
― Não, não é a água, tem que ser um liquido mais espesso para se dissolver...
― Está se referindo a alguma droga? Porque fui drogada recentemente, e tenho fortes dores de cabeça, você é uma curandeira?
A menina gargalhou alto, típico.
― Não, mas minha avó é, e trabalha aqui. Você sabe que foi drogada e não procurou uma?
― Você acha mesmo que me deixariam perambular pelo castelo? Sou. Uma. Assassina. O que há de errado com as pessoas daqui, não compreendem isso?
A garota ia abrir a boca para replicar, mas Sakura continuou, interrompendo-a.
― Explique onde é.
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Flor de Rubi [REVISÃO]
FanfictionLinda e letal, mas terrivelmente tóxica, era Sakura Haruno, assassina da cidadela de Arkanti. Por causa de suas extraordinárias habilidades, foi designada junto com seu amigo Naruto Uzumaki a uma missão difícil, conhecida como "Morte Oculta", porq...