Capítulo 23

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Acordei no dia seguinte me sentindo diferente de como eu pensei que me sentiria. Achei que terminar o que fosse que eu tivesse com Ana me faria sentir mais leve, mas meu coração estava mais pesado do que nunca. Tínhamos o dia todo livre, era segunda feira e tudo o que eu queria era ficar ali na minha cama, mas eu sabia que uma hora ou outra eu ia ter de encarar Ana. Eu sabia disso e sabia que ela também. Fiquei enrolando na cama até sentir o sol bater no meu rosto. Soltei um resmungo e me levantei, indo direto tomar um banho. 

Quando saí debaixo do chuveiro, fui até a cozinha e percebi que Ana já não estava em casa. Era 9 da manhã, Ana sequer acordava tão cedo. Me condenei porque eu havia terminado tudo e não tinha o direito de cobrá-la. De nada. Me sentei na mesa, tão diferente do que tinha sido no dia anterior, agora sozinha e a única coisa que se ouvia era o barulho dos carros do lado de fora do apartamento. Foi então que eu percebi como o café sem Ana não era tão saboroso, nem o pão torrado, sequer o tapete branco felpudo da sala que eu amava tanto era tão macio quando eu não tinha Ana. Não fazia nem um dia inteiro que eu estava sem ela, e meu coração já reclamava. Passado um tempo, me levantei da mesa e fui até a sala apenas pra procrastinar em frente a tela da televisão tentando escolher algum filme ali. Acabei escolhendo "6 anos" e fui buscar meu cobertor para me enrolar no sofá. Quando o filme estava quase chegando ao fim, ouvi o barulho da porta se abrindo. Era Ana. "Oi." ela disse seca e eu senti meu coração se partir em vários pedaços. "Oi." eu respondi sentindo minha voz embargar, eu já tinha me arrependido completamente do que eu havia feito e eu sabia que Ana tinha notado, principalmente quando ela me fitou e pareceu se perder por alguns segundos, antes de se aproximar de mim e sussurrar baixinho com a boca quase colada no meu ouvido "Você tem certeza das suas ações, Falcão?", eu senti o hálito quente invadir e dominar todos os meus sentidos e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, senti a boca de Ana no meu pescoço e eu perdi toda minha razão. Sua mão pressionando minha coxa e isso foi o suficiente pra todos os meus pensamentos anteriores se dissiparem como a água... até que o meu telefone tocou... "Porra!" Ana não escondeu a frustração e se afastou de mim bufando, esperando eu atender o celular. "Alô? Oooi, Jaffar" eu atendi o celular animada e quando me virei pra Ana pude ver umas de suas sobrancelhas arqueadas. Eu sabia o que era. Era ciúme. 


(Pessoal, meu celular bugou muito, ele tá todo ferrado, então por enquanto eu vou escrever pelo PC, muito obrigadinha pelos comentários e pelos votos, ilovu)

A jabuticabeiraWhere stories live. Discover now