Capítulo 22 - Esqueça...

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Não ousei interromper seu choro. Deixei que ela tivesse seu tempo e que parasse de chorar quando quisesse. Apenas tive ela em meus braços, em uma tentativa de conforta-la. Quando o choro finalmente cessou, afastei seu corpo do meu e levei minhas mãos até seu rosto, secando suas lágrimas com os dedos. Deixei que ela escolhesse o momento certo para que voltássemos a falar.

- O Adam... Nós precisamos dele para o próximo julgamento.

Claro! O caixa do supermercado. Havia me esquecido dele. Precisávamos encontra-lo e fazê-lo depor. O fato é que o garoto poderia ser o álibi perfeito, e aliado a gravação da câmera, poderiam finalmente retirar o foco da prova principal e perceber o que realmente aconteceu.

- Sim. Precisamos acha-lo o mais rápido possível.

A morena virou a cabeça em direção ao relógio em minha parede.

- O supermercado está em horário de funcionamento agora. Podemos ir até lá.

- Imediatamente. - peguei na cadeira do escritório uma blusa de frio que havia deixado ali mais cedo e fui a procura das chaves do carro.

[...]

Camila me guiava pelas ruas de Miami com um GPS humano. Funcionava milhões de vezes melhor que qualquer aparelho, isso eu posso garantir... Não demorou muito tempo para que chegássemos até o supermercado próximo a sua casa. Estacionei em uma das vagas para clientes e desci, trancando o carro com apenas o apertar de um botão, seguindo-a para dentro.

Ela passava os olhos,  pelo lugar a procura do homem o qual ela provavelmente via um resquício de esperança para sua situação.

- Com licença, sabe me dizer onde encontro o Adam? - perguntou a uma mulher que passava.

-O Adam? Eu... não sei. Acho que hoje ele está de folga. Se não, ele sai mais cedo. Ainda pode procura-lo nos fundos do mercado.

Camila saiu quase em disparada em direção aos fundos do estabelecimento. Fui logo atrás dela, passando por entre os corredores até chegar a uma porta metálica logo no fim. Como um resquício de sorte que nos restava, um garoto, moreno e alto, de olhos castanhos, saiu dela. Antes que ele pudesse se afastas um pouco qualquer, ela se aproximou.

- Adam! - exclamou enquanto se aproximava.

- C-camila. - respondeu meio receoso. 

A morena olhou para mim esperando que eu me aproximasse, e assim o fiz.

- Lauren Jauregui - ergui a mão que ele apertou - advogada. Viemos conversar com você a respeito de Sinuhe Cabello.

O olhar dele mudou instantaneamente. Parecia de certo modo preocupado.

- Ow! Sinu... Eu vi no noticiário que ela foi presa. - disse olhando para Camila.

- Sim Adam, ela foi. Sou advogada dela, e vim até você por que preciso do seu depoimento. - respondi, mesmo sabendo que não fora uma pergunte e que ele não se dirigia a mim.

- Meu depoimento? Por quê? O que eu tenho a ver com tudo isso?

- Não é nada de mais. No último julgamento Sinu disse que te viu no dia em que o Steve morreu. Ela esteve aqui no supermercado aquele dia e precisamos que você fale sobre isso. Sobre o que aconteceu e sobre sua relação com ela.

O rapaz desviou o olhar pensativo e disse novamente olhando para Camila, como se ignorasse totalmente minha presença.

- Sinu vivia vindo aqui... Eu não consigo acreditar que alguém com quem eu convivi tenha feito algo do tipo. Mas... Você sabe como é o ser humano. Os fatos estão aí e é muito mais fácil de acreditar no que eles mostram. O que acontece se eu não for? - perguntou finalmente a mim.

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