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Quando Jaebum se viu em frente a casa de Jinyoung, encarando a grande porta do hall de entrada, tudo o que ele mais queria no mundo era a extinção de toda a raça humana.

Porque, veja bem, toda a sua coragem para recusar uma tarde de filmes com o idiota mimado, a qual chamava amavelmente de Jinyoung, foi extinguida assim que o baixinho recebeu uma mensagem feliz de Yugyeom.

A porra de uma mensagem animada cheia de corações, que, infelizmente, dizia que o baixinho havia conseguido um amigo novo que o entendia.

E, se Jinyoung não soubesse que o dito-cujo era Bambam, então até se daria o luxo de se alegrar um pouquinho pelo seu melhor amigo em todo o mundo.

Yugyeom merecia amor, mas não de alguém escroto como Kunpimook Bhuwakul. E sabia bem o porque, depois de perguntar a Jinyoung, do porquê o tailandês estar fazendo tudo aquilo.

Ele meio que fora, sem nenhum surpresa, pego no flagra por Jin fazendo coisas erradas - coisas estas que o Park não quis especificar -, e a partir dali começou a ser chantageado pelo garoto inexpressivo tal como todos os outros.

Jaebum não sabia bem o porque, mas todo mundo parecia estar fodido nas mãos de Jinyoung. Era quase como se ele, tendo um monte de energia ruim, fizesse com que os outros arranjassem problemas na hora errada, no lugar errado.

Im se sentia o mais triste o possível, e não fez o mínimo de esforço para sorrir, nem minimamente, nem falsamente. Ele estava soterrado numa bosta que ninguém conseguiria tira-lo de lá.

"Por que você não sorri um pouco, amor?" perguntou o moreno ao abrir a porta da grande casa.

"Porque eu não tenho motivos pra isso." respondeu baixo, ele não queria nem ao menos ter saído de casa, seu rosto inchado e levemente vermelho por chorar, e as olheiras profundas das noites em claro, pensando no que faria, eram totalmente perceptíveis.

"Nossa você ta horrível..." Jinyoung disse alheio.

"Obrigado, pela consideração." novamente o pequeno respondeu com a voz falha.

Mas, como o novo brinquedinho de Jinyoung, Jaebum não tinha bem o direito de ficar amuado ou triste. Tudo o que ele tinha de fazer era ser bom o suficiente para que o Park não se cansasse de brincar, porque, como todos sabiam, Jin não gostava de nada que vinha com defeito.

Por enquanto Jae era bonitinho, como um dos carros pintados a mão que Jin sempre ganhava em todos os finais de semana, e bom o suficiente para que o maior se visse animado com ele.

Era questão de tempo.

Questão de tempo até Jinyoung ser jogado fora, como todos os outros.

"Vamos lá, que tal ver GOT comigo?" Pediu, fazendo um beicinho meigo para tornar o seu namorinho mais legal.

Podia não parecer, mas o Park amava doramas. E, vendo tantos, a única pessoa que chegou perto de uma das garotinhas principais da trama foi Jae, com seu rostinho delicado e bonito demais para se acreditar.

Jaebum não entendia como Jinyoung poderia ser tão assim, com tudo na palma da mão, sempre querendo mais. Tão desprezível.

"Acho que não tenho outra escolha, não é?" disse sem graça e logo foi puxado para o sofá, onde o moreno abraçou o pequeno, como quando a gente ganha um cachorrinho de aniversário, e fica o tempo todo brincando e mimando. Mas Jaebum não queria estar alí.

Jinyoung era o principal motivo para sua vida estar desgraçada daquele jeito, apenas sentia vontade de chorar, e nada mais.

"Humm, você tem cheirinho de morango." Jinyoung murmurou, ofegando levemente ao sentir o aroma que emanava dos cabelos do mais velho, achando que aquele garoto era quase como uma edição limitada.

Jaebum não respondeu.

Brinquedos ficam caladinhos, parados em seus cantos enquanto seus donos o abraçam e deixam beijinhos.

"Awn, eu gosto das suas mãos, são tão pequenininhas." Jin disse, num gritinho animado, checando as mãozinhas macias entre as suas próprias.

Jaebum não se moveu.

Quem diria que ele aprenderia tão rápido, né? Quem diria que o Im fosse tão bom naquela coisa de ser brinquedo! Oras, ele era um mestrezinho, já que, Park Jinyoung, seu dono, era só sorrisos enquanto o analisava.

"Ah, a sua boca, é tão bonita..." Murmurou, passando o indicador levemente pelos lábios bem desenhados, a cor rubra tão bonita quanto a dos lábios das bonecas de porcelana do Park.

Jaebum não existiu.

Não era ele ali, ganhando um selinho breve do garoto de cabelos negros.

Era só um brinquedo.

(❀)


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