Capítulo 4 - Teste para a Ordem de Drugstrein (Parte 2)

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O Muscort ficou indignado quando, ao final da nova trilha, apenas uma parede de pedra podia ser encontrada.

– Não é possível que nenhum caminho tenha saída! – protestou Sarah.

– Fomos enganados! Não pode ser isso!

– Acalmem-se vocês dois.

Com uma incrível tranquilidade, Kayan continuou o caminho até o final. Assim que chegou perto ao paredão, tocou-o com a mão direita. Um brilho tênue foi visto pelos outros dois e, no momento seguinte, as rochas começaram a ficar transparente até desaparecerem por completo.

– Era apenas uma ilusão. Se prestassem atenção, poderiam sentir a fraca aura que era emanada dessa falsa parede – Kayan disse em meio a um tom severo.

– Era mesmo de se esperar que tivéssemos mais desafios além de encontrar o caminho, não é? – Sarah chegou à óbvia conclusão.

– Devemos prestar muita atenção daqui pra frente. Podemos encontrar coisas muito mais perigosas que estas.

Após o alerta do Atreius a equipe seguiu pelo caminho recém revelado. A esfera com o número quatro começava a apresentar pequenas manchas vermelhas, o que significava que o tempo para completarem o teste estava diminuindo.

* * *

Em meio as paredes de rochas e caminhos tortuosos, os três magos conseguiram se guiar graças ao estratagema de Sarah. Sempre que eles começavam a se desviar demais do caminho a pedra encantada revelava que a direção estava errada. Sendo assim, eles corrigiam a rota em direção ao norte.

Os caminhos se cruzavam várias vezes e eles se perguntavam por que não haviam encontrado nenhuma outra equipe ainda. Por vezes eles tinham que começar a voltar para o sul para reencontrar o caminho, mas um mapa improvisado feito por Mathen ajudava-os a não andar em círculos.

Após passarem por algumas ilusões, porém, um desafio diferente foi encontrado pelo trio. Ao entrarem em uma câmara retangular maior que os estreitos corredores eles se depararam com uma criatura estranha. Ela tinha o corpo encoberto em pelos azulados. Caminhava em seis patas peludas e possuía dois tentáculos logo abaixo do pescoço. Era algo que lembrava vagamente uma aranha, caso não tivesse quase três metros de comprimento.

– O que é isso? – indagou Kayan.

– É um carbeo. Não prestou atenção na aula de criaturas não? – repreendeu-o Sarah.

– Elas eram muito chatas e muita coisa eu deixei passar – respondeu ele enquanto a garota lhe encarava com um olhar reprovador.

Os três ficaram em alerta quando a criatura começou a emitir um ruído estranho. Ela movimentava-se com cautela e parecia estudar os magos ali presentes.

– Parece que os desafios têm ficado maiores. Acho que esse vai ser meio arriscado – comentou Mathen, mas não parecia nem um pouco preocupado.

O carbeo avançou em direção de Sarah através de um salto. Tentou agarrá-la com seus tentáculos, mas a garota foi mais rápida e esquivou-se para o seu lado direito, aproximando-se de Kayan, que decidiu deixar os dois amigos lutarem por conta própria.

A Harppon lançou seu contra-ataque assim que seus pés recuperaram a estabilidade no solo. Uma labareda de fogo foi direcionada contra a criatura, que se apressou em saltar para trás, evitando severas queimaduras.

Mathen não perdeu tempo enquanto assistia as manobras da amiga e utilizou um clayn visgoon. Como ele teve um bom tempo para se concentrar no feitiço, conseguiu reunir uma quantidade significativa de aura e formar um golem do seu tamanho. Ele também era bem robusto e aparentava ter uma força impar. Isso se comprovou quando ele avançou contra o carbeo, que tentou lutar utilizando seus tentáculos. O embate terminou com o golem agarrando a criatura adversária e imobilizando-a.

Sarah não perdeu tempo antes de sua próxima ação. Ela se aproveitou da situação em que o golem e o carbeo estavam imobilizados e tocou as costas do ser de pedras. A maga começou a impulsionar sua própria aura para dentro do golem que Mathen havia criado através do feitiço aurus magoon. Ao chegar a conclusão que já era o suficiente, afastou-se enquanto advertia os amigos.

– Afastem-se, ele vai explodir!

Kayan, então, assumiu a frente e, enquanto executava o feitiço aurus pinn, fazia com que uma sólida barreira protegesse os três de uma potente explosão que transformou a criação de Mathen em pó. Assim que a poeira abaixou, eles perceberam que o carbeo jazia caído ao chão.

O trio, então, desejando não perder mais um segundo sequer, seguiu com o teste, ignorando a criatura que ficava cada vez mais para trás no caminho.

* * *

A próxima hora foi relativamente tensa para Kayan, Mathen e Sarah. A pequena esfera já estava envolvida em vermelho por mais da metade e eles ainda não haviam encontrado sinais de que estavam perto do centro do labirinto.

As técnicas que eles estavam usando os ajudavam a terem quase certeza de que não estavam se repetindo, mas, ainda assim, eles estavam mais preocupados com o labirinto em si, que com os perigos que ele poderia apresentar. O fato de eles encontrarem apenas mais três carbeos e algumas ilusões também deixava-os mais confiantes, pois isso não chegava nem perto de ser desafio para os três.

Além disso, eles também haviam cruzado duas vezes com outros magos que estavam prestando o teste. Tentaram ver o método que eles estavam usando para se localizarem, mas consideram que os seus próprios eram melhores. Nas duas vezes cada equipe seguiu o caminho que havia escolhido previamente.

No entanto, quando suas preocupações começaram a se tornar maiores por causa do tempo, uma provação diferente das anteriores os aguardava. Antes da bifurcação no final de um corredor um pouco mais largo que os demais, um homem lhes aguardava. Suas vestimentas eram de um tecido muito espesso e na cor alaranjada. Ela era denotada de uma única peça que lhe cobria todo o corpo, salvo mãos e cabeça. Seus cabelos castanhos eram semi-longos e desgrenhados e a barba estava por fazer. Seus olhos eram frios e marcados por escuras olheiras.

– Quem é você? – indagou Mathen, preocupado.

– Meu nome é Dariou Marfei – o homem respondeu em meio a um sorriso nada confiável. – Sou um mago mantido na prisão de Kallamite.

– Onde? – o rapaz tornou a indagar.

– A prisão dos magos – Sarah apressou-se em responder. – Uma fortaleza cujas paredes receberam muitos encantamentos e onde os magos criminosos são presos.

O mago a frente dos três jovens riu antes de responder.

– Está muito bem informada, garota.

– Este teste está ficando cada vez mais perigoso. Teremos que enfrentar um criminoso – comentou Kayan, mas não demonstrava nenhuma preocupação na voz.

– Exatamente. Como vou colaborar com os magos de Drugstrein, receberei uma redução de minha pena. Mas não se preocupem, não tenho permissão nem vontade de matar nenhum de vocês. Será apenas um duelo justo.

O Atreius, então, dispensou-lhe um discreto sorriso. Aos amigos ele pareceu um pouco empolgado.

– Se é para ser um duelo justo, então apenas eu lutarei   – aquelas palavras vieram acompanhadas de um sorriso.

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N.A. - Primeiro final de capítulo com um cliffhanger porque agora as coisas vão ficar mais agitadas. Digam aí o que acham que vai acontecer nesse duelo.

Não sejam tímidos e digam-me o que estão achando dos capítulos e da história em si. E não se esqueçam de dar um cliquezinho na estrelinha. Até o próximo na terça-feira.

A Ordem de Drugstrein - Volume IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora