Capítulo 29 - Especial II

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Ana ainda não havia dito nada. Eu comecei a ficar nervosa. Minhas mãos suavam frio, puta que pariu, Ana, fala alguma coisa. Quando eu já estava prestes a guardar a caixinha, vi a mão de Ana pegar o colar de passarinho e me lançar um olhar, pedindo que eu me virasse. E assim o fiz. Ana colocou o colar de forma delicada no meu pescoço e, ao finalizar, deixou um beijo em minha nuca. Inocente, mas mesmo assim mexeu comigo, como só Ana Clara sabia fazer. Logo em seguida, eu coloquei o colar de ninho nela e fiz o mesmo gesto com ela, beijando bem no fecho do colar, na nuca dela. Ana se virou pra mim sorrindo e ficamos nos olhando por pelo menos cinco minutos. Acabamos nos esquecendo que estávamos numa entrevista, ao vivo, então Clarisse nos tirou do nosso momento apaixonado 

- Os fãs estão enlouquecidos aqui, meu Deus - ela falou, rindo em seguida - Então, a maioria deles estava certa? Vocês realmente tem alguma coisa? - Clarisse olhou pra Ana esperando alguma resposta, mas ela parecia não ter palavras ainda, então me pronunciei

- Na realidade, eu me apaixonei pela Ana um pouco antes de tudo acontecer, mas ela nunca ligou pra mim. Pra ela, éramos amigas e pronto. Aí... - eu ia continuar, mas Ana me interrompeu 

- Isso não é verdade! Todo mundo sabe que Dengo é pra tu, mulher - ela me olhou daquele jeito dela 

- É, mas podia muito bem ser música de amizade - eu me justifiquei 

- Ó Vitória, eu nem queria falar nada, mas tem uma fã dizendo assim "A Vitória consegue ser mais lerda do que a pessoa mais lerda do mundo".  - Clarisse falou sorrindo pra Ana e por um momento aquilo me incomodou, mas logo esse pensamento se dispersou da minha mente 

- Não importa, eu tomei a iniciativa, no final das contas mesmo 

- É, isso é verdade - Ana concordou comigo, colocando a mão sobre a minha e apertando ali 

(...) 

Ana, eu e Felipe estávamos já no carro, indo em direção à algum restaurante pra almoçar

- Eu ainda não acredito que tu me pediu em namoro numa entrevista!!! - Ana disse me agarrando num abraço firme - Tu sabia disso Fê??

- Eu não sei de nada não - ele falou e nós três rimos com a cara de desentendido que ele fez 

Chegamos ao restaurante e fomos em direção à mesa que já estava reservada. Eu tinha certeza que meu sorriso mal cabia em meu rosto apenas pelo fato de poder segurar a mão da minha namorada, aliás, apenas poder chamá-la de minha namorada já era motivo pra sorrir o resto do dia, da tarde, da noite, resto da vida. Sentamos no fundo do restaurante, num espaço mais reservado e logo Felipe arranjou uma desculpa pra ir embora e ficamos só eu e Ana.

- Tu tá feliz? - eu perguntei receosa, Ana não havia falado muito desde que saímos de lá

- Feliz? - ela arqueou a sobrancelha e eu fiz sinal de sim com a cabeça - Vitória Falcão... Você é o amor da minha vida, acabou de me pedir em namoro ao vivo numa entrevista que devia ter no mínimo cinco mil pessoas assistindo. O que eu tô sentindo é muita coisa pra se resumir a estar feliz. O que eu tô sentindo é a serotonina na forma mais pura. - ela falou tudo enquanto segurava minha mão e me acariciava com o polegar. Dessa vez, fui eu que fiquei sem palavras. Meus olhos estavam marejados e meu sorriso se estendeu por toda minha face 

- Pois, ó, fique sabendo que eu só não te pedi em casamento porque a gente ainda não tava namorando e eu quero aproveitar cada fase do nosso amor. - eu fiz graça, secando uma lágrima que insistiu em cair e logo depois, dei um beijo em sua mão 

- Não precisa pedir não - ela falou e eu não entendi se aquilo era bom ou não - A gente já é casada, Vi. A gente já mora junta, já tem esses colares lindos pra representar nosso amor, até na minha pele tu já tá. Não precisa me pedir em casamento porque a gente já é casada aqui. - ela botou a mão no lado esquerdo do meu peito e depois transferiu sua mão pro topo da minha cabeça - E aqui. Eu sou toda sua, amor. Nenhum papel ou aliança pode representar o quanto eu te amo. - Vocês já devem imaginar que eu já chorava de novo, não? Ana tinha esse poder sobre mim. 

- Eu troco até quatro vidas de solteira fácil se for pra viver o resto dessa do teu lado. - eu falei em meio às lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

- Nunca deu certo com outro alguém porque não era você. Eu te amo. 

- Eu te amo, Ana Caetano. Eu amo a Dra. Ana Clara Costa, a compositora Ana Caetano, a minha Ninha. Eu amo todas suas faces e vou amar pra sempre. - Ana se levantou da minha frente e se sentou do meu lado.

- Agora a gente pode se beijar em público, né? - ela fitou meus lábios e mordeu os seus 

- Agora a gente pode. - foi o que eu disse antes de sentir sua boca se encaixando na minha. E se encaixava tão bem. Eu amava Ana Clara Caetano Costa. E, se fosse preciso, eu gritaria pro mundo todo ouvir, quantas vezes fosse preciso. 

- Vem cá. - eu levantei da mesa, a puxando comigo e fui até o caixa pagar o suco que tínhamos pedido e cancelar a comida que não esperamos chegar. Logo depois saímos do restaurante e eu fiz sinal pra que Ana esperasse um segundo. - Eu AMO Ana Clara Caetano Costa!!! - eu não cheguei a gritar, mas foi alto suficiente pras pessoas mais próximas ouvissem, e eu de braços abertos declamando isso como se fosse a poesia mais bela, e no fim era mesmo, foi suficiente pra Ninha me abraçar e rir da minha cena. 

- Eu amo você, leãozinho. - ela sussurrou bem baixinho no meu ouvido - Agora meu mundo todo sabe disso. - apesar de clichê, senti tanta verdade em suas palavras que meu coração palpitou de tanto amor. Eu a amava. E sei que já falei isso, mas nunca vou me cansar de dizer. 

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 03, 2018 ⏰

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