Sophie

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A mesa do café da manhã o clima de tensão foi horrível - apesar de estar de costas para Pearl ainda podia sentir seus olhos em minhas costas avaliando meus movimentos. Sentia uma eletricidade percorrer minha espinha e chegar a minha nuca. Queria sair correndo dali, não queria olhar em seus olhos mas era como se meu corpo não quisesse seguir o comando de meu cérebro.

Ao sair da mesa a encarei e apontei para cima com o queixo, ela negou com a cabeça e se foi, engoli em seco sentindo minhas estruturas ruírem - você é Sophie Swan, sempre tem o que quer, quando quer - inspirei e subi pro meu quarto, se ela queria guerra era guerra que teria.

Ao deitar em minha cama ainda podia sentir seu perfume amadeirado empregnado em meus lençóis, Sandra uma das faxineiras da casa quis recolher a roupa suja pela manhã e a impedi saindo do chuveiro as pressas, não entendendo nada ela simplesmente saiu do quarto. Era estranho eu me apegar a algo tão simples, nunca fui do tipo apegável, seja com objetos ou pessoas, o que na verdade eram para mim a mesma coisa, mas Pearl, tinha algo diferente. A visão do mundo diferente, sempre sai só com as pessoas dessa cidade o que nunca me deu tanta expansão de onde poderia ir, ou até onde poderia chegar, com ela eu sentia que podia ir mais longe, Pearl me fazia ultrapassar meus próprios limites, não tinha medo de provoca-la na verdade era maravilhoso ver seus olhos escuros brilhando de luxúria ao me ver de lingerie. Ou quando nossos corpos estavam grudados um no outro, nosso calor sendo compartilhado o gosto do beijo - seus lábios tinham uma textura sedosa que ao percorrerem meu corpo me fazia estremecer de tesão. Ela não percebe como me desmorona quando estamos juntas - acontece que Pearl para mim é um desafio, mesmo já tendo transado com ela, ela ainda resistia, ainda não era minha. E eu faria ela ser, custe o que custar.

Abracei meu travesseiro e fechei meus olhos desejando que ela estivesse aqui - queria que Pearl me fizesse gozar de mil e uma maneiras diferentes e sabia que ela era capaz. Abri meus olhos sentindo minha respiração acelerar, era incrível como eu ficava com tesão só de pensar nela, odiava o fato dela ser tão teimosa e irritantemente arrogante - esse era o ponto, Pearl e eu tínhamos algo em comum, nunca abaixamos a cabeça. Mesmo eu sendo chefe, ela não deixou que isso a fizesse se submeter aos meus desejos, foi onde começou o desafio. Dava para ver em seus olhos como eu a afetava, e pelo reflexo que exibia neles pude ver como ela me afetava - isso eu nunca admitiria em voz alta - Sophie Swan nunca admitiria algo deste tipo - mas eu estava começando a contestar muitas coisas, meus pensamentos estavam mais claros, talvez fosse o peso da idade chegando. Meu pai iria querer em breve que eu seguisse o caminho da família Swan, seja como advogada ou médica, eu devia ser uma Swan, o fato do nosso lema ser - família acima de tudo - não se dava pelo amor que nos unia. Mas da capacidade do poder que meu pai exercia sobre as pessoas. Sendo assim ele não deixava nada afetar nossa família, era como se fôssemos intocáveis ou inalcançáveis. Em algum momento eu já gostei desse poder, de me sentir maior que outras pessoas - mas ver que isso era maior que qualquer coisa dentro de casa, me assustava. Era como se não fossemos uma família de verdade, como se tivéssemos um contrato de vida eterna nessa cidade, sendo a imagem de família perfeita. Minha rebeldia não era apenas pela idade, eu fazia para provoca-los também, mostrar que não podia ser comandada, mas nunca seria capaz de bater o pé e fazer o que tinha vontade. E a responsabilidade batendo em minha porta começava a me assustar.

- Srta.Swan - ouvi Alfred dizer do outro lado da porta.

- Entre - falei me sentando na cama

Ele entrou com sua postura refinada de sempre - Alfred era como um pai para mim, esteve mais presente que o poderoso Jonathan Swan, e sempre recebi muito amor de sua parte. O fato de ainda tê-lo por perto me fazia acreditar que eu aguentaria firme toda a barra que estava pra chegar.

- Irá almoçar em casa hoje? - perguntou com um sorriso

- Ainda não sei, mas acho que não vou sair de casa hoje - respondi indo até a sacada na janela.

Srta.Swan - Romance LésbicoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz