coisas que eu penso sobre ti.

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quando olho para você,
vejo um rastro de dor.
vejo um rastro de confusão
que você não sabe como resolver.
queria poder ser triste com você
e ninar seu desconforto misto em dor.
te vejo se esconder por detrás
de palavrões de merda,
cigarros destrutivos,
bebidas excessivas,
piadas idiotas,
e beijos vazios
com pessoas que não são eu.
eu me sinto enciumada
com os cigarros,
as garrafas
e as garotas que tocam seus lábios,
mas não posso fazer nada,
porque não és posse minha
nem de ninguém.
talvez nem seu.
eu noto,
as vezes,
uma sombra triste por detrás do seu olhar.
me deixa triste não compreender.
você também nunca sabe o que fazer,
nunca sabe o que falar.
não quando é sobre mim.
imagino que você passou por muita merda
e eu quero saber quem te feriu.
queria poder matar o que te resumiu
à insanidade que você é agora.
você é uma incógnita,
uma dor que se aloja dentro da minha caixa torácica,
mais especificamente,
dentro do meu coração.
tenho medo do poder que tem sobre mim.
um poder que nunca terei sobre você.
e quando te vejo,
sinto meu coração afundar em meu peito
e quando você sorri,
as borboletas se embatem em meu estômago.
sabe o quanto eu queria te entender?
queria te saber,
te ter.
você não facilita nada entre nós,
porque "nós" não existe.
e dói e mim.
essa confusão se organiza em nós.
esses existem
bem dentro da minha cabeça.
o que também existe
é o buraco que se criou em meu peito
sempre que eu te vejo,
pois eu sempre te desejo,
e não tenho o que quero.
eu quero tanto de ti,
que nada tenho.
então eu me retenho
e te gosto de longe,
porque eu não sei quem você é
e eu me apaixonei mesmo assim.
acho que pelo seu sorriso,
pelo seu jeito esquisito,
pelo seu jeito devidamente hiperativo
e bem disperso.
queria poder todos os dias te aprender
e reaprender sem hesitar,
mas você não deixa,
porque não sente nada por mim.
todas as vezes que te vejo,
deixo a minha deixa
pra você saber como eu te aprecio.
você é o ressignificado próprio
de confusão morando na minha mente e peito
e de indecisão
dentro de si
e do nós inexistente.

melancolia.Where stories live. Discover now