|Capítulo 3|

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Wood.

Siga um passo de cada vez Wood. Meu consciente me alerta começando a trabalhar.

Depois do caso de Romeo, tive um grande sossego em minha vida e em minha carreira, nada que veio em seguida se comparava com a adrenalina e todo o mistério que investigava sobre Lance com tanta empolgação.

Mas toda a calmaria teria um fim agora, eu sabia que o caso de Mia era bem mais complicado, ter que enfrentar Hudson será um tanto divertido.

E eu mal podia esperar para começar.

Cheguei no pub ainda de tarde, depois que consegui que deixassem Mia ir embora comecei logo a trabalhar. Infelizmente o lugar não possuía nenhum tipo de câmera de segurança, o dono do lugar não tinha muito o que dizer também.

—Dexter– disse o dono– ele é amigo de Mia e estava junto no momento da discussão, mas ele continuou aqui trabalhando quando ela foi embora então não acho que ele possa ajudar em alguma coisa– deu de ombros no final.

—E onde eu o encontro?– pergunto.

—Ele só chega anoite para trabalhar.

—Tudo bem, obrigado– agradeço e saio do lugar.

Entro em meu carro estacionado ao meu fio e puxo o celular do bolso cogitando ligar para Mia, mas não havia feito nenhum progresso então não teria um motivo concreto para ligar.

Jogo o celular no banco passageiro.

Porem, imediatamente ele começa a tocar. Era Fred.

—Comprovado– ele diz com convicção– o sangue na pulseira de Mia era de Greg, não havia nenhum resquício de sangue de Mia ali, mas um pequeno fragmento da carne dela.

—Está brincando comigo?– arqueio a sobrancelha.

—Não– ele nega– é tão pequeno que provavelmente ela não deve nem ter sentido, minha teoria é que a pulseira foi arrancada do braço dela causando um pequeno arranhão, assim, arrancando um pequeno e fino fragmento de carne.

—Eu assino em baixo em tudo o que você disse– ligo o carro– agora preciso saber como e quando essa pulseira foi tirada dela.

—Pergunte a ela– ele diz como se fosse obvio.

—Ela passou por muita coisa em um curto intervalo de tempo, acho que seria melhor deixa-la descansar por hoje– suspiro– amanhã começaremos a investigação.

—Certo, mais uma coisa– mesmo não vendo Fred, posso imagina-lo engolindo em seco naquele momento– Hudson me ligou, ele quer te ver, a coisa está feia.

—A coisa vai ficar cada vez mais feia– acabo rindo.

—Que bom que você sabe.

(...)

As portas do elevador se abrem no ultimo andar do prédio de advocacia de Hudson, nunca havia estado naquele andar, e pouco me importava também.

Segui pelo longo corredor após a orientação desnecessária da secretária de cabeços loiros em um coque arrumado demais. Desnecessário apenas por que só existia um caminho a seguir.

Viro o corredor e encontro as portas duplas, dois caras que julguei ser seguranças estavam parados um em cada lado da porta. Usavam óculos escuros e mantinham uma pose ereta sem ousarem ao menos bocejar.

Me aproximei.

—Olá ó grande guardiões do portal magico– digo com certo exagero em meu tom de voz– diga-me o que preciso fazer para ser digno de atravessar tal porta.

Como esperado fui ignorado.

Me aproximei da maçaneta, mas antes que eu a abrisse um deles segurou firmemente meu braço me fazendo parar.

—Que aperto firme cara– reclamei me desvencilhando de sua mão do tamanho da minha cabeça– estou impressionado.

Eles ainda não diziam nada.

—Veja isso– ergui os braços flexionando os músculos, mesmo cobertos pela camisa de linho branca, fiz outra posição, e depois mais uma– gostou? É tudo natural, não tomo nenhum tipo de bomba. Eu juro.

Sorri, mas ainda era completamente ignorado. Estava começando a ficar frustrado quando a porta finalmente se abriu e uma mulher saiu de lá.

Ela parou e me encarou dos pés a cabeça, um sorriso perverso surgiu nos lábios rude dela. Essa foi a minha vez de ignorar a situação.

Depois que a mulher passou por mim e foi embora os grandalhões abriram a porta e me deixaram passar.

—E cadê o tapete vermelho?– pergunto antes de entrar– esse é o meu momento, preciso de um.

Eles ainda não diziam nada.

—Okay– dei de ombros– deixa para lá.

Entrei na enorme sala de Hudson. Era tudo decorado demais, grande demais, luxuoso demais.

Ele estava sentado atrás de sua extensa mesa fingindo focar em algo na tela de seu notebook. Caminhei até ele me sentando na cadeira há frente da mesa.

—Você contratou esses cara da rainha da Inglaterra?– pergunto por pura curiosidade– por favor, não me diga que eles são robôs.

—Wood Dankas– Hudson sorrio– sempre com um senso de humor aguçado.

—Se quiser que eu dê aulas de humor para seus seguranças eu faria até de graça.

—Eles só são muito bem treinados.

—Qual o motivo para tê-los vigiando sua sala?

—Nenhum– Hudson dá de ombros– um bom advogado sempre tem a devida proteção que merece, não é mesmo? Assim como você, vivia cercado de seguranças.

—Eu estava em um caso perigoso e não tinha que proteger apenas a minha vida– justifiquei subitamente irritado.

Hudson riu, exageradamente. Seu terno se enrugou conforme ele jogava a cabeça para trás para rir, a confecção era das melhores, caso contrário não existira botões que aguentassem tal pança saliente.

—Eu tenho muita coisa para fazer– digo checando meu relógio– e fui muito gentil de vir até aqui passando pela segurança do aeroporto na sua porta, então diga logo o que quer.

—Quero que deixe o caso– ele diz agora em tom sério– não tente defender Mia contra mim, sabe que vai perder.

Segurei o riso, não seria maduro da minha parte.

—Você está julgando e querendo condenar uma pessoa inocente– falo– eu não vou deixar que faça isso.

—Aquela vadia matou o meu filho, o meu Greg– Hudson se alterou, seu rosto adquiriu uma cor avermelhada conforme ele dizia furioso– e eu vou joga-la atrás das grades, ou manda-la direto para o corredor da morte, e você não poderá fazer nada para impedir isso.

Ainda sorrindo me levantei, pousei as mãos sobre a mesa de Hudson e o encarei fixamente com o mesmo olhar sério que o dele.

—Sabe por que você quer que eu desista desse caso?– perguntei, mas antes que ele respondesse continuei– por que você sabe que eu vou ganhar, e você está com medo. E deveria estar com medo mesmo, por que a próxima vez que insultar a minha cliente eu o tirarei desse império.

Sorri e completei.

—Pela janela.

Traçados Pela Lei - Wood. (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora